30.6.06

A despedida da Johnson & Johnson

Chegou o dia! Mais difícil é saber se chegou o dia da minha despedida na comunicação da Johnson ou o dia da desforra dos meninos. João Ricardo e Renato, finalmente um almoço do departamento em uma churrascaria!! Em tempo: a equipe maravilhosa que hoje deixo é a maior concentração por metro quadrado de pessoas apaixonadas pela culinária japonesa. Excetuando, é claro, os não menos queridos João Ricardo e Renato Toledo.
O João Ricardo - pai do Gabriel e dono de uma alegria juvenil e capacidade de rir de si mesmo encantadoras - deu pulos de alegria quando definimos que o almoço de hoje para a minha despedida seria em uma CHURRASCARIA! O Renato idem.
Meninos, o meu almoço de despedida será uma homenagem à vocês. Deliciem-se com picanhas, linguiças, alcatras e afins! Eu mal posso esperar para ver a cara do João Ricardo quando o garçom passar com espetos de picanha na brasa e a do Renato quando vir aquela gordurinha suculenta hein Rê? (O Renato é um caso raro na natureza, para estudo mesmo. Come de um tudo em proporções nada generosas e mantêm-se jovem, esbelto e feliz). Continue sempre assim Rê.
Afinal, em mais de três anos juntos quanto sacrifício para os pobres que nos acompanharam sempre nos almoços tipicamente japoneses do departamento. João, desta vez você não precisará ficar ouvindo e tentando traduzir as melodias orientais e ficar apenas nos pasteizinhos fritos do rodizio do Nanako http://www.nanako.com.br/index_site.html UFA né? Eles merecem...
E não pensem que o resto da turma vai ficar só olhando não vai ser um almoço e tanto. Regado, tenho certeza, a muitos risos e gargalhadas como sempre foi quando juntamos esta turminha da pesada que mora no meu coração e vai fazer muuuiiiittaaaa falta!
Parafraseando a Xuxa - "Queridos - João Ricardo, Renato, Lais, Bruna, as Danis (Zuim e Caldeirinha) e Leslie foi muito bom brincar com vocês, estar com vocês!!" Alguém aí vai dizer mas não são os seus colegas de TRABALHO? É verdade sim (e quanto trabalho né turma?) mas o fato é que quando trabalhamos com uma turma que possui a especialíssima capacidade de rir nas adversidades e de nós mesmos, trabalhar vira uma brincadeira de criança!
Sucesso e boa sorte para cada um de vocês. E que venham as picanhas !!!!!

28.6.06

O Mapa de Toronto

Ontem foi outro daqueles dias bem especiais nesta nossa fase de preparação para a mudança! A minha querida amiga Zuina (dani, prometo que chamarei você de Zuim em algum momento desta vida ainda ok?) nos presenteou com o mapa da cidade de Toronto! Não um mapa daqueles que o turista recebe nos aeroportos e estações de metrô mas um completo guia de ruas de nossa nova cidade!
Foi o que bastou para eu não tirar os olhos dele o dia todo! Chego em casa e mostro ao querido marido (quantos mapas pelo mundo afora já exploramos juntos né marido?) e pronto! Pareciamos duas crianças encantadas brincando de localizar lugares em nossa nova cidade. Mapa estendido no chão e olhares que mais pareciam dois radares de felicidade detectando ruas e esquinas que serão nossas referências nos próximos anos....
Caetano Veloso que nos perdoe mas "Alguma coisa "não vai" mais acontecer em nossos corações quando cruzarmos a av. Ipiranga com a São João. O caso de amor agora é com os cruzamentos da Dundas com a Bay, da Yonge com a Bloor...
O bom e velho guia de ruas de São Paulo (com suas páginas marcadas e gastas pelos 10 anos de uso) dá lugar ao guia de ruas de Toronto que a Dani nos deu (Zuim, muito obrigada por tudo) .
Até mesmo os "Engenheiros do Hawai" nos perdoarão porque, a partir de agora, as "paralelas que se cruzam em Belém do Pará" não se cruzarão mais lá (se é que um dia elas se cruzaram)! Cruzarão agora bem pertinho do Alaska! Licença poética para eles e para nós também !
É isso - guia de ruas em mãos, exame demissional feito, três últimos dias no trabalho. Agora só faltam a mudança, a passagem aérea, o até mais para os queridos e o que era sonho se concretizará. O que era plano sairá do papel. O que era o hoje se tornará o amanhã. E que venha o amanhã!

