16.10.06

Aprendendo Mandarim

Quem me conhece há mais tempo sabe que uma das minhas paixões é o estudo dos idiomas estrangeiros. Desde criança trago comigo este gosto. Começou aos 7 anos com o inglês e não parou mais.

Na faculdade, um daqueles professores que merece o título de “mestre” inspirou-me a estudar Francês e lá fui eu decifrar o idioma de Montesquieu. Por quatro anos frequentei a Aliança Françesa na Vila Madalena em São Paulo.

Alguns anos mais tarde, veio a curiosidade e vontade de estudar o idioma de meus antepassados – o italiano. Uma vez que a estrutura gramatical de ambos é muito parecida, quem estudou o francês e parte para o italiano faz muitas assimilações e segue bem com o idioma que ecoa na voz de Pavarotti. Lá fui eu para o Istituto Italiano.

Certa vez o jornalista Pedro Bial definiu muito bem um poliglota. Dizia ele em uma entrevista que toda pessoa que fala 4 ou mais idiomas, não domina (escrita, fala e leitura) de todos e ele não era exceção. O que acontece é que, a cada idioma novo estudado, as conexões e assimilações vão ficando mais fáceis (principalmente se os mesmos forem da mesma família) e vai ficando mais e mais gostoso estudar outros idiomas. Seria eu uma “viciada” em linguística?

Viciada ou não, o fato é que esta paixão vou levar comigo para onde quer que eu vá e não existe melhor lugar na face da terra para eu me deliciar com a minha paixão do que o Canadá. Quem nos acompanha sabe que estamos dividindo apartamento com uma Chinesa, ou melhor, uma Canadense que veio da China pois ela é cidadã Canadense.

Sabe também da minha paixão pelo lado Oriental do planeta (não me perguntem de onde isso vem que eu não sei explicar só sei sentir). Antes mesmo de sair do Brasil estava pesquisando escolas de Mandarim por lá. Isso mesmo vocês entenderam direito... Pois bem, uma destas noites eu e minha nova amiga batíamos um “papão” no sofá de casa sobre a vida, a proprietária do apartamento que estava triste com as brigas com o namorado, etc.

E como eu nunca perco a oportunidade de aprender a cultura alheia quando estou com um estrangeiro ao lado, aproveitava para fazer mil perguntas sobre o mandarim. Quando de repente ela saltou do sofá toda entusiasmada e disse – “Eu vou te ensinar... pegue papel e caneta”. Eu não conseguia administrar dois sentimentos concomitantes – a alegria de ter uma base de mandarim direto de uma chinesa e a adrenalina do que eu achava que seria um desafio para o meu cérebro. Ledo engano!

Após uma perfeita e bem dada aula dos 4 tons básicos que formam o Mandarim e sua fonética (vocês precisavam ver eu e o Maurício repetindo sons em Mandarim foi lindo! Sim, o meu marido acha, assim como eu, muito legal toda esta troca cultural!), entendi que o maior desafio não é para o cérebro mas sim para os ouvidos. O Mandarim é como uma música e quem fala precisa ter a habilidade de um músico para diferenciar os tons da fonética. Dependendo da sonoridade que se dá, uma mesma palavra possui vários significados.

Após avaliar o cenário, eu e meu marido vibrando com tudo aquilo e ela entusiasmada por sentir o nosso interesse (a cada som que eu repetia com sucesso ela dizia PERFEITO!! E estimulava cada vez mais!), eu só pude chegar a uma conclusão – “Este tipo de experiência não tem preço!!”

Depois deste momento único, o melhor ainda estava por vir... Enquanto a nossa querida professora de mandarim usava o computador (de costas para a TV), o Maurício sintonizou o canal Chinês, aumentou o volume e ficamos fingindo que estávamos assistindo. Ela deu um pulo virou para o casal “insano” e espantada disse “o que vcs estão fazendo”? Estamos fazendo “listening” (exercício de escuta) respondemos com toda naturalidade e os três cairam na gargalhada....

6 comentários:

Anônimo disse...

E...Lá vou eu...Mas preciso dar esse depoimento!Quantas vezes ,não,Mauricio? Comentamos que nossa menina tem mesmo um "bailar" na lingua..."pegando" o sotaque de povos e/ou regiões.Isso mesmo , aproveitem bem essa interação lingüistica e/ou cultural!Parabéns e...sucesso!!Beijos..Lizete.

Dani e Rafa disse...

Estou vendo que esta chinesinha vai deixar saudades!! Aproveite bastante as aulas por que assim vcs poderão ensinar os amigos aqui a se comunicar com eles tb :))
Beijos, mandem noticias..

Anônimo disse...

Que orgulho de vcs!
amo, muito
saudade
Dani

Anônimo disse...

Paula, a figura da Ciça (minha querida amiga que tb está por aí) costumava dizer que ela tem todo tipo de descendência: italiana, japonesa, espanhola e claro, chinesa!
De vez em qdo ela danava a falar em mandarim (o que ela aprendeu nas ruas...no metrô, no ônibus..igual criança qdo diz que está falando em inglês).

E nada do Maurício escrever um post, hein!

Beijos
Zuina

Fabi disse...

Eu adoro aprender novas culturas e novas linguas, mas Mandarim por enquanto é too much for me!!!! Boa sorte, hehehe... Bjokas

Anônimo disse...

Nada é por acaso...Se o mandarim chegou até voce...aproveite a oportunidade...
Beijos da orgulhosa
Tia Wania