30.9.06

A primeira noite no apartamento

Por volta das 17h30 do dia 29 de setembro pegamos um taxi e deixamos o centro em direçao ao norte de Toronto. Como estávamos na hora do rush de Toronto (claro que nada comparado ao mesmo momento em SP) o taxista pegou uma via expressa ao invés de cortarmos pela cidade (o que seria mais curto mas naquele horário demoraria mais). No caminho, a bela paisagen de outono (a minha amiga e agora vizinha Dani já bem definiu Toronto como sendo uma cidade dentro de um parque) com as folhas das árvores já vermelhas e amareladas, tomavam conta das duas laterais da rodovia.

Mais parecia que estávamos indo para o litoral ou qualquer coisa do gênero de tanto verde, ou melhor, tanto amarelo e vermelho nesta altura do ano!! Ao chegar no condomínio, já nos sentíamos em casa. A recepcionista (imigrante vinda da Guiana) se identificava conosco por sermos do Brasil. Enquanto descarregávamos as malas e trocávamos informações geográficas com a recepcionista, o simpático casal de proprietários veio ao nosso encontro!

Por mais que eu escreva, acho que nunca vou conseguir passar para quem nos lê o quanto fomos bem tratados, recebidos e, principalmente, como estamos (até hoje) estupefados com tudo que estamos vivendo! Mas vamos lá, vou tentar. Até chegarmos e descarregarmos tudo, foi por volta das 18h30 que entramos em nosso novo lar.

De um lado a Antonette (proprietária do imóvel) me mostrava todas as máquinas e suas funções, fogão (queridas vizinhas de North York, o primeiro bolo que eu queimar neste forno vou até aí tomar umas aulas com a Mirela), seu marido oferecia cerveja para o Maurício! Ao fundo, o som de um jazz vinha do aparelho de som debaixo da singela TV tela plana de 42 polegadas na sala (desculpem mas era impossível prestar atenção em qualquer outra coisa dentro da casa!). Parecia que estavamos no Bourbon Street batendo papo com velhos amigos.

A sensação que tive era que estávamos visitando amigos e não chegando para fechar negócio com proprietários de um imóvel. Depois de mais de uma hora de papo, ambos já quiseram ficar com nossos currículos (eles trabalham para um laboratório farmacêutico e o cara já trabalhou na Johnson & Johnson) e já os levaram (uma vez que estamos preparados para tudo. Nunca se sabe!) Em um país onde dois terços da população é formada por imigrantes (segundo censo recem divulgado) e que chegaram e começaram suas vidas exatamente como estamos fazendo agora, o senso de solidariedade e gratidão é muito forte com os que chegam.

O casal de Filipinos que chegou no país há 20 anos, não cansava de dizer que nos ajudaria no pudesse! É o que eu chamo de pura identificação, pois eles também chegaram como nós e sabem exatamente o que sentimos nestes primeiros momentos. Pagamos o mês de outubro (não cobraram os 3 dias de setembro) , ela assinou um papel do meu caderno dizendo que recebeu o nosso dinheiro , nós ficamos felizes e contentes e lá fomos cuidar do que ainda faltava. Eu fui às 8h50 comprar travesseiros e jogo de lençol na Sears (que fechava às 21) e o Maurício para o supermercaco comprar água.

Em cinco minutos eu estava lá na Sears (que fica dentro do metrô),ouvi a voz sem rosto dizer fechamos as 9 , comprei o que precisava para aquela noite e quando estava no meu caminho de volta , antes de abrir a porta de saída preparava-me para colocar o casaco novamente (todos os ambientes internos são muito quentes e não consigo ficar de casaco). Um moç o que passava abriu a porta e ficou segurando na espera para que eu passasse.

Eu disse – obrigada mas ainda vou vestir o meu casaco. Ele disse , tudo bem eu espero . Ele esperou, eu coloquei o casaco e passei . Eu disse obrigada e voltei para casa DORMIR COM A CERTEZA DE QUE ESTOU NO LUGAR CERTO. Sempre quis morar em um lugar onde o respeito, a educação e a cidadania imperam!!

29.9.06

O maravilhoso mundo da tecnologia!

Dia 28 de setembro foi o nosso último dia no Hotel. Liberamos o quarto ao meio dia mas só poderíamos entrar no apartamento alugado depois do expediente de trabalho da proprietária do mesmo.

Conversamos com o Chinês dono do hotel para que deixassemos nossas malas guardadas com ele até o final do dia, quando poderiamos nos mudar para o apartamento. Ele mais que prontamente permitiu e quando eu disse a frase mágica “ We are NEWCOMERS” (somos imigrantes recém chegados) ele logo abriu um largo sorriso e soltou o aconchegante “Welcome to Canada” como muitas outras vezes já ouvimos desde que chegamos por aqui . Deixamos as malas lá e fomos fazer hora no centro de Toronto.

E como é fácil fazer hora por aqui!! Principalmente para uma amante da tecnologia como eu! Na mais famosa e movimentada praça de Toronto, cruzamento da Dundas com a Yonge, nos acomodamos em uma de suas mesas com cadeiras, o Maurício abriu nosso laptop (cena mais do que comum por aqui) e nos conectou à internet wireless (sem fio) e de lá pudemos falar com o Brasil enquanto ouvíamos o relaxante som das fontes de água que subiam e desciam ao redor da praça! Feito duas crianças, vibrávamos com nossa nova sensação de liberdade de acesso à tecnologia no meio da rua tranquilamente, sem nenhuma tensão (quem mora em SP sabe bem do que estou falando. Quem se arrisca a fazer isso em plena praça da Sé ?).

O negócio é que a partir de agora não posso mais deixar o Maurício um minuto sozinho. Vou ao banheiro escovar os dentes após almoçar na praça de alimentação do shopping, volto e lá está ele conectado ao mundo! Bem, com essas vocês podem imaginar quão “difícil” foi fazer uma hora até que a proprietária deixasse o trabalho. Eu só tenho uma coisa a dizer, e quem me conhece a mais tempo sabe que sempre fui de falar isso mesmo antes de vir para cá, agora então vou repetir em alto e bom som – ADOOOOORRRRROOOOOOO TECNOLOGIA!

