25.6.08

Sick People!

Desculpem mas este post é um desabafo! Estávamos eu e o marido ouvindo o noticiário e eis que ficamos ambos sem palavras, um olhando para a cara do outro com aquela cara de "eu não acredito no que estou ouvindo"...

Eis que esta semana iniciou-se por aqui em Toronto uma campanha para deixar as mamães à vontade para amamentar seus bebês em locais públicos e restaurantes. Hein!!!! Como assim??? Em segundos ficamos nos perguntando qual seria o problema com o que eu acho ser um dos atos mais lindos, saudáveis e naturais do mundo. 

Bem, se estão fazendo uma campanha é porque as pobres mães se sentiam desencorajadas a amamentar seus filhos a qualquer hora e em qualquer lugar que fosse necessário!

Gente, juro, não acreditei! Para mim, uma mulher amamentando seu filho no metrô, em um restaurante, na rua ou em qualquer lugar que seja é algo tão natural quanto respirar! Mas parece que não são todos que pensam assim. Bem, agora com a tal campanha os restaurantes de Toronto vão ganhar o selo Brestfeeding Friendly. Anytime, Anywhere! 

Alívio para as mamães e bom senso dos donos de restaurantes. Honestamente, precisava de tudo isso? É cada uma!! Desculpem mas eu precisava desabafar e olha que nem mãe eu sou! E como diz a moça do vídeo, se ela tiver que amamentar somente em casa, ficaria em casa o tempo todo! Sem comentários...

 

18.6.08

Contagem Regressiva

Em 87 dias Toronto vai respirar cinema com o início do Toronto International Film Festival e eu já estou em contagem regressiva para acompanhar bem mais de perto o festival deste ano se comparado aos outros dois anteriores desde que aqui cheguei. 

A abertura oficial ficará por conta da estréia mundial do épico de guerra Passchendaele do diretor, roteirista e ator canadense Paul Gross. É a história do Canadá sendo levada por um filho seu para a tela grande e pela bagatela de $20 milhões - dinheiro de pinga para as mega produções de Hollywood. O filme foi rodado em Calgary e Paul Gross conta a história da batalha da Primeira Guerra Mundial que contou com a presença de 50.000 soldados canadenses nos campos de Ypres, na Bélgica. 

Outra estréia que estou louca para conferir é resultado de uma co-produção Brasil-Canadá. Trata-se de Blindness - o filme dirigido por Fernando Meirelles e baseado na alucinada mas muito boa obra de José Saramago - Ensaio sobre a Cegueira. Quem leu o livro sabe do que estou falando e entende o motivo da minha ansiedade. Como diz o meu marido, que também leu o livro, "como alguém teve a capacidade de levar o surreal cenário deste livro para as telas do cinema!!". é marido, vamos ter que esperar para descobrir.

Além de querer conferir tudo, este é mais um evento que desde que cheguei no Canadá já estava na minha lista para voluntariar. Por isso, eu já me candidatei para, em julho, participar do recrutamento de voluntários. Este ano, quem sabe, chegarei ainda mais perto de toda a movimentação que o Festival proporciona para quem, como eu, ama cinema.


13.6.08

Woodstock para crianças!

Como eu já comentei por aqui, voluntariar para o Luminato tem sido uma deliciosa e enriquecedora experiência para mim. Tanto que resolvi dividir tudo por aqui para que, aqueles que moram em Toronto, possam aproveitar também a variedade de atrações que o festival oferece. 

A dica de hoje é para quem tem criança em casa ou até mesmo para aqueles que, como eu, nunca "matou" a criança de dentro de si e é apaixonado pelos pequenos e por tudo que envolve o mundo mágico infantil. E por falar em magia, lá estava eu rodeada por 40 pequeninos com idades entre 2 e 8 anos brincando de trenzinho ao som da deliciosa música Catch that Train de Dan Zanes

Em uma hora e meia de apresentação teve de tudo, festa na Jamaica, música mexicana, passeio de barco. Tudo ao som do banjo, do violão, trompete e violino que apresentaram a música folk americana, jamaicana e mexicana para dentro da roda que se tornou uma verdadeira festa. Ninguém fica parado! Até a gerente da biblioteca - local do meu voluntariado - entrou na roda e as voluntárias (além de mim havia uma Canadense dos seus 50 anos muito animada também) claro precisam participar, este é o grande barato de voluntariar!

No início, era inacreditável de ver a organização dos pequenos todos sentadinhos no chão-  exatamente como havia recomendado a professora - apenas batendo palminhas e mexendo as cabecinhas para acompanhar o som, além de cantar juntos. Mas aí entrou em ação a forma gostosa como o Dan Zanes interage com os pequenos e ninguém mais ficou sentado.

Durante as horas que passei nos bastidores com a equipe do Dan Zanes -  antes de começar o espetáculo - eu pude ter a exata noção do alcance que ele tem não somente com as crianças mas também com os adultos. Ao término do show era mãe com livrinho de estórias do Dan Zanes and Friends para autografar, mãe com criança de colo pedindo para ser fotografada ao lado do ídolo (difícil era saber quem estava mais empolgado se eram as mães ou os pequeninos). Um típico caso de Adriana Calcanhoto e seu também delicioso show infantil Adriana Partimpim - quem está no Brasil e tem a chance de ver não deixe de ir, é uma delícia!

E para os papais e mamães que estão em Toronto ainda há apresentação do Dan Zanes neste fim de semana pelo Luminato. Veja as datas e preço aqui.


12.6.08

BLACK WATCH - Imperdível!

