27.2.08

NBA - onde a emoção acontece!





Não pude acreditar quando cheguei bem pertinho dos meus ídolos – os jogadores do Toronto Raptors – e assisti pela primeira vez ao jogo da NBA ao vivo!! Eu não pude me conter! Ainda bem que o marido já me conhece muito e está acostumado com tanta empolgação quando eu chego perto dos meus ídolos. Principalmente quando o assunto é esporte.

Eu “babo” mesmo em atletas profissionais independente do esporte, acho a profissão mais linda do mundo você poder se dar ao luxo de ser o melhor no que você faz, se divertir, amar o esporte, ser pago para isso e ainda por cima o seu “trabalho” fazer bem para a sua saúde! Não, tudo de bom!


Claro que esta fórmula mágica é para poucos e ainda bem que é assim. Não fosse assim não teríamos tido o privilégio de termos ídolos como Ayrton Senna, Ronaldinho, Guga (chorei com ele ao ver sua despedida das quadras há algumas semanas), Pelé, Oscar, Hortência, Paula, Bernardinho, Magic Johnson e tantos outros craques profissionais ou não por aí afora.

Aprendi com o meu querido pai, desde pequena, a acompanhar esportes em geral e a apreciar a luta e o empenho dos atletas por um único objetivo: se aperfeiçoar sempre! E nunca mais perdi este saudável hábito de praticar (quando posso e os esportes que me são possíveis praticar rsr) e vibrar com os atletas. A minha paixão pela bola cor de laranja e as duas tabelas também vem de longe.

Na escola (da quinta à oitava série) joguei muito basquete (antes que alguém me pergunte eu sempre fui armadora – aquele jogador mais baixo do time inteiro sabe?) e participei de vários campeonatos regionais. Tudo escolar, nada profissional mas muito gostoso. Depois, na adolescência fui treinar basquete em Sorocaba na escolinha da Minercal – ex time da ex jogadora e craque excepcional de basquete Hortência.


Sabe quando todas as meninas estavam colecionando papel de carta e montando pastas e pastas com centenas de diferentes formas e cores? Então, as minhas pastas continham recortes de jornal que acomapanhavam a carreira da Hortência e da Paula na época de ouro do basquete feminino brasileiro. Sim, aquela época que a TV Bandeirantes (pioneira em transmitir jogos da NBA no Brasil) era o canal do esporte, o Luciano do Vale narrava os jogos de basquete e eu acompanhava todos, inclusive os da NBA por lá. Sim, o tempo passa mas as paixões perduram!

Tudo isso para dizer que acompanhar basquete para mim não é novidade. O marido, que não acompanhava no Brasil, foi contagiado pela minha paixão pois morando em Toronto e tendo um time local que – pela segunda temporada consecutiva - vai muito bem na NBA, fica muito fácil se apaixonar pela liga mais famosa de basquete no mundo todo. Como diz o slogan da própria NBA que é tema da campanha de TV deles que possui inúmeras versões e eu amo todas – "NBA: Where Amazing Happens” (algo como NBA - onde o sensacional/espetacular acontece).

Enfim, acompanhar um jogo destes de pertinho foi emoção pura e após 3 meses de espera (este é o tempo de antecedência em média que você precisa comprar o ingresso na temporada se quiser assistir a algum jogo pois é uma loucura, todos os jogos são lotados. Há torcedor (mais abastado é claro) que compra o pacote para assistir a todos os jogos. Para mim, que já realizei um grande sonho de assistir a um jogo ao vivo, agora sigo a temporada vendo os outros pela NBA-Raptors TV (sim, aqui só passa NBA e nós incluímos este canal no pacote de casa) e acompanhando o Raptors chegarem aos play offs.

Go Raptors Go!

22.2.08

Radicalizando o feriado da Família

Segunda que passou foi feriado aqui em Ontario e fomos radicalizar um pouquinho. Foi também a minha estréia, não apenas em uma estação de ski Canadense mas principalmente no Snowboard. O marido, que já havia tido a oportunidade de esquiar por aqui por conta de eventos da empresa, vivia repetindo que eu precisava ir pelo menos uma vez antes de acabar nosso segundo inverno por aqui. Demorei mas comecei radicalizando!

Desde que chegamos, em setembro de 2006, venho dizendo que o dia que fosse estrear em uma estação de esqui começaria logo pelo snowboard. Coisa de infância, a moleca que nunca deixa de existir dentro de mim. Desde criança sempre quis ser skatista, surfista, estes “istas” que tem uma prancha nos pés e saem voando por aí. Claro que nunca fui nada disso pois sempre ouvia “isso é coisa de menino”, "é perigoso” para o skate, já o surf foi falta de ter morado em cidade litorânea mesmo. Então, o negócio foi ficar vendo pela TV todos os X Games da vida e “babar” no povo voando baixo com suas pranchas.

Pois bem, o tempo passou, já não tenho mais 15 anos e justamente por isso jamais sairei voando como aqueles que sempre praticaram desde pequenos. Entretanto, como nunca é tarde para ao menos sentir o gostinho das coisas nesta vida e dar os primeiros passos, lá fui eu realizar um sonho – me introduzir no mundo dos “istas”, no caso snowboardistas. Dois joelhos roxos, o corpo todo dolorido e muitos (mas muitos mesmo!) tombos depois, estou feliz da vida e posso dizer que o meu esporte preferido na neve é o snowboard. Claro que tive apenas uma aula introdutória - para iniciantes com duas horas de duração - e que ainda tenho muuuuito o que praticar e cair para começar a curtir de verdade o esporte, mas para quem esperou tantos anos por isso, aquelas duas horas ladeira abaixo pareciam um sonho! Isso mesmo ladeira abaixo.

Quando me matriculei no pacote de iniciantes pensei , vamos ficar treinando aqui embaixo na pista dos iniciantes (a mais baixinha) não é mesmo? Ledo engano, ficamos 10 minutos embaixo só para conhecer melhor o novo brinquedinho e aprendar a se locomover sem tirar aquilo dos pés. Eis que a dedicada instrutora – que fazia tudo parecer tão fácil mas é claro que não é! – vira com a cara mais lavada e diz “Agora vamos aprender a subir e descer do lift (as cadeirinhas que nos levam para o topo da montanha).

Até aí pensei, vamos apenas treinar isso. Eis que me dou conta que realmente escolhi o esporte mais radical da neve como lembrou a professora logo na introdução e por qual motivo ficaria o esporte mais radical no baixinho mesmo que fosse na primeira aula? Subir na cadeirinha foi tranquilo e o negócio não parava mais de subir e eu não parava de brincar com a professora “mas você tem certeza de que eu não entrei na aula errada? Estaria eu mesma na aula de iniciantes?” O que mais me preocupava naquele caminho todo era que tudo que sobe tem que descer não é mesmo? Bem, mas eu estava curtindo tanto aquilo tudo que nem me dei conta que teria que descer aquilo tudo com a prancha nos pés, ou seja, sinônimo de muitos capotes e o primeiro foi o mais espetacular de todos, logo ao descer da cadeirinha com a prancha nos pés e o chão rodando .. Claro !

A experiente professora já ia logo nos avisando (estávamos em 5 iniciantes na cadeira) que não havia problema se caíssemos e que era só não levantar a cabeça (pois as cadeirinhas continuariam passando por cima ) e ela logo pederia para reduzir a velocidade e coisa tal.. Seria ela uma vidente antecipando tudo?

Lá fui eu para o chão, levantei-me e o que vejo? Uma longa e alta ladeira aos meus pés... Pois sim, todas as duas horas de aula “iniciante” foram divididas em descer tudo aquilo, o que no caso de iniciantes significa cair e levantar tudo aquilo. A “profe” dividiu a montanha em 4 trechos onde treinamos fundamentos básicos como: uma vez no chão girar o corpo para mudar a direção, levantar sem tirar aquilo dos pés (Senhor Jesus, aja fôlego e força nos braços), virar aplicando pressão na perna para o lado que se quer ir (fácil apenas na teoria), descer de costas (sim, e por incrível que pareça foi a maneira que eu me senti mais confortável e consegui deslizar por mais tempo em cima da prancha sem cair), de frente (aí já complica um pouco mais ), de lado, brecar (báasico) .. enfim .. de tudo quanto foi jeito!