23.6.06

Acordando e Cantando...

Alguém vai dizer: "Espera aí, o clássico musical não seria caminhando e cantando?".
Sim, sim... É que hoje eu acordei especialmente feliz e gostaria de compartilhar com todos (acredito piamente que a felicidade mora dentro de cada um de nós, claro que sempre alternada com momentos tristes e de sofrimento justamente para que valorizemos mais os momentos felizes. Os budistas acreditam que sem dor não há crescimento. Eu também) e, por isso mesmo quando estou feliz compartilho com as pessoas que amo e que estão à minha volta com a intenção de transmitir bons momentos à eles.

E hoje, acordei (às 5h30 como faço todos os dias há 3 anos por conta dos treinos de kung fu antes do trabalho) cantando. As minhas queridas amigas (de organismo mais noturno que matutino) diriam: " quem em sã consciência levanta às 5h30 da manhã cantando e feliz?" E eu respondo - A Paula.

Motivo ou razão? Nada muito concreto (felicidade, apesar de muitos a procurarem em pessoas lugares e coisas, é muito abstrata. Não se compra, não se pega, não se alcança, sente-se) Claro, não esqueçamos que, no macro cenário, estou há menos de três meses de embarcar em um avião não mais como turista nem a trabalho mas como imigrante !

Tá mas mesmo assim já sei disso há um bom tempo! Desde que o Consulado do Canadá nos concedeu o visto de Residência Permanente estava lá piscando (imaginem um luminoso de boate de beira de estrada) : Prazo final para entrada no Canadá - 8 de outubro de 2006. Nunca recebi uma "ordem" tão feliz! Afinal foram anos esperando para ler isso na carta do Consulado.
Então por qual razão hoje a felicidade toma conta? Lembra do abstrato? Os Valores que cada um carrega consigo (que são abstratos e relativos e só cabe a cada um de nós zelar por sua manutenção). No meu caso são muitas as sensações (sempre calcadas nos valores em que eu acredito e sigo para balizar cada ato meu) mas o que resume muito este momento é a sensação de - DEVER CUMPRIDO nesta etapa que estou fechando para que outra se inicie!
Há sensações IMPAGÁVEIS - a do dever cumprido, a tranquilidade de tê-lo cumprido da melhor maneira POSSÍVEL, a responsabilidade e a disciplina (que nos "durantes" muitas vezes faz sofrer mas que no final SEMPRE compensam) e a paz de espírito de colocar a cabeça no travesseiro e pensar - fiz o que pude sem prejudicar ninguém. Daí a minha imensa felicidade!
Para todo o resto - plagiando a muito bem executada campanha de cartões de crédito - Mastercard. Mastercard para a passagem aérea, hospedagem, aluguel, laptop, celular....
Ah! O querido marido já encontrou até um comprador para o apartamento! É marido, agora sim ou vamos ou vamos em busca do que sempre projetamos e buscamos juntos! "The house has fallen down" ( A CASA CAIU!!).

20.6.06

Saudades do Blog

Estou um pouco sumida mesmo. E sinto falta de escrever aqui mas o caso é que o mês de junho de 2006 resolveu querer entrar para o livro dos recordes como o mês que mais eventos acumulou de uma só vez (na minha vida e de forma geral). Elenquemos:
Copa do Mundo;
Feriado de Corpus Christi (é assim que se escreve?);
empresas dispensando funcionários mais cedo por conta dos jogos do Brasil;
Evento de lançamento no trabalho da Paula;
Aviso prévio da Paula;
Paula treinando Zuina para ocupar seu lugar e Zuina já trabalhando muuuiittoo! (amiga bem vinda);
UFA!
Some-se a tudo isso aquela listinha "básica" que eu relatei há dois "posts" de tudo que ainda tenho que fazer até a data do embarque. Resultado: menos tempo para me dedicar ao meu querido "diário" (é , na adolescência de uma trintona não havia internet - abafa o caso!) .
Mas em Julho as postagens diárias voltarão a todo vapor!
Por enquanto sigo cantando, torcendo pelo Brasil, lançando produtos aqui na Johnson e cuidando das papeladas todas....
FUI!

14.6.06

De Jornalista à Diarista

Com muito orgulho e felicidade estampada nos olhos! A idéia do título é uma homenagem à nossa querida Aline (Pato para os íntimos) que neste momento está em terras americanas desfrutando das maravilhas que a California oferece!
Esta mesma "figura", que partiu para um período de um ano na Califórnia e nos deixou orfãos de suas pérolas, dizia que era diarista quando se referia ao período de transição entre sua formatura em jornalismo (pois é, parece que os jornalistas não são muito normais mas só para citar Fido Dido - o "mentor espiritual" de minha querida e neste momento engessada amiga Leslie Diorio - "NORMAL IS BORING"!) e arrumar o primeiro emprego "na área". Aliás, termo este que sempre me incomodou muito mas isso já seria assunto para um outro post.
Infelizmente, em nossa cultura - não sei se paulistana ou brasileira mesmo (não sou antropóloga para afirmar) - trabalhos tão dignos e nobres como outro qualquer (pedreiros, carpinteiros, faxineiras, cozinheiros, motoristas de ônibus, etc) ficam relegados à um segundo plano. Como se as pessoas que exercem este tipo de função não desfrutassem da mesma nobreza de espírito de que são embuídos aqueles que dedicam parte de seu tempo e de suas vidas à realização de uma tarefa (não importa qual seja) com dedicação, comprometimento e honestidade.
Vejamos - lembrei-me da Aline que dizia ser a diarista quando nos ajudou (e muito!) aqui no departamento de comunicação e também da minha fase de vida agora em que arrumo tudo para deixar o país! E, de uma maneira muito carinhosa (do mesmo jeitinho que a Aline falava) defino o meu momento - Aline, também sou uma diarista! (que batalha, trabalha, luta e de quebra faz faxina)
Há um mês que eu não faço outra coisa senão separar as coisas extremamente úteis das quase úteis e aquelas inúteis das totalmente dispensáveis (e como acumulamos coisas dispensáveis ao nosso redor! Achei coisas guardadas há 5 anos! Socorro Polícia!). É faxina nas gavetas de casa, nas gavetas do trabalho, no meu quarto, guarda-roupa.... UFA!
Bruninha querida, acho que hoje estou detalhando a faxina geral um dos ítens mais importantes da lista dos afazeres de hoje até a data de embarque (ainda indefinida mas que já está sendo providenciada pelo querido marido. Isso é tarefa dele, assim como colocar o apê à venda e outras cositas mas).
Agora é só partir para o abraço - são APENAS mais 10 dias úteis para o fim do aviso prévio e para que eu possa me dedicar em tempo integral ao meu projeto de vida e dar início ao que os americanos chamam de "between jobs", os brasileiros mais elegantes de "período sabático" e alguns até de desemprego. Prefiro chamar de "O começo dos meus próximos dez anos de vida"...

9.6.06

A Copa do Mundo é nossa?

Com brasileiro não há quem possa? Esquadrão de ouro? bom de samba e bom de bossa... O início da Copa do Mundo de 2006 na Alemanha me trouxe algumas reflexões neste especial momento de minha vida que estou deixando o país para viver no Canadá (ufa! ainda bem que o negócio deles é hockey).

Parênteses para quem não me conhece - gosto bastante de futebol, cresci acompanhando o meu querido pai nas partidas de futebol do time que ele treinava (e metade dos meus tios jogavam) no interior de SP. Ouvir os termos, participar de tudo desde criança, enfim... meu pai passou para mim não somente a paixão pelo futebol mas também a paixão por todo e qualquer esporte! Fecha parênteses...

Os anos passaram, a minha paixão por esportes continua mas já o futebol.. ah, o futebol! Só a Copa do Mundo mesmo para fazer eu voltar a minha atenção novamente ao futebol (e não pensem que é por conta do belo rosto do Ballak (pobre, nem começou a copa e já está contundido) ou das pernas dos italianos não! imaginem... Os campeonatos paulista, brasileiro, etc.. já não me atraem mais há muito tempo!

Mas voltemos à Copa do Mundo. No trânsito, no caminho de casa para o trabalho (ah se os paulistanos usassem mais as horas que ficam parados dentro de seus carros para refletir, ouviriamos menos buzinas e teríamos menos confusão no já tão caótico trânsito de SP) comecei a observar a quantidade de carros que passava por mim com bandeiras do brasil, as ruas todas decoradas, lojas com vitrines verde e amarelo e pensei: "Se um marciano pousasse hoje em qualquer cidade do Brasil ele certamente diria: "Nossa, quanto patriotismo e ufanismo! Ainda bem que eu vim à caráter!"(lembrando que no imaginário coletivo os marcianos são verdes! eheh).
E comentando isso com a querida Zuina ela disse que leu em um artigo, um colunista dizendo que o Brasil é uma perfeita e bem definida estratégia de marketing de 4 em 4 anos. Acho que tenho que concordar com isso.
Bem, mas já que está é a última Copa do Mundo que acompanho no Brasil (em 2002 eu descobri que os italianos são tão fanáticos quanto nós e tão apaixonados por futebol quanto o brasileiro. Pude ver in loco), não vou perder um minuto sequer dos jogos, do clima de festa, dos bares, da cerveja, da reunião com amigos, das conquistas, paixões e decepções de tantos craques que, a partir de hoje, disputam os jogos de suas vidas!
E como todo bom amante do esporte deseja (ao menos deveria desejar) que vença o melhor! E há, certamente, alguns bons candidatos... Mas desta vez torço mais do que nunca para que a simpatia e experiência do Cafu, o tiro potente e certeiro do Roberto Carlos, a malícia e jeito de moleque do Robinho, a genialidade do Ronaldinho Gaucho e as grandes mãos do estreante Dida na posição de primeiro goleiro nos tragam o Caneco!
Nunca foi tão merecido ! Teria eu me deixado levar pela tão bem executada estratégia de marketing chamada Brasil em época de copa?? Ou o fato de saber que o jeito agora é aprender as regras do Hockey no gelo ou então torcer para o Toronto Raptors que joga na NBA?? Ainda não tenho a resposta!
Boa Copa à todos.

7.6.06

A bolha do Ronaldo e o arrependimento

Se o jornalista e escritor Nelson Rodrigues estivesse vivo ele certamente diria: "Eu não disse!". Como o célebre autor não está mais conosco, vale lembrar sua brilhante obra "A pátria de chuteiras". Para quem mora em São Paulo, há a exposição que vai até dia 14 de junho, no edifício sede do Banco Real, na capital.
A exposição reune um rico acervo futebolístico com fotos históricas das copas, camisas de seleções e chuteiras de jogadores consagrados mundialmente, além da veiculação de vídeos de partidas decisivas. Entre os itens do acervo há destaques como a chuteira de Puskas, usada em 1954; as camisas de Jairzinho "Furacão" (1970), de Paulo Rossi (1982), de Roberto Baggio e Leonardo (1994) e ainda a clássica camisa de Gilmar, da Copa de 1962.

E por falar em chuteiras, não é que uma simples bolha combinada com um par de chuteiras tomou proporções mais para tsunami do que para bolha! Detalhe: o pé e a chuteira em questão são do número 9 da seleção "canarinho" que busca a sexta estrela no peito. Pronto! Foi o que bastou. Pobre do Ronaldo e da Nike...

Façamos um exercício hipotético e imaginemos que o Ronaldo, ao ir para o vestuário durante o intervalo daquele amistoso contra a Nova Zelândia e ao ser indagado pelo repórter, tivesse respondido "não foi nada não" ao invés da natural e tranquila resposta que ele deu: "não é nada não, apenas uma bolha". Naturalmente que a imprensa inflamada da "pátria de chuteiras" não teria gerado tamanha repercussão por causa de uma............BOLHA!!!!!!!!!!
É Ronaldo, infelizmente o que você diz (em plena época de copa do mundo) causa mais comoção e gera mais impacto do que as declarações de qualquer presidente de multinacional e do próprio país. Aliás, quem lembra disso agora? Se ARREPENDIMENTO matasse!
Pensando em como o senso comum encara o ARREPENDIMENTO foi que me ocorreu o exemplo do Ronaldo como mais recente sobre a "questã" (como se diz lá na roça). Ele sim, pode arrepender-se, depois de todo este furdúncio, de ter dito com toda a naturalidade "É apenas uma bolha" exatamente porque ele disse.
Há alguns anos ouvi em algum lugar que não me lembro mais (provavelmente em alguma mesa de bar) a seguinte frase : "SÓ ARREPENDA-SE DAS COISAS QUE FEZ E NUNCA DAQUELAS QUE NÃO FEZ". Gostei tanto que tomei emprestada para mim esta filosofia de vida. Só se arrepende daquilo que você faz. Ao contrário do que imagina o senso comum, não há como nos arrependermos de algo que não fizemos. Você não fez, não sabe como teria sido, não há como arrepender-se.
Prestes a realizarmos o grande sonho e projeto de nossas vidas (hoje somos dois demissionários debaixo do mesmo teto) falavamos sobre isso e como eu tenho ouvido, principalmente de pessoas 10 ou 20 anos mais velhas que eu, "Você está fazendo algo que eu gostaria de ter feito há uns 20 anos"...."Faça mesmo, pois eu pensei e não agi e hoje jamais saberei como teria sido".
Aí reside toda a filosofia que aprendi mesmo em uma das muitas rodadas com amigos em mesas de bar aqui em SP (amigos, isso é o que mais eu vou sentir falta - a fantástica combinação entre amigos e cerveja!) e vamos que vamos, mas não sem antes torcer muito para o Brasil na copa e que os pezinhos calejados dos meninos estejam em sua melhor forma!
Bru, estive revendo a lista de tudo que temos que fazer de hoje até o embarque e a essência dela está no "post" de ontem mesmo. Então, capítulo encerrado.

6.6.06

"Família Vende Tudo"

Esta foi a maneira carinhosa como a Bruna (nossa querida estagiária que apesar de estar conosco há apenas poucos meses é muito especial e dedicada. Bru, você vai longe viu?) definiu o meu atual momento!

Bru, permita-me reformular a frase - "Família vende e/ou doa quase tudo".... Incrível como quanto mais o momento se aproxima, o raciocíonio e comportamento vão ficando mais lógicos e racionais - quase cartesianos. Não se preocupe querido marido engenheiro - racional mas sem perder a ternura e o encanto pela vida e amigos!

Tudo que vou fazer e/ou comprar pergunto-me primeiro: "qual a real função disso agora?", "vou realmente precisar disso?" "isso caberá na mala de 32 kg permitida pela Air Canada?". Outro dia minha querida mãe perguntou-me - "Filha, vc quer levar emprestado uma bolsa para usar neste último mês de trabalho lá em SP?" e eu , em menos de dois segundos respondi - "Não mãe, eu estou me desfazendo de coisas e não adquirindo".

Desfazendo de coisas, hábitos, cultura, alimentos, horários... Esta é a palavra chave de sucesso para o projeto - desfazer. Muitos têm me perguntado o que é mais importante para colocar em prática um projeto como este. Aí vai a resposta: DESFAZER-SE de tudo (menos do carinho e o que se sente pelos amigos e família é claro!) . Trata-se de uma MUDANÇA. Não pode haver comparações apenas o desejo de estabelecer-se lá!

Preocupações como - será que vou comer arroz com feijão lá?, o creme que uso no cabelo existe lá? como vou sobreviver sem a minha manicure e a faxineira? será que o seriado que eu gosto de assistir passa lá? Será..... Será.... Será..... ????? Se os "serás" povoam a sua cabeça nem pense em mecher no "status quo". Mas se você tem plena consciência de que tudo (menos o marido que eu amo muito é claro!) vai mudar e que, sim, você passará outra marca de creme no cabelo, deixará de fazer coisas que fazia por aqui e passará a fazer coisas que não fazia. Aí sim, pode seguir em frente que nada e nenhuma dificuldade que venha te tira do caminho!


O mais interessante de observar também é como, diante de grandes sonhos que se realizam, muitas outras coisas (desde bens materiais e até comportamentos) tornam-se pequeninos e insignificantes! E por falar em pequenino, o que não pode ser grande é definitivamente a mala que vamos levar. Ontem mesmo a minha querida amiga Dani Zuim dizia que quanto mais tempo você vai ficar em algum lugar, menor deve ser a mala. No meu caso então....

Em homenagem à Bruna (aquela mesma que eu elogiei no ínício deste post) ai vai uma listinha "básica" de tudo que teremos (eu e meu querido marido) que fazer daqui até o início de setembro (data programada de embarque) não necessariamente nesta ordem de importância:
  1. Separação das roupas, objetos, livros, cds... O que fica (maioria), o que vai (minoria), o que vou dar para as pessoas especiais, o que deixarei com a minha mãe (plano B caso precisemos ou queiramos voltar) e até o que vou vender (a dani caldeirinha já arrematou a mesinha do computador).
  2. colocar carro à venda
  3. colocar apê à venda (isso é um trabalho para o super marido. Ah! importantíssimo o trabalho em equipe .. lá em casa somos um time!)
  4. Aviso prévio para quem trabalhou para deixar a minha casa limpinha e cheirosa por anos.
  5. Finalizar tratamento dentário e fazer check ups médicos para embarcar "zero bala".
  6. Fechar com transportadora que vai realizar a mudança de SP para Boituva na casa da minha mãe (plano B mencionado acima)
  7. Reservar hospedagem em Toronto para o primeiro mês em nossa nova cidade
  8. Estudar mapas (ruas, metrô, etc) . Para uma filha de professores de geografia é um prazer!
  9. Fechar conta no banco em SP
  10. Pedir demissão no trabalho
  11. Comprar travellers cheques

Xi... a lista está ficando muito longa. Bru, vou dividir esta lista em duas partes ok? Aí fica para o próximo post. Em um bom planejamento, há três meses do embarque, muitas destas coisas já foram feitas e/ou estão em andamento!

A tout l'heure!

2.6.06

A Hora da Estrela

Inevitável não parafrasear o título de uma das obras mais famosas da escritora Clarice Lispector. Estou me sentindo uma celebridade. Uma estrela. É a hora da estrela!
Desde que a minha querida gerente (Lala, você também é uma pessoa muito especial para todos no departamento) enviou o e-mail para a Johnson & Johnson inteira avisando a minha saida (com o motivo dela no corpo da mensagem) eu me senti uma celebridade!
Pessoas ligavam para o meu ramal querendo saber detalhes (e acionar a lista das 3 perguntas mais feitas por todos entre as top dez), encontravam comigo no elevador e me paravam para perguntar e dizer boa sorte!
É incrível como, entre os "que delícia", "boa sorte", "como você não falou antes", "parabéns", "que loucura boa", as pessoas transmitiam para mim a mensagem de que no fundo (mas lá no fundo mesmo) cada um de nós guarda em si uma vontade em realizar algo grande e novo em suas vidas ao menos uma vez (independente do que quer que seja)!
Aí vem a vida, encarrega-se de passar bem rápido e os momentos se sobrepoem à velocidade da luz, transmitindo-nos a sensação de uma falsa "permanência" e "estabilidade" . Perdemos a noção da Finitude que nos cerca.
Filosofias à parte, o que tenho pensado nestes dias mesmo é sobre de que maneira, mesmo o seu aviso prévio e saída do trabalho, acaba se tornando motivo de celebração quando se está em busca de uma grande realização pessoal.
Ah! depois de todos os telefonemas e interceptações nos corredores da empresa, pensei seriamente em criar e ministrar a seguinte palestra : "Como tornar-se uma celebridade instantânea no mês de seu aviso prévio no trabalho". Enquanto a minha palestra não percorre mundo afora, aí vai a receitinha:
  1. Junte um grande projeto que sai do papel e que não seja centrado em carreira.
  2. Uma boa dose de despreendimento e coragem
  3. Acrescente um ótimo planejamento (com planilhas de excel e controle de gastos no lar) e uma soma de dinheiro guardado e solte a seguinte frase: "Estou deixando o país". Pronto. está feito... você já é uma celebridade! Todos no seu bairro, trabalho e ao seu redor vão quer saber detalhes e você vai se sentir como eu agora!

Claro que nada perto de um Ronaldinho Gaúcho que ouve gritos quando pisa o gramado dos treinos que estão acontecendo em Weggis na Suíça. Aí já é uma outra coisa - precisa jogar MMUUUIIIITTTTTOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!