E para completar o meu desespero, entramos na loja da Apple do Eathon Centre. Trata-se de um show room da marca com todos os ipods, Nano pods , laptops e afins da famosa maçazinha. Quando nos demos conta eram 17horas!! Liguei para a proprietária para marcarmos nossa mudança e ai é assunto para um outro post.

27.9.06

Feira de Empregos e Carreira

Terminadas as buscas pelo apartamento , é chegada a hora de darmos início às buscas por emprego, mas não sem antes conhecer um pouco como funciona o mercado de trabalho Canadense. Afinal de contas estamos em outro país e isso implica outros costumes, inclusive no mercado de trabalho, que precisamos começar a entender para sermos bem sucedidos nas buscas.

E nada melhor do que uma Feira de empregos e carreiras para aquecer os motores! É fácil perceber que o país está em pleno rítmo de expansão e mercados em alta. Desde que chegamos por aqui (há exatos 14 dias - meu deus, parece que estou aqui há meses!) tenho observado o tanto de feiras como esta que fomos hoje estão acontecendo por todo o país. Além, é claro, das centenas de placas NOW HIRING (contratando) em quase todas lojas de shoppings e afins!

Apesar de sabermos que estamos um pouco "crus", pois ainda não fizemos nenhum Costi, Now ou Co-op (todos programas que o governo Canadense oferece gratuitamente ao imigrante como auxílio em sua colocação no mercado de trabalho), resolvemos ir até a National Job Fair & Training Expo para entendermos como funcionam.

Logo cedo fomos até o YMCA (do qual somos sócios e, enquanto imigrantes, podemos usar os computadores e impressoras de graça) imprimir nossos currículos conforme orientados pelo próprio organizador da feira.

Valeu a passada por lá. Assistimos à uma interessante palestra oferecida pela Manpower sobre postura em entrevistas, abordagens, padrão Canadense de currículo e tudo que envolve procurar emprego por aqui. E há muitas especificidades do mercado Canandense que não possuem nada em comum com o Brasil. Aprendendo sempre!

Depois de rodar todos os estandes, coletar informações e trocar idéias com os empregadores Canadenses, fui pegar um pouco mais de detalhes com o representante da Ailia.ca pois o ramo de traduções e intérprete é outra área da Comunicação que me interessa bastante e quem sabe não é a chance de estudar um pouco. Ainda estamos com muitas janelas abertas... Quem sabe?

Depois de uma meia hora de papo e uma excelente explanação do representante, além de dicas para o mercado de intérprete, o elegante moço que mais parecia um europeu com seu perfeito inglês vira para o Maurício e pergunta, ainda em inglês, você está com ela? O Maurício mais que prontamente diz sim mas eu não tenho estas habilidades, meu mercado é outro...Eis que por trás do perfeito e eficiente inglês surge em alto e bom português "De onde vcs são"?

Pois é, o moço é de São Paulo e mesmo depois de termos deixado o estande, ele cruzou conosco na feira e me deu muitas e importantíssimas dicas sobre este ramo. Quem sabe? Isso é Toronto! Pessoas do mundo todo e de todos os idiomas circulam por aqui.

Por trás de um bom inglês sempre poderá haver um cidadão do mundo! E é isso que eu mais amo nesta cidade!

26.9.06

A nossa Casa é onde a gente está - II

Quem me conhece há mais tempo sabe que sou muito fã do músico e poeta Arnaldo Antunes. Sabe também que sou uma pessoa “musical” (vai desde heavy metal, rock, pop, MPB (algumas vertentes) e agora a MPC - Música Popular Canandense) . Da MPC, a minha banda favorita é o Barenaked Ladies banda de Toronto que me foi apresentada, ainda no Brasil, pela querida Bruna – a DJ oficial do departamento de comunicação da Johnson & Johnson no Brasil.

E desde que o Consulado Canadense disse SIM, vocês podem adotar o país como sua casa, não parei mais de cantar a música A Nossa Casa do Arnaldo Antunes. Ela tornou-se o “hino” oficial do casal na fase preparatória para a chegada em Toronto.

Sendo assim, a partir de quinta-feira, a nossa casa deixa de ser o The Grange Hotel no centro e passa a ser o apê (vejam fotos do local) de um dormitório + den (uma espécie de quartinho menor sem janela) na Baywiew com a Sheppard - zona norte da cidade. Um lugar MARAVILHOSO!. Amigos de North York seremos vizinhos, ao menos pelos próximos dois meses!

Foi o pacote perfeito para quem chegou há apenas duas semanas na cidade e não sabe ao certo onde exatamente será o local de nossos trabalhos. Fechamos diretamente com a proprietária (muito chique por sinal!) que mora no prédio novo e com ótimas instalações.

Além disso, teremos flexibilidade de hotel (sem contrato. Aqui, a maioria dos aluguéis são com contrato de um ano) pela metade do preço de hotel. Estaremos na “boca” do metrô e do MALL (conjunto de lojas e supermercados). Lavarei nossas roupas sem sair de dentro do apartamento pois as máquinas de lavar e secar roupa ficam “escondidas” atrás de uma porta que se abre na parede (recurso muito utilizado por aqui).

Por último mas não menos importante, com todas as famosas UTILITIES (gás do aquecedor, água, eletricidade) incluídas nos $ 700 (dólares canadenses). Ah! O apê é mobiliado, só entrar!

Apenas dividiremos a cozinha e a sala com uma moça que alugou o outro quarto do apartamento (o Den- o cômodo menorzinho sem janela) por um mês. Mas o principal, o BANHEIRO, é privado pois o nosso quarto é uma suite. Formato muito utilizado por aqui e muito apropriado para nossas necessidades atuais.

Optamos por uma estratégia mais flexivel e que nos dê mais tempo para iniciarmos buscas profissionais com um custo menor que o hotel. Calculamos que, em dois meses, teremos uma melhor idéia da cidade em si e das áreas mais prováveis de encontrarmos nossos trabalhos e daí sim escolher um bairro mais permanente para morarmos.

Enquanto isso seguimos cantando A nossa Casa é onde a gente está, a nossa casa é em todo lugar...

25.9.06

Com que Roupa eu Vou ??

