Conta a saga do casal que ousou deixar o Brasil para viver no Canadá e experimenta em Toronto a inesquecível e transformadora experiência de ser imigrante.
29.12.09
Vá ao cinema e feliz 2010
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Dicas saborosas
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16.11.09
Quando você é parte do grupo de risco
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20 anos da queda do Muro de Berlim
21.10.09
De volta para casa
Apesar de ser muito bom passear e estar perto de pessoas muito especiais, voltar para casa é sempre melhor ainda. Ir é bom e voltar também. Assim como a bela canção de Vinicius de Moraes diz que depois da chegada vem sempre a partida, eu concluo que sempre que aproveitamos cada minuto do presente como se fossem únicos não carregamos conosco o amargor da nostalgia mas sim a felicidade dos momentos vividos. O meu momento agora é cuidar da minha vida e preparar tudo para a chegada do meu filho - magia pura!
Este post é uma homenagem aos especiais e queridos amigos e familiares que fizeram de nossa estada no Brasil uma experiência inesquecível. Ai vai um resuminho de momentos que foram vividos como sendo únicos para que outros sempre venham.
14.9.09
3 anos de Canadá
Eu particularmente nunca fui muito de datas e rituais formais. Não é de hoje. A última celebração mais formal de uma data específica que me lembro ter participado foram os meus 15 anos. Nada contra grandes e mais formais celebrações, acho até bonito - para os outros. Choro em casamentos de amigas minhas e conhecidos mas eu mesma casei apenas no civil e de lá segui direto para a minha lua de mel (ah, essa sim valeu!). Participo de formaturas e continuo achando lindo, mas em todas as minhas formaturas eu nunca quis participar dos momentos solenes. E nunca participei.
Sou assim. Prefiro achar que todo dia tem algo de muito especial que vem junto com eles e que observo à minha volta quando sinto o cheiro da flor, caminho em meio às arvores, vejo o sorriso de uma criança e sou acolhida no abraço de quem me ama. Sou mais o viver o dia a dia como se fosse o último do que ficar celebrando em excesso determinadas datas em um específico dia pré-determinado.
No entanto, há uma data que eu faço questão de celebrar e lembrar sempre! Ah, essa é sagrada. O tempo de vida que tem o nosso projeto de viver no Canadá. E hoje é o dia em que, há três anos exatos, aterrisávamos no Pearson (o aeroporto de Toronto) para arriscar, sonhar, chorar, sorrir, apostar, acreditar, crescer, aprender, ensinar, tropeçar, cair, levantar e cair de novo. Enfim, viver a mais enriquecedora de todas as experiências de nossas vidas - a imigração.
E como vivemos! E ainda estamos vivendo firmes e fortes na certeza de que fizemos a coisa certa. Aí você se pergunta se a coisa certa é imigrar para o Canadá. E eu respondo não! A coisa certa é seguir os seus mais profundos desejos mesmo que para isso você precise enfrentar enormes dificuldades e ser feliz por estar vivendo o que você escolheu para si e não o que lhe foi impingido!
Estar feliz por saber que, mesmo que a caminhada seja longa (e ela é), os primeiros passos foram tomados e não prorrogados. Que mesmo tendo tropeçado muito no início, a estrada vai ficando menos tortuosa com o passar do tempo. Que mesmo que a saudades de familiares e queridos amigos seja sua eterna companheira, seus entes queridos (aqueles que de fato te amam) estão felizes por saber que você está escrevendo a sua história!
E sempre lembrando que, ao contrário do tempo que não anda para trás e a montanha que insiste em ficar lá parada (como canta meu eterno ídolo Arnaldo Antunes), nós temos a obrigação de continuar escrevendo o nosso enredo de acordo com a melodia que mais nos encanta ao coração. Por isso, vamos pegar as sementinhas que plantamos nestes últimos 3 anos de Canadá e trabalhar duro para que elas um dia gerem frutos nessa vida que escolhemos para nós. Mesmo que para isso tenhamos que esperar os mesmos 10 anos que o pé de jaboticaba do quintal dos meus pais demorou para dar os primeiros frutos. Resultado : hoje, 24 anos depois, o pé continua lá dando belas e doces jaboticabas... Sempre!
Feliz aniversário de 3 anos para nós!
1.9.09
Férias de imigrante
Quanto mais tempo na carreira de imigrante mais importante para a sanidade mental do imigrante sair de férias. Detalhe importante da nova lei promulgada por mim : o destino das férias não pode ser qualquer um mas sim o país de origem do imigrante em questão. Portanto, no caso de brasileiros imigrantes espalhados mundo afora o destino: Brasil. Sim, porque não se trata apenas de visitar locais nunca dantes navegados ou explorar novos destinos, situações e culturas. Lembrem-se, isso o imigrante faz todos os dias em sua carreira exploradora e muitas vezes sofrida.
As férias neste caso seriam de um estado mental e emocional de ser imigrante que , por mais que o tempo passe e o mesmo se adapte à tudo em sua volta, lá onde ele está, em qualquer que seja a parte do mundo longe de suas origens, ele sempre será imigrante! Aos pouquinhos cresce, adquire mais conforto, faz amigos e as coisas vão melhorando mas mesmo assim, eternamente o estado de espirito está lá.
Aí, o imigrante volta para o seu local de origem para passear. E essa sou eu agora, gozando de merecidas férias do estado mental de imigrante na minha terra natal. Prestes a completar 3 anos na carreira de imigrante (dia 14 de setembro mais especificamente), revigoro meu espírito quando ando pelas ruas de uma pequena cidade do interior de SP que, mesmo vindo uma vez por ano, as referências todas de minha vida pré - imigrante estão lá. Além, é claro de pessoas que (aqui estou excluindo familiares e amigos. As chamaria de conhecidos) fizeram parte de toda