Black Watch arrasou – no melhor sentido da palavra – platéias inteiras no Festival de 2006 em Edimburgo e arrancou elogios da crítica e do público que lotou os teatros por lá. Agora, a tão comentada produção no circuito internacional de teatro chega à Toronto para a estréia Canadense como parte do Luminato (festival este para o qual eu tive o privilégio de voluntariar e a felicidade de, em troca, poder ver de graça espetáculos tão sensacionais como Black Watch). 

Baseada em recentes entrevistas feitas com ex-soldados que serviram no Iraque, a peça conta a história do legendário Black Watch, Regimento Escocês de 300 anos de idade cujo rompimento foi anunciado em 2004 pouco antes de seu batalhão de 800 homens substituir 4.000 cadetes da marinha Norte-Americana em uma das áreas mais sangrentas de conflito no Iraque.

Dramatizado por recentes acontecimentos, Black Watch revela a dura realidade da “Guerra no terror” e o que significa fazer a viagem de volta para casa. A produção de John Tiffany faz o uso poderoso e criativo do movimento e da música. O resultado é um espetáculo VISCERAL, COMPLEXO E DINÂMICO. 

Se você está em Toronto e gosta de grandes produções com temas de Guerra, não deixe de conferir este impactante espetáculo que ainda pode ser visto no Luminato. Há tempos que um espetáculo não me impactava tanto me fazendo sair do teatro de queixo caído e praticamente sem reação. Apenas minutos depois consegui expressar o que senti durante as quase duas horas de apresentação impecável da Cia de Teatro Escocêsa!

O espetáculo contém linguagem inadequada para menores (mamães e papais que me lêem, no próximo post vou falar de outro evento para o qual voluntariei sensacional para crianças), é bem barulhento (vai ser o mais próximo que você vai chegar de um campo de batalha na sua vida – acredite!) e tem também o sotaque “fofo” Escocês mas bem arrastado que em alguns momentos nos impede de entender algumas piadas (sim, há um humor muito bem feito mesmo em se tratando de um assunto tão trágico) mas nada que comprometa o seu entendimento geral da peça. Mesmo assim eu recomendo muito!!! 

A peça está sendo exibida no Varsety Arena na Bloor Street West e a maneira mais fácil de chegar lá é de metrô, você só precisa descer na estação St. George e dá de cara com a entrada do Varsety Arena. Chegue com 15 minutos de antecedência pois se você atrasar não há cristo que vai fazer você entrar para não atrapalhar um trabalho tão bem cuidado. Nada mais justo!

 

 

 


10.6.08

Nomes esdrúxulos

Um dos meus colunistas favoritos do Toronto Star traz hoje um artigo muito divertido! Ok. confesso que seria mais divertido não fosse trágico! Eu dou risada porque não me chamo Xerox, Nausea ou Ipod, meus pais tiveram a sanidade mental de se ater ao tradicional - ufa! 

No penúltimo parágrafo ele até cita alguns exemplos mundo afora incluindo o Brasil. Não sem antes mencionar estudo apresentado recentemente em Vancouver que levanta a tese da possível relação entre nomes incomuns e esdrúxulos com atos criminosos. 

Em tempo - queridos futuros papais e mamães : não inventem moda ao escolher os nomes de seus pequenos em nome da boa sanidade mental dos mesmos. O que há de errado com os lindos e simples João, Maria, Lucas, Leonardo, Carolina, Marcelo, Wagner, Vitor, Ana, Lucia, Luiza, André, Vinicius, Isabel e outros tantos nomes póprios para seres humanos?

Divirtam-se com o artigo. É muito bom!

4.6.08

A Polêmica do IELTS

Impressionada com a fluência e as pitadas de humor inteligente do artigo DARING TO ASK FLUFF QUESTIONS que mencionei no último post, esqueci totalmente que desde abril deste ano o Governo Federal vinha debatendo a possibilidade de exigir que todos os candidatos à imigração passem pela prova do IELTS (hoje, se uma família de 2 ou mais pessoas dá entrada no processo apenas um indivíduo precisa fazer o exame). 

Lendo o jornal de hoje lembrei-me ter sido este o motivo da inspiração do articulista ao escrever sobre o tema aqui já mencionado. A notícia de hoje é a de que Ottawa - a nossa Brasília desde que decidimos viver no Canadá - decidiu voltar atrás na idéia de exigir o IELTS para todo e qualquer indivíduo que dê entrada no processo de imigração. 

Como diz a minha querida vovó, continua tudo como antes no quartel de Abrantes e claro que o jornal não perdeu a oportunidade de dizer que influenciou a tomada de decisão com sua campanha. Leia aqui.


3.6.08

Humor inteligente

Desde que eu me conheço enquanto gente aprecio a perspicácia e, na maioria das vezes, a acidez presentes no humor inteligente daqueles que o administram com maestria! Aliás, acho que estou até sendo redundante ao dizer que aprecio o humor inteligente pois o humor sem esta acidez perspicaz perde a graça, ao menos para mim. 

Conheço algumas figuras que passaram e ficaram em minha vida pessoal me conquistando por conta exclusivamente desta característica além de algumas poucas figuras mais famosas como atores e jornalistas. O fato é que muito mais difícil do que levar a ironia inteligente ao discurso falado é fazer o mesmo com a palavra escrita! E, na minha opinião, foi exatamente esta arte da ironia inteligente que o autor de  DARING TO ASK THE FLUFF QUESTIONS exerceu ao publicar o seu texto no Toronto Star de hoje! 

Impagável - mais ainda para quem já mora no Canadá e já fez o IELTS - a ironia inteligente que Vinay Menon imprime ao seu texto! Não se trata aqui de concordar ou discordar com o que ele fala mas sim de apreciar um estilo de escrita extremamente difícil de ser alcançado e que deve ser admirado. 

Boa leitura!