Não é nenhuma novidade para ninguém que viver é escolher, optar e até mesmo definir situações. Desde que nascemos fazemos escolhas. Desde as mais simples como a roupa que vestir ou qual música ouvir até as mais importantes como onde morar, com quem dividir todos os momentos da vida e onde trabalhar.

Também não é novidade que, em qualquer lugar do mundo, quando alguém opta por algo deixa outras milhares de opções de lado e nem sempre convive bem com o que eu chamo de síndrome do "SE" - O que teria acontecido SE eu tivesse optado por morar aqui e não ali?

Deparei-me com esta questão hoje ao acordar (e viva o ócio criativo!) pensando especificamente na realidade do imigrante (estes somos nós agora!). Se a realidade das escolhas é inerente ao ser humano em si, com o imigrante então nem se fala!

Imigrar (independente do local) é literalmente recomeçar. Mais, imigrar é fazer escolhas sem base de referência pessoal e para simplificar vou chamá-la de (RP). Explico - quando estávamos em São Paulo tínhamos nossas importantes escolhas e decisões para tomar - Onde vamos morar? Depende de onde um dos dois está tralhando (RP).

Vamos passar o próximo feriado na sua ou na minha mãe? Na minha que é mais perto e o feriado é curto (RP). Vamos ter um ou dois carros? Um apenas porque um trabalha ao lado do mêtro e não precisa dele (RP). Vamos morar em casa ou apartamento? Se na capital em apartamento se no interior casa é mais tranquilo (RP). Vamos fazer pós graduação agora ou não? Sim porque o meu chefe resolveu pagar metade (RP). E por aí vai...

Já o imigrante (olha nós aí de novo), embora nunca deixe de ser quem ele é, deixou suas referências pessoais (RP) para trás. Agora, um novo mundo se abre inteiro para ele! Está ZERADO o cronômetro, eu diria que é praticamente um RENASCER.

E mesmo assim as escolhas e decisões continuam tendo que ser feitas e tomadas respectivamente. Não temos as referências pessoais (ainda, pois isso leva tempo mas constrói-se onde quer que se vá). Então para tudo que vamos escolher levantamos os prós e os contras, pesamos, tentamos encaixar em nossas atuais necessidades e ESCOLHEMOS mas escolhemos sem o que chamei de RP. Este é o começo do IMIGRANTE, daí a decisão de imigrar deve ser carinhosamente bem pensada e principalmente planejada. Exige equilíbrio e auto controle na maior dose que alguém pode imaginar.

Apesar de nossas escolhas ainda não estarem baseadas em RPs (afinal agora somos imigrantes), elas estão sendo feitas e só apuram, a cada dia que passa, nosso equilibrio emocional e auto-controle.

Até mesmo hoje na hora do almoço no bairro Português (onde o atendimento é feito no idioma de Camões) para fazer a minha escolha não havia referência Pessoal alguma. O Atendente da Churrasqueira do Sardinha me perguntou - Você quer o peito ou a perna da galinha? Eu prontamente disse que queria a perna. Isso mesmo PERNA! Os Patrícios chamam a coxa de Perna.. Ainda volto lá para comer o Bacalhau à Gomes de Sá!

24.9.06

Seek and Destroy

Em homenagem ao meu querido marido que curte um som do Metallica e ao momento de nossas vidas que estamos vivendo aqui no Canadá, elegemos um hino para a fase atual: a música seek and destroy (do álbum Kill'em All de 1983). Temos esta "mania" de elegermos hinos para cada fase de nossas vidas!

Estas duas primeiras semanas têm sido uma eterna "busca, procura e destruição"(como diz a música) porque passamos os dias inteiros procurando... Procura casa para alugar, procura rua para se localizar, procura entrada e saída do metrô, procura escolas para estudar, procura amigos, procura tudo!! E eu diria que, no bom sentido, estamos destruindo!!! Daí o hino oficial.

Esta manhã vimos um ótimo apartamento com um formato bem interessante para o nosso momento atual (sem contrato fixo de um ano, preço bom, mobiliado e vizinho de nossos amigos). Não sem antes destravar o cérebro para os formatos de endereço utilizados por aqui e que não estamos habituados a usar no Brasil.

Eu havia marcado com a corretora (até então eu achava que era) na Bayview com a Sheppard (por aqui o hábito é o uso do nome da vizinhança e quando se fala o nome da rua, usa-se o número na frente, ao contrário do nosso Rebouças, 1010 por exemplo) . Claro que o meu cérebro, com duas semanas de Toronto, não se lembrou disso quando falava ao telefone com a corretora para nos encontrarmos no local correto!

Enquanto ela falava o número primeiro e o nome da rua logo em seguida, eu achava que ela falava apenas o nome da rua e ficava perguntando - mas em que número fica?? e ela , pacientemente, repetia tudo! Até que ela me ligou e disse - Paula, onde vc está? Eu dei o nome da rua e ela foi me monitorando por telefone. UFA ! Chegamos, valeu muito a pena, adoramos o apê, ela não era a corretora mas sim a proprietária e o meu cérebro nunca mais vai se esquecer deste detalhe!

Não sem motivos o imigrante chega e nestas primeira semanas fica "zonzo"! Não basta dominar o idioma local, é preciso também conhecer e entender (e isso só vem com a vicência) como tudo funciona, desde as mais simples coisas como atravessar a rua até como funcionam os contratos de aluguel por aqui. É uma saga e tanto!

Para completar o domingo após nossas andanças, fomos visitar a Luly e o Wander que gentilmente abriram as portas de sua casa para que nós pudéssemos ter uma idéia de como é morar por lá. Com a presença da Dani, nos proporcionaram horas muito úteis de troca de experiências e nos passaram informações de momentos que eles já passaram e que certamente passaremos. Dicas para os Costis e Co-ops da vida que todo imigrante deve providenciar.

Enfim, somos muito gratos por esta acolhida. Valeu povo!

23.9.06

Corretores canadenses e almoço dos blogueiros

Nosso sábado foi cheio de emoções! Passamos a manhã toda caminhando pela região em torno do metrô Davisville que, aliás, chamou nossa atenção. Já está na lista das regiões que estamos selecionando apartamento para morar, além de North York é claro.