E tudo com o maior profissionalismo, a profe mostrava e nos acompanhava de perto, afinal o grupo era de apenas 5 pessoas e, em muitos momentos, a Brasileira mais atrasadinha (sim porque uma coisa é iniciante Brasileira que passou dos 30 e outra totalmente diferente é iniciante Canadense de 15 anos) ficou com uma profe particular que até me puxar pelas mãos me puxou quando fosse preciso para me dar o primeiro “embalo”.

Ao chegar no final de todo o trajeto parecia que havia passado um trator por cima de mim de tão cansada , dolorida mas muito feliz e realizada que eu estava. Por este inverno já foi a minha cota, até porque estes esportes não saem nada baratinho e o inverno está acabando. E por falar em preço, esta foi outra maravilha de eu ter ido fazer a minha estréia na segunda feira do Family day (o feriado). O marido esquiou , eu “snowbordei” com direito à aula e tudo durante todo o dia pela impressionante quantia de $50!!!

Sim, quando pagamos logo na entrada e a moça entregou a fatura do cartão, o Mauricio ficou sem ação, paralizou. E eu logo fui dizendo "mas moça há algo errado" (claro, pois o preço para os dois seria $100 no mínimo, só o pacote do Snowboard era $60) e ela com a maior naturalidade dizia "não o senhor só precisa assinar" e eu "mas como assim, está faltando o outro pacote". E ela “ é porque hoje é Family Day!” . Bendito dia da Família pensamos nós e fomos felizes da vida esquiar e “snowbordar”.

Taí a dica, no Family Day do ano que vem no - Snow Valley Ski Station em Barrie - dois pagam o preço de um! E assim fechamos o feriado radical felizes da vida, sim porque a parada na estação de esqui foi apenas o último dia do nosso feriado que começou com as trilhas básicas na neve pelas maravilhosas paisagens de neve do Algonquin Park (vejam alguns lances nas fotos abaixo). Os nossos companheiros de aventura da Keep Going – que já estiveram no parque no outono – garantem que a paisagem é tão bela quanto e eu não dúvido!

Aquilo é parque para visitar em todas as estações do ano e vivenciar paisagens completamente diferentes. Aliás, isso é o que eu mais amo de morar acima da linha do Equador. E esta foi mais uma sensacional e divertida aventura “low budget” realizada pela Keep Going! Até o esqui (atividade definitivamente nada de baixo custo) e que não estava no programa de sair baratinho acabou saindo! E que venha a temporada de inverno de 2009 e outro family day para esquiar pela metade do preço!


10.2.08

515 dias sem ele...

Você não fica em frente à TV sem ele, vibra com as emoções do jogo, chora com o romance do filme, se esparrama nele, namora, bate-papo com a vizinha, se aconchega e se, como eu, é um amante de filmes, passa muitas horas de lazer junto dele.

Tem o macio, o não tão comfortável assim, o de couro, de microfibra, preto, vermelho, marrom e por aí vai. Tem para todos os gostos e bolsos, os tamanhos e formatos variam mas ele está sempre lá, presente em todos os lares independente de classe social, raça e credo. Não conhece fronteiras, tem no Japão, no Brasil, na China e no Tibet.

Mas espera aí! Estou falando mesmo dele? O sofá? Sim, aquela mobília integrante da sala que eu quase que me esqueci como era bom me elevar alguns centrímetros do solo e comfortavelmente me acomodar nele! Ah claro! Eis que 515 depois, dois colchões de ar furados e muita almofada jogada no chão, ele voltou para as nossas vidas!
Parece detalhe mas quando se chega como chegamos - com duas malas de roupas cada um e o orçamento apertado pois as coisas todas demoram um bocado para se assentar - eis que o tempo vai passando você vai se aprofundando em um mar de coisas para fazer e prioridades para comprar que não se dá conta – ou melhor se dá conta mas a conta não dá - de que o sofá era parte tão importante de sua vida antes de imigrar.

Bem, a vantagem de tamanha espera é que eu caprichei no meu sofá agora que pude eu mesma - com o suor do meu trabalho - terminar finalmente de mobiliar o apartamento que começamos a montar há um ano, ufa! A sensação que tive ao sentar em frente à TV novamente em um sofá foi a de ser uma total alienígena experimentando novos hábitos em um planeta diferente!

É, imigrar faz isso conosco, é um exercício diário de desapego aos bens materiais até que você tenha novamente condições de acesso à coisas tão básicas, simples e aconchegantes novamente como ele – o ilustre Sofá!