26.2.10

Código de Conduta

Por de trás do meu monitor vejo os flocos gigantes de neve dançarem em desalinho. Para quem está do lado de cá da janela poesia pura já para quem está do lado de lá com o carro na rua nem tanto. Enfim, aproveitamos a única tempestade de neve um pouco mais significativa deste inverno "fraquinho" (a neve cai em Toronto sem parar há dois dias) para, além de navegar pelo mar de fraldas que o pequeno Arthur é capaz de produzir, amamentar 24 por 7, tirar caquinhas de nariz e tirar ramela nos olhos (lembrando que só a bailarina que não tem), assistir ao excelente LAW ABIDING CITIZEN.

Claro que alugamos o filme para termos a tranquilidade de saber que podemos parar 20 vezes se o Arthur exigir não é mesmo? É nosso pequeno está mesmo ficando homenzinho, desta vez não paramos uma só vez durante o filme (umas semanas antes alugamos Time Traveler's Wife e tivemos que parar umas duzentas vezes:) .

Mas hoje vim aqui para indicar o filme que no Brasil saiu como Código de conduta. Já vou logo avisando que não se trata de filme de "mulherzinha". O filme é forte, suspense de primeira com atuações impagáveis e final impactante. Fiquei presa no sofa o tempo todo, vale a pedida!

Fui! Qualquer hora volto por aqui para falar um pouco da minha experiência com o prenatal em Toronto e o parto no hospital daqui. Bom fim de semana.

17.2.10

Papai em casa

35 dias de vida tem o nosso pequeno Arthur e hoje passo aqui para falar um pouco sobre a benção que é a chamada parental leave, vulgo licença maternidade-paternidade, que vigora na provincea de Ontario (não sei no resto do Canadá). Graças a este sistema estou com o meu marido em casa para me ajudar (e como ele ajuda!) com o bebê por dois meses consecutivos.

Como quando nos planejamos para engravidar do Arthur eu estava fora do mercado de trabalho, decidi que pararia de procurar emprego para termos o pequenino. Desta forma não tinha e continuo não tendo direito à licença maternidade que por aqui é de um ano. Em casas onde pai e mãe trabalham fora quando o bebê nasce o que acaba acontecendo é que a mãe tira quase um ano e o pai tira só um pouquinho. Já aqui em casa, como o cenário era outro, por necessidade pura o marido tirou dois meses de licença (em tese ele poderia tirar um ano mas financeiramente não compensa uma vez que o governo só paga a licença até determinado valor e a empresa cobre um outro tanto).

Tivemos a minha sogra por aqui nos primeiros 20 dias o que foi de grande ajuda mas não pudemos nos dar ao luxo de ter minha sogra e nem minha mãe por aqui por muito tempo, uma vez que ambas tem suas vidas lá no Brasil. E quem já teve um recém nascido em casa sabe muito bem que os primeiros meses são bem puxados no sentido de que temos que nos adaptar a muita coisa nova ao mesmo tempo.

O primeiro mês, ao qual acabamos de "sobreviver":) , é muito puxado o que não torna o segundo mês menos puxado. A diferença é que vamos aos poucos nos adaptando a dormir pouco, trocar trocentas fraldas por dia, amamentar a cada duas horas, ficar podre no fim do dia e ainda assim se sentir bem quando vemos o pequenino crescendo com saúde e sorrindo para nós. Mas tenho que ser honesta, dá um baita medo sabermos que aquela vida frágil depende de nós 24 horas por dia para seguir em frente. A cada dia que passa vamos aprendendo a "ler" melhor os sinais que um bebê emite mas não é mole não. E mesmo com tudo isso me emociono cada vez que olho para os pezinhos e mãozinhas que um dia estiveram dentro de mim e agora estão aqui nos dando muito trabalho mas muita alegria ao mesmo tempo.

Agora se há uma vantagem mesmo em ter um bebê de 35 dias em casa durante as Olimpiadas de inverno do Canadá e o carnaval no Brasil é que, você aprende a diferença entre os "esportes" de inverno luge, bobsleigh e skeleton. Ah, já quanto ao carnaval no Brasil cheguei à conclusão que aqui em casa tem mais peito de fora desfilando (para amamentar o Arthur é claro:) do que no desfile da sapucaí! Vai ver caiu de moda ficar de peito de fora no carnaval. Por hora é isso, dá licença que eu fui parir e já volto!