O que me encanta mas não me surpreende é a quantidade de área verde harmônicamente distribuida por toda Toronto. Mesmo no centro, onde as construções são menos espaçadas entre si, há verde suficiente para acalmar a vista e não estressar a mente. Entretanto, o mais delicioso de ver e fazer é caminhar em meio aos bairros da cidade (o que temos feito incessantemente para achar nosso lugar).

Além disso, metade dos corretores de Toronto, neste exato momento, possuem o meu telefone e a minha especialidade tem sido atender os mesmos para ajudar a direcionar nossas buscas. Hoje mesmo, um deles nos levou até o primeiro apartamento que vimos por aqui. Bom , espaçoso e próximo ao metrô. Básico: vista da janela lotada de verde! Muito cedo para tomar uma decisão, continuaremos vendo...

A parte mais deliciosa e divertida do dia foi o almoço no RichTree dos "blogueiros brasileiros"! Após alguns meses acompanhando as notícias de cada um via seus blogs, fomos almoçar juntos. Tivemos que nos dividir em duas mesas de seis para dar conta da turma toda!

Lá conhecemos pessoalmente e nos divertimos muito com a Luci, a Mirela e sua linda filha Mariana, a Carol, a Lu e o Wander, além de toda a turminha da segunda mesa que não deu para decorar o nome de todos ainda (sorry turma, precisamos nos ver mais para gravar todos!).

Para nós que estamos apenas em nossa segunda semana de Toronto, trouxe muito conforto (além de diversão é claro, e aí a Luci é um caso à parte. Amiga, vc realmente é!!) encontrarmos pessoalmente "gente como a gente" com histórias, sonhos, sentimentos, dúvidas e angústias parecidas. Valeu turma! Espero que este seja apenas o primeiro de muitos!!!

22.9.06

A Chegada do Outono

Hoje é, oficialmente, o último dia do verão no hemisfério Norte. Esta noite começa o equinócio de Outono aqui no Canadá mas já dá para perceber, menos na área da Grande Toronto e mais na região central da província de Ontário, a mudança de cor das folhas das árvores. Do verde para o amarelo e do amarelo para o vermelho. Lindo!

Para nós aí do Hemisfério Sul, o mais próximo que chegávamos destas folhas era via os catálogos que as lojas de departamento como Casas Pernambucanas e C&A faziam sempre para as novas coleções de outono no Brasil. Eu nunca entendi o motivo da folhinha que não é característica de nossa vegetação e clima configurar estes catálogos, mas vá la.

Sempre amei esta paisagem! Agora ela está aqui, em frente aos meus olhos começando mudar aos pouquinhos. A gente anda na rua e sente gradativamente a chegada da nova estação. Nas vitrines, nas roupas, nas pessoas e na paisagem.

Este sempre foi outro sonho de consumo meu - morar em um país em que as estações são bem definidas e "planejadas". Adoro planejamentos e afins, até o clima planejado me atrai mais. Sempre detestei aquela coisa de ter que sair com a famosa roupa "cebola" ou até mesmo "banana" que você vai descascando durante o dia porque, em um só dia, experimentava as quatro estações do ano.

Um dia tá frio, outro calor, outro mais ou menos e outro não... Pelo jeito os meus problemas se acabaram!! Por aqui no verão é calor, no outono é outono, primavera idem e inverno é frio e ponto. Sem discussão! EXCELENTE!

E VIVA A CHEGADA DO OUTONO NO HEMISFÉRIO NORTE!!

*PS- nossas andanças em busca de um lugar para morar continuam.. Hoje fomos conhecer o bairro Italiano que, aliás, aqui em Toronto faz fronteira com o Português. No fim de semana pretendemos ver alguns apartamentos que selecionamos pela cidade.

21.9.06

A Praia de Toronto

Quem foi que disse que não tem praia em Toronto?

Continuando nossas andanças pela cidade com a finalidade de decidirmos qual a vizinha que vamos "montar acampamento", hoje fomos andar pela bonita região conhecida como The Beach (extremo leste da cidade). Fizemos nossa caminhada pelo Waterfront Trail a beira do Lago Ontário.

Isso mesmo. Trata-se de uma praia de água doce e eu não fugi das aulas de geografia tão bem ministradas pelos meus queridos pais (mamãe até a oitava série e papai até o terceiro colegial). O que torna a região linda é a longa pista de cooper e a bem distribuida natureza em torno do parque que acompanham o lago Ontário na região chamada, não sem motivos, por Grandes Lagos.

Toronto é uma das 25 cidades que rodeiam o lago e sobem acompanhando o fluxo do Rio São Lourenço que encontra a província de Quebec. Em determinado ponto do passeio à beira do lago, se traçarmos uma reta imaginária através do horizonte (adoro fazer isso! - contemplar rios, lagos e mares é uma das minhas paixões) encontramos, do outro lado, a cidade de Rochester no Estado de Nova York, nos Estados Unidos.

Passeamos em meio às casas rodeadas de muito verde e bem cuidados jardins. Um cenário de total bucolismo dentro da cidade. Nada que 40 minutos de transporte público não nos leve de volta ao centro da cidade.

Ainda na ZL (zona leste) de Toronto, visitamos os arredores da estação Coxwell do metrô. Alias, andar de transporte público (TCC) em Toronto é muito fácil e tranquilo. Exige apenas um mapa em mãos e um marido GPS (Global Position System) para que a esposa aprenda em pouco tempo a saber lidar com os "East" (leste) e "West" (oeste) da vida. Prático sistema "bússola" que não usamos no Brasil, com exceção de Brasília que utiliza as divisões de Asa Norte, Asa Sul e por aí vai.

Visitamos também outro orgão que oferece aconselhamento e ajuda ao imigrante sobre aluguel de casas e apartamentos em Toronto. Há vários espalhados pela cidade. Escolhemos o Woodgreen Community Services por ficar mais próximo ao hotel que estamos. Mais uma vez o belo "espírito" em atender e ajudar sem receber nada em troca que caracteriza o trabalho voluntario em favor de quem escolheu o país para ficar.

Com base nas dicas da simpática senhora que nos atendeu, orientamos nossas caminhadas pela cidade. Amanhã começaremos a ver alguns apartamentos também em North York. A Dani e a Carol já começaram a campanha para irmos morar lá. Veremos!

20.9.06

Dinheiro do Banco Imobiliário


Não, a imagem ao lado não foi feita com cédulas do famoso jogo Banco Imobiliário (Monopoly em terras Canadenses e Americanas).

Quem nunca jogou os dadinhos e pulou as casinhas com os pinos coloridos buscando adquirir patrimônio e evitar a bancarrota?

Se você é um destes, certamente se lembraria do jogo ao deparar-se, pela primeira vez, com as cédulas de dólares Canadenses. Fiz questão de fotografar as notas ao lado (de 10, 20 e 50 dólares Canadenses) para ilustrar o que falo. De tão lindas e bem cuidadas, ao menos todas que cairam em minhas mãos até agora, as cédulas Canadenses parecem as notas do Banco Imobiliário. Quando recebi a primeira, despertou a minha atenção na hora.

A partir daí, comecei a observar se todas as notas que vinham do comércio (normalmente mais surradas) tinham a mesma aparência. Não me decepcionei, a aparência continuava intacta! O Curioso também foi que, enquanto pensava nisso, passavamos em uma lojinha destas que vendem souvenirs para turistas e na vitrine havia uma camiseta que estampava "I AM CANADIAN" (Eu sou Canadense) e trazia algumas daquelas lendas que turistas e pessoas criam em torno das cidades que não conhecem (ex: no Brasil o país todo é uma selva, indíos andam pelados na cidade de SP e por aí vai...).

Os destaques da criativa camiseta I AM CANADIAN eram: O meu dinheiro não é do jogo Banco Imobiliário, o inverno só dura uma estação e não moro em um iglu...

É , ainda estou com o olhar "turista" e nem poderia ser diferente, uma vez que estamos aqui há apenas 6 dias e nunca haviamos pisado em Toronto antes. Mas isso vai mudar.

19.9.06

YMCA, os celulares e as meias 40 graus negativos

Hoje o dia foi bastante agitado! Fizemos muitas coisas de nossa listinha básica diária. Começamos a manhã fazendo uma visita à YMCA (no Brasil ACM - associação cristã de moços) que mantém um excelente centro de atendimento e aconselhamento ao NEWCOMER (o imigrante que chega ao Canadá).

Você chega, é muito bem atendido e de cara providenciam uma carteirinha de "membro" deste serviço prestado pela YMCA. Em suas ótimas instalações, o imigrante recém chegado tem à sua disposição uma biblioteca equipada com computadores com acesso gratuito à internet, livros dos mais variados tipos (desde sobre a saúde da mulher imigrante até leis do mercado de trabalho canadense), dicionários, anúncios de emprego e uma infinidade de informações. Vale a visita, fica na Charles st.

Voluntários trabalham para atender dúvidas e necessidades específicas de cada um que chega, além de haver um mural com palestras oferecidas sobre os mais variados temas de interesse do imigrante. É incrível como o país está preparado para receber o imigrante!

Lá mesmo, já marcamos o teste de avaliação do nosso inglês para 4 de outubro. A partir daí, eles oferecem aconselhamento e direcionamento para que tipo de curso e emprego o imigrante pode seguir. Este teste também serve para direcionar a sala que o imigrante vai frequentar gratuitamente nos LINCs (cursos de inglês direcionados para o imigrante). Achamos interessante ver como funciona o teste e o aconselhamento.

Hoje adquirimos também os nossos celulares. Sim, enviaremos aos amigos em breve os nossos números. Optamos pelo plano familiar da Rogers que nos ofertou dois aparelhos de graça e duas linhas para usarmos na mesma conta o que nos pareceu bem interessante.

Começamos também a nosa "caça" aos casacos de inverno (como dizia a Dani Zuim - inverno PROFISSIONAL) e botas para termos uma idéia de preços e tipos de botas e casacos que vamos ter que comprar para encarar o "friozinho" Canadense! Andar pelas lojas foi uma diversão à parte!

A ótima dica da amiga virtual Dani da loja que está liquidando botas do inverno passado com desconto de 40% só não foi melhor porque a bota que estava com excelente preço não tinha no meu número. Ao menos serviu para eu descobrir que o meu número por aqui é 7,5 e não mais 37 ehehe.

Além de quase surtarmos na Mountain Equipment Co-op (equipamentos para trilha, montanhismo, camping) que fica em frente da loja das botas, vi pela primeira vez na minha vida um par de meias cujo nome era quarenta graus abaixo de zero, isso mesmo, uma meia que aguenta esta temperatura!. O Maurício quase não queria deixar o local. Para quem ama camping e mochilões como nós foi uma loucura.

Batemos os olhos em tudo, viramos e fomos para a SEARS ter uma idéia de preço do casaco para temperaturas negativas que vamos comprar. Os preços também estão bons porque estamos iniciando o outono por aqui e as lojas estão liquidando estoques do inverno passado para se preparar para o tão esperado Frio PROFISSIONAL (como diz minha amiga Dani Zuim) deste ano.

PS* Ainda não compramos nada de casaco nem bota mas quase surtei com as botas diferentes de inverno nas vitrines daqui. Sempre amei as roupas de inverno dos filmes (ou seja de inverno Profissional) e sempre quis usá-las. Parece que agora usá-las ei!

Homenagem às nossas Mães!

Desde que deixamos o Brasil não poderia deixar de registrar por aqui o quanto nossas queridas mães (Lizete - a minha e Neuza - a do Maurício) têm entrado, juntamente conosco, em um novo mundo de descobertas e aprendizado .

Enquanto nós, por aqui, aprendemos a cada segundo cada simples detalhe do cotidiano de outro país, elas, por lá, iniciam-se entusiasmadas e com afinco e dedicação no mundo maravilhoso da internet e seus afins (skype, msn, blogs...).

Lizete e Neuza vocês estão de parabéns!!! A minha mãe, por exemplo, até dois meses atrás sequer sabia ligar um computador. Hoje, além de me passar e-mails diariamente sem a ajuda de ninguém, tem se mostrado uma blogueira de primeira fazendo até comentários nos blogs que lê!
A Neuza, até o Skype hoje utilizou para ver o filhinho querido !

Aí vocês pensariam se não seria natural tudo isso no mundo de hoje. Para a geração delas não! Elas venceram medos e bloqueios e, em tão pouco tempo, estão se virando no mundo virtual. É, este tal de amor de mãe deve ser realmente poderoso!!

Lizete e Neuza nós amamos vocês!!

18.9.06

O Primeiro documento Canadense...

A gente nunca esquece! Estamos muito felizes porque hoje demos entrada em nosso primeiro documento canadense: o Social Insurance Number, vulgo SIN. Guardadas as devidas proporções, trata-se de um PIS/CPF (cadastro de pessoa física) brasileiros.

Para tanto, fomos até o Centro de Recursos Humanos Canadense mais próximo do hotel que estamos hospedamos, gastamos uma hora na fila de espera e, mais uma vez, fomos prontamente atendidos e já saimos de lá com o número em mãos. Isso significa que, a partir de agora, já podemos arrumar emprego e existimos oficialmente para o governo Canadense. Em 4 semanas os cartões serão enviados para a casa da nossa querida colega Dani que gentilmente cedeu seu endereço para usarmos até que tenhamos o nosso próprio. Obrigada Dani!

Acho que vou desenvolver uma tese sustentando que todas as Danielas do mundo, ou pelo menos as que cruzam o meu caminho, são muito gente boa mesmo! Deixei duas Danielas muito especias e grande amigas no Brasil (Zuina e Caldeirinha vocês moram no meu coração) que me ajudaram muito antes de vir para cá (uma com os mapas e preciosas informações e outra com as moedinhas canadenses e as palavras de incentivo). Agora, sem nem mesmo conhecer pessoalmente ainda, encontro outra Daniela disposta a me ajudar nas terras da Molson!

Definitivamente elas merecem uma homenagem - MUITO OBRIGADA DANIELAS (do Brasil e do Canadá) !!!!

Uma vez homenageadas, posso prosseguir . Deixamos o Centro de Recursos Humanos do Governo Canadense (ao lado do Dufferin Mall) e já aproveitamos para fazer uma comprinha básica de suprimentos (água, frutas, pão, etc.) no No Frills que já havia sido recomendado por duas das três Danielas (a Zuina que ficou no Brasil morou dois anos em Toronto) por se tratar do mercado mais barato da cidade. Aprovadíssimo!

Fora a experiência! Como bons mochileiros que somos, eu e meu marido, adoramos passear pelo supermercado observando cada detalhe, diferenças de produtos e variedade dos mesmos. Nas andanças que fizemos pelo mundo afora, o "tour" pelo supermercado de cada país diferente era roteiro certo na viagem. Todo mochileiro sabe como fazer compras em supermercado, ao invés de consumir produtos em pontos turísticos, barateia os custos da viagem.

Claro que agora é diferente. Vamos morar aqui. Entranto, na primeira semana em um novo lugar, independente do propósito da viagem, o olhar de turista é o mesmo. Portanto, nos sentimos novamente em nossos mochilões pela Europa e EUA.

O mais delicioso desta nova experiência tem sido a sensação de comemorar a vitória por cada passinho que damos. Estamos vivendo um dia de cada vez e, a cada dia, andando um pouquinho mais para frente. Daí a sensação de plena satisfação.

17.9.06

Explorando o bairro Português

Mesmo sendo filha de pai e mãe professores de geografia, durante toda a minha vida escolar nunca soube que a China fazia fronteira com Portugal. Pois é, isso mesmo! Em Toronto isso é possível e incrível!

O hotel que escolhemos para nos hospedar é extremamente bem localizado (fazemos tudo a pé) e fica muito próximo da "fronteira" entre os bairros chinês e português. Este fim de semana fomos bater perna no bairro português. Caminhar em Toronto é uma daquelas experiências que eu recomendaria a todos uma vez na vida.

Em um momento você está lendo placas em chinês, ouve inglês e chinês e, em outro, ouve o português falado na terrinha de nossos patrícios. Todo e qualquer estabelecimento que você entra é atendido no idioma de Camões.

Destaque para a boa comida portuguesa que é facilmente encontrada por lá. Sem falar na ótima relação custo benefício (principalmente para o casal aqui que (ainda) está administrando um orçamento que só sai) . Após andarmos quase tudo por lá, almoçamos na Churrasqueira (se fosse no Brasil chamaríamos de Rotisserie um local como este) do Sardinha um excelente frango assado acompanhado de risoto e batatas por apenas $7. Um prato muito bom e bem servido sai mais barato que o Mc Donald´s e come-se melhor. Além disso, até então, a garrafa de um litro de água mais barata que encontramos também foi lá.

É um bairro bem curioso e que vale o passeio mas já sei que é um bairro onde não pretendo morar (até para não me acomodar no idioma mãe - lá se você quiser você não fala inglÊs em momento algum). Mas que certamente frequentarei para comer a boa comida Portuguesa e até adquirir alguns produtos brasileiros no mercadinho Nosso Talho.

A Odisséia do Laptop

Neste sábado que passou fomos, eu meu querido marido, felizes e contentes em busca de nossa ligação com o mundo - o nosso laptop. Geladeira, cama e até mesmo o novo apê podem esperar, a ligação com o mundo não!

Já conhecendo a Best Buy de outros carnavais nos EUA, fomos direto para lá. O que não esperávamos é que estaríamos nós e as torcidas de todos os times de hockey do Canadá fazendo compras naquele dia! Era o Best Buy Grand Opening Clebration (uma espécie de feirão da tecnologia com muitos descontos) que a loja realizou durante o fim de semana para atrair consumidores. Conseguiu e como!

Só para chegarmos na porta da loja, tivemos que passar em meio a uma multidão que assistia ao show do John Mayer (que eu logo de imediato já apelidei de Zé Mayer) e que era uma oferta da loja (o show era de graça) bem no cruzamente agitado da Dundas com a Yonge (em frente À loja) . O som do tal de John Mayer (alguém conhece? ) até que era do bom mas o nosso foco naquele momento era o laptop.

Vencida a multidão do show, tivemos que vencer a multidão que comprava tecnologias (eu amo tecnologia e esta loja é um inferno para quem gosta!!). Quando chegamos perto de nosso sonho de consumo ouço:

-"Todos devem deixar esta área agora! por favor retirem-se agora !" ordenavam os "policias" (aqueles dos meus seriados favoritos).
Quando olhei a minha volta me dei conta que estavamos cercados por um bando de seguranças , polícias de tudo quanto foi jeito. Pensei, meu deus! deve haver alguma ameaça de bomba por aqui não é possível!

Aproximei-me do policial e perguntei o que acontecia.. E não é que o tal do "Zé Mayer" nos impediria de comprar nosso tão esperado laptop!! Isso eram 16horas e a área só seria aberta novamente 19horas. E tudo isso por causa da tarde autógrafos do "Zé"!!

Fomos fazer hora pois estávamos determinados a voltar para casa com nosso "brinquedinho" e quando voltamos, após nos sentirmos em uma verdadeira feira onde o vendedor atendia 4 pessoas ao mesmo tempo e laptop vendia feito água, conseguimos finalmente levar para casa (digo hotel) o nosso "bebê".

21h- abrimos felizes e contentes. Ao ligar nada aconteceu! Meu marido disse que a minha expressão de frustração naquele momento foi incrível! Fomos dormir inconformados!

No domingo às 11 da manhã (na reabertura do feirão) enfrentamos uma fila que mais parecia o Hopi Hari nas férias de julho (com a diferença da extrema organização). E aí vem a melhor parte de tudo e a deliciosa sensação que já sinto na pele de morar aqui - a simplicidade e a rapidez em resolver as coisas. Em 10 minutos conhecemos o serviço de atendimento ao consumidor da Best Buy (excelente e aprovado) trocamos por outro laptop e finalmente posso voltar a atualizar o blog!

8 Coisas sobre mim...

Em meu quarto dia como imigrante em Toronto, aceitei o desafio que a Dani me passou e que, por sua vez, recebeu da Mirella de listar 8 coisas sobre mim. Ai vai:

Apesar de muito comunicativa, gostar bastante de conversar e ter facilidade de interagir, tenho uma certa dificuldade em falar de mim mesma. Talvez trate-se mais de um "vicio" da profissão de jornalista assessor de imprensa (relata sempre o outro ou ou fato e nunca a si mesmo) do que meramente timidez.

Sou paciente, flexivel e bastante tolerante (caracteristicas adquiridas com o passar do tempo e da convivência com um marido muito mais paciente, tolerante, etc.). Mas como ninguem e de ferro:

As coisas que mais detesto são: cigarro (adorei o fato de aqui em Toronto o ato de fumar seja bastante controlado e não permitido na maioria dos locais), gente que fura fila, calor excessivo, falta de respeito e filmes dublados (aqui no Canada os meus problemas se acabaram).

As coisas que mais amo são: natureza, esportes em geral (futebol em específico mas em estando no Canada acho que vou começar a acompanhar a nossa amiga Dani nos jogos de futebol americano), meus amigos (velhos e bons que ficaram no Brasil e os novos que estão nascendo em terras Canadenses), crianças e meu marido.

Tenho uma eterna adolescente dentro de mim que não deixa nunca de ter como idolos Mat Damon, Ben Afleck, Brad Pitt, Tom Cruise e Adam Sandler e não perde um filme deles (mesmo os piorzinhos - o Adam Sandler tem muitos). Além de ser uma cinéfila de carteirinha.

Nutro uma inexplicável ligação com tudo que vem do oriente (filosofia, gastronomia, cultura). Um dia ainda vou conhecer a China e aprender Mandarim. Já vi que oportunidades para isso aqui em Toronto não faltam. Quando saí do Brasil tive que largar quase 4 anos de kung fu e o budismo é a minha filosofia de vida.

Estudar idiomas estrangeiros sempre foi um grande prazer. Além do inglês, frequentei a Aliança Francesa por 4 anos e o Instituo Italiano de Cultura por 3. Adoro ter a oportunidade de treiná-los e aperfeiçoá-los. Toronto é a cidade dos meus sonhos neste sentido. A Torra de Babel!

A Polícia me fascina (a montada canadense mais ainda) . Devo ter um desejo inconsciente que trago de criança de querer trabalhar na polícia um dia! Isso que dá assistir demais o Law & Order SVU meu seriado preferido juntamente com House.

Ufa! Acho que consegui. Garanto que não foi nada fácil mas foi um excelente treino. Adorei o desafio e aproveito para agradecer os votos de sucesso e todas as preciosas dicas que a turminha de North York tem me dado desde antes de sair do Brasil. Valeu turma e um dia damos uma passada por aí.

15.9.06

Direto de Toronto

CHEGAMOS! ACONTECEU! Este primeiro post servira apenas para registrar a nossa chegada em terras Canadenses. Vou resumir algumas impressoes (ate porque estou em um cyber pagando pelo acesso e na semana que vem, se deus quiser, estarei com o nosso computador e darei mais detalhes de tudo) desde que chegamos:
  • Voo tranquilo e sem problemas com bagagens nem tampouco turbulencias
  • chegada no aeroporto de Toronto mais tranquila ainda.
  • Na chegada a imigracao mais parecia que eu estava entrando em qualquer outro local menos a imigracao, tamanha era a alegria, educacao de todos em nos atender. Nao ficamos mais do que dez minutos para finalizar os processos.
  • Traslado do aeroporto ate o hotel ($46) seguro, rapido e confortavel.
  • Hotel exatamente como prometido pela internete (nem mais nem menos)
  • Abrimos nossa conta no banco enquanto esperavamos liberar o quarto. Tudo muito simples, rapido e desburocratizado!
  • Hoje escrevo em nosso segundo dia e nosso empenho agora e adquirir nosso proprio computador para eu poder detalhar mais os meus posts.

No mais, o sonho virou realidade mas ate agora ainda olhamos um para o outro em estado de extase sem acreditar que fizemos de fato o que sempre sonhamos!

PS - post sem acentos por motivos obvios de teclado diferenciado.

12.9.06

O Dia Depois de Amanhã...

Mais conhecido como quinta-feira (14/09) para os que lerem este post em outra data que não hoje. O Dia Depois de Amanhã não se trata de uma famosa produção cinematográfica onde tudo congelou, mas sim de nosso primeiro dia em terras Canadenses (que não deixam de ser geladas na maior parte do ano).

Este sim vai ser um dia para entrar na história de nossas vidas e assim que estivermos minimamente instalados por lá, tratarei de atualizar o blog. Escrevo hoje o último texto em terras brasileiras.

Enquanto isso vou curtindo a sensação estranha, quase indescritível, da véspera da viagem. Definitivamente, é neste exato momento em que escrevo – 22h30 do dia 12/09 – quando sinto de fato a dimensão do que estamos prestes a fazer. Consigo também dimensionar algo que, até então, era incapaz de fazer: o tamanho da força interior que habita em mim.

Não menos de 30 minutos antes, meus queridos tios Zé/Edna e o primo Murilo (que já se aventurou por três anos em terras Britânicas e sabe bem como nos sentimos na véspera), além do meu compadre Cláudio, chegavam para um abraço e carinhosas palavras de estímulo e votos de sucesso na empreitada.

Eles apenas fecharam um círculo de afagos com palavras que havia se iniciado uma hora antes com expressões e gestos de duas queridíssimas crianças de meu convívio – a Rafaela (minha querida afilhada) e a Claudia (carinhosamente chamada de Claudinha e irmã da Rafaela).
Nestes últimos dias de Brasil, tenho dito que virei mestre nas técnicas do famoso “engole o choro” até para que o excesso de lágrimas não confunda o momento de plena felicidade com qualquer outro sentimento negativo. Na maioria das vezes tenho tido sucesso em lutar com a grande bola de choro que sobe a garganta e pára antes de se atrever em ganhar o mundo exterior. Algumas vezes as técnicas falham. Hoje falharam.

E quando falham, pego o meu livrinho preferido (Buda – o mito e a realidade /Heródoto Barbeiro) que resume bem alguns pontos principais do Budismo – filosofia esta que adotei como minha há cerca de três anos – releio alguns pontos e encontro calma e serenidade novamente...

“Quando não é apegado a um e indiferente a outro, enquanto não se alegra em excesso com o que é agradável, nem se entristece excessivamente com o que é desagradável – então é um homem de perfeita sabedoria” – Bhagavat Gita.

Durmo tranqüila.
*PS – o título deste post foi uma criação de Mauricio Silveira Humer (vulgo – o melhor marido do mundo).

6.9.06

A Paz da casa da (MINHA) sogra

A ausência do blog justifica-se por um único e nobre motivo. Estou no que sempre chamei de "o meu retiro espiritual preferido" - a casa da minha querida sogra Neuza! Desde que tive a felicidade de começar a namorar o meu atual marido, passei a freqüentar, durante os feriados, a fazenda onde moram os meus sogros. Foi o local que escolhi para passar os últimos dias no Brasil.

Situada na cidade de Regente Feijó (interior paulista), a fazenda fica a não mais de vinte minutos de carro de Presidente Prudente. Para uma apaixonada pela natureza como sou, desde pequena, passar uma semana em meio aos gigantes eucaliptos, bois, cavalos, galinhas de angola e o que é melhor, a comida caseira da fazenda, foi um bálsamo.

O local ideal para recarregar a “bateria” já bem esgotadinha após uma maratona de mudança, malas, documentos e bota-foras. Para qualquer lado que olhamos vemos natureza. Pura fonte de revitalização!

Desde que comecei a namorar o meu querido marido, costumávamos passar os feriados por aqui e recarregávamos a pilha para voltar para São Paulo zerados. E agora, há exatos sete dias do embarque, não haveria melhor lugar para restabelecermos o equilíbrio mental e físico para tocarmos em frente!

Brinco muito com a minha querida sogra Neuza que ela coloca ervas medicinais em tudo que ela cozinha por aqui de tão relaxados que ficamos quando nos hospedamos na Fazenda São Pedro. Sem falar do meu querido cunhado André (pizzaiolo de mão cheia) que vai nos presentear com uma deliciosa rodada de pizza antes de deixar o país!

Agora vou voltar os meus olhos novamente para o vôo dos pássaros em meio aos eucaliptos e apreciar o belo entardecer no sítio. Só passei por aqui para dizer que a próxima atualização será apenas na segunda-feira quando termino meu delicioso retiro!

FALTAM 7 DIAS PARA O EMBARQUE!

1.9.06

Maratona de Bota Foras

É rodada de pizza na casa de um, jantar na casa de outro, churrasco no quintal da vó, almoço com amigos e até o famoso queijos & vinhos importado de São Paulo fizemos em terras interioranas.

UFA! parecemos candidatos a algum cargo em plena campanha eleitoral cumprindo sua agitada agenda de compromissos sociais. A principal e importante diferença é que todas estas pessoas que nos rodeiam e participam dos bota foras nos são muito queridas e especiais o que, convenhamos, não acontece necessariamente na esfera política.

Já estamos na reta final e ainda temos pelo menos mais quatro bota foras. Sem contar os muitos que realizamos antes de deixar São Paulo com os meus queridos e sempre amigos de lá. O mais gostoso de tudo isso é que em todas as ocasiões o clima e o astral têm sido muito agradáveis, longe da angústia da despedida. Todos emanam boas vibrações e desejos de sucesso e boa sorte!

Por isso gostaria de agradecer a cada um que vem contribuindo para que os nossos encontros antes de deixar o Brasil tenham deixado tão boa sensação em nossos corações. A sensação de conforto, segurança e acima de tudo, respeito por nossas escolhas.

Não citarei nomes por uma questão de justiça, uma vez que todos que nos rodeiam tiveram a sua pontinha de participação em nos propiciar os melhores dias de nossas vidas antes de partir. MUITO OBRIGADO!

Partimos com a certeza de que onde quer que estejamos, encontraremos sempre pessoas especiais para partilhar momentos tão belos como estes que estamos vivendo hoje.

Obrigada inclusive ao “tio” Reinaldo que nos mostrou hoje no Google Earth a rota que o avião fará no vôo que pegaremos de São Paulo para Toronto. Enquanto o experiente comandante de vôos internacionais nos dava detalhes da rota, minha mente já se tele transportava para lá... CANADÁ aí vamos nós.

FALTAM 12 DIAS PARA O EMBARQUE!