21.7.09

Dona cegonha vem nos visitar...

(*Imagem by Anne Guedes).


Caminho nas ruas e vejo as pessoas com outros olhos... Paro. Penso. Concluo: "cada ser humano deste iniciou sua jornada dentro do útero de suas mães!"

Olho para os lados e, de repente, noto o tanto de mulheres grávidas à minha volta. Onde quer que eu vá! É a explosão populacional. Mas espera aí, não é não. Elas sempre estiveram lá, no mercado, no ônibus, no escritório, na feira, na farmácia. Sim, claro! Eu é que não via com os mesmos olhos de agora. Olhos de empatia por cada segundo de vida que é gerada dentro do útero de cada uma destas mulheres.

Ainda enxergo os meus pés, afinal começo agora o quarto mês do milagre que é o início da vida mais conhecido como gravidez. Entretanto vejo a pontinha de uma barriga que traz uma felicidade que eu nunca senti antes na vida. Completa, infinita e indescritível. A cada dia, o meu corpo muda, fala, ganha vida própria!

E as vezes até tenho a estranha sensação de estar participando de um experimento científico e que algum chip foi injetado em mim e agora é comandado, à distância e via controle remoto, por outrém que não eu! Embarco com o maior prazer nesta jornada sem controle. Uma hora choro, outra tenho acessos intermináveis de riso descontido. Choro porque o feijão que eu pretendia cozinhar acabou antes do planejado, disparo a rir porque o marido deixou algo cair no chão. Totalmente nonsense, sem controle. Uma delícia de descontrole, pois sigo na jornada fantástica da descoberta do que ainda está por vir.

Se mesmo a minha cabeça adulta, grávida mas adulta, sentiu nos primeiros 3 meses inteiros uma sensação que misturava encantamento e surrealismo ao mesmo tempo, que dirá a cabecinha de um pequenino garoto de cinco anos que me fez presenciar a cena mais linda de todas desde que soube que estava grávida. Em churrasco da empresa do marido, em um momento do dia, digo ao pequeno que há um bebê crescendo dentro da minha barriga e eis a sequência do diálogo:

"Isn't this food? (mas não é comida?)" - diz o espantado menino.
"No. There is a baby growing here ...(não. há um bebê crescendo aqui) - respondo eu contendo meu riso.

Instintivamente ele acaricia a minha barriga com um carinho e naturalidade típicos das crianças e diz: "Hi, baby.."

Não bastasse este momento mágico, no final do churrasco fomos nos despedir da mãe do menino em questão e ele veio correndo até mim, colocou os seus ovidos na minha barriga como que querendo estabelecer uma comunicação direta que só as crianças são capazes de ter com os bebês ainda no útero e saiu com essa:

"Can we open the baby now?? (podemos abrir o bebê agora?)" - indagou inquieto.
"No. Not yet, I am not prepared (Não. ainda não, não estou preparada... risos) - respondi.

Diante da resposta ele acaraciou novamente a minha barriga e disse "bye baby. see you later". E tem sido assim, desde que eu descobri a gravidez. Um momento mágico atrás do outro. Ah, a cegonha já programou a sua visita para dia 05 de janeiro e nós a aguardamos na maior felicidade do mundo!



16.7.09

Interior de Ontario

Domingo que passou fizemos um passeio delicioso! Uma ótima dica para quem está em Toronto ou em suas redondezas. Trata-se de uma região conhecida como Centre Wellington ou a junção das charmosas cidades Fergus, Elora, parte de Nichol, West Garafraxa e Eramosa, todas localizadas na região sudoeste de Ontario e acompanhando o curso do Grand River.

De Toronto, a viagem tem cerca de 115 km de distância e muito charme, principalmente em um domingo ensolarado de verão! Tanto Fergus quanto Elora são aquele tipo de cidadezinha charmosa do interior com passeio de charrete, tocadores de banjo nas ruas principais que não são muitas, afinal o charme todo está aí, e cheias de lojinhas de artesanato e antiguidade. Sem contar a natureza toda característica de cidades que acompanham o fluxo de um belo rio como Grand River.

O destaque deste passeio fica com Elora Quarry, um local onde os canadenses vão para curtir a praia (de rio claro!) mas um rio lindo, limpo e que formou uma piscina natural devido a especial formação rochosa em seu torno. O visitante pode, além de nadar, esticar-se para tomar um sol, fazer um churrasco à beira do rio. Você só precisa pagar a entrada de $4.50 por pessoa, levar a parafernália (a farofa mesmo:) e voilá... Passar um dia junto à natureza e depois completar a visita dando um passeio pela cidades , tomar um sorvete, ouvir o barulho da queda de água do moinho... Vale a visita!




2.7.09

Dia do Canada


No feriado de ontem (comemoração do aniversário de 142 anos de independência do Canadá) aproveitamos o dia lindo de sol para dar uma volta por alguns poucos parques da cidade que tinham algum evento acontecendo.

Por conta da greve de funcionários da prefeitura que já dura 11 dias, muitos eventos foram cancelados mas graças a alguns deles acontecerem em parques federais que, por sua vez, possuem mão de obra terceirizada e não sindicalizada, os moradores da cidade que não viajaram puderam celebrar o dia.

Sempre que vou a este tipo de evento em parques públicos, este já é o nosso terceiro Canada Day, o que mais gosto de ver é a maneira natural e interativa como a História é sempre passada para as futuras gerações, o que faz com que ela (a História) seja algo acessível e gostoso de se vivenciar. Tanto por crianças quanto por adultos.

Agora que moro aqui já me acostumei com uma das cenas mais lindas na minha opinião e muito corriqueira por estas bandas: a de pais, tios e avós mostrando e explicando a História para os pequenos que sequer começaram a andar. Há alguns anos, fiz uma viagem de intercâmbio pelo Rotary (GSE program) pelo estado de Illinois nos Estados Unidos e lembro-me que já naquela época, há uns 9 anos, emocionei-me muito ao ver, enquanto visitava o túmulo de Abraham Lincoln, um pai contar, em linguagem bem direcionada ao pequenino que o acompanhava, quem foi Abraham Lincoln e logo em seguida o pequenino que acabara de aprender a ler, lia parte da declaração de Lincoln em seu túmulo.

Naquela época eu era apenas uma turista encantada com a cena. Hoje, apesar de a cena ter se tornado parte da realidade em que vivo, não deixo de me encantar com ela e de achar lindo! E como podem ver pelas fotos deste post, não são só as crianças que gostam de vivenciar a História e de se envolver com ela ...