30.1.13

Feliz 2013

Eu sei, eu sei. Estamos finalizando o primeiro mês do ano e eu aqui desejando um feliz 2013 para aqueles que ainda me seguem mesmo tendo percebido que a frequência com a qual escrevo não é a mesma com a qual eu gostaria de conseguir escrever. Entretanto, cá estou. E, de qualquer forma, ao menos para mim, hoje é sim o primeiro dia útil do ano de 2013 uma vez que viajei de férias antes do natal, portanto ainda em 2012, e só voltei agora. Sim, sim, eu mereço. Trabalhei duro para isso.

Inicio hoje mais um ano no Canadá. O sétimo. Mais um ano tentando, suando, trabalhando e criando. Longe é verdade. Longe de pessoas muito amadas e queridas. Longe do que chamamos conforto. Aquela, a zona de conforto.

E seguimos ainda ou sempre. Não sei ao certo. Aliás, muito comum não saber nada quando se começa mais um ano de imigrante vindo de férias passadas no país de origem. Sempre digo que não se deve planejar nem muito menos tomar nenhuma decisão nos dias que sucedem sua volta das férias no Brasil. Nos dias em que predomina o que chamo de ressaca de férias.

Sinto isso há seis anos. Sempre senti. Uns anos mais intenso outros nem tanto mas sempre senti essa confusão de sentimentos, pensamentos e falta de clareza. E me pergunto se trata-se de algo intrínseco, inexorável mesmo à alma do imigrante. Aliás, aqueles bravos que estão longe de tudo há mais tempo que eu (de sete anos para frente) poderiam me dizer se um dia deixam de sofrer de ressaca das férias. Alguém?

Uma pista eu tenho. O ir e vir com filho pequeno tornou tudo mais intenso. O amor, que antes existia mas mais moderado e seguindo mais à risca as normas de conduta social, hoje jorra, quase sangra de tão forte e lindo! Sinto à flor da pele, cada vez que volto do Brasil com meu pequeno (que hoje tem 3 anos e acaba de entender o significado das palavras saudades e distância), o real significado do dito popular : "quem beija meu filho minha boca adoça" (ou algo próximo disso). Não sei ao certo.

O fato é que, independente de o impacto ser muito maior quando na equação da ressaca de férias há um filho pequeno, a existência da mesma (a ressaca que, ao menos para mim, não dura mais do que uma semana) não significa que a balança vai pender mais para um lado do que outro (digo mais para continuar vivendo no Canadá ou voltar para o Brasil). Ao contrário. O mesmo fator (filho pequeno e o amor que jorra de familiares, principalmente avós e tios) que faz você chegar a cogitar a possibilidade, mínima que seja, de voltar; paradoxalmente faz com que você tenha ainda mais vontade e força para ficar.

Resumo: Filho, obrigada por você existir. Família, eu amo vocês onde quer que eu esteja.

Feliz 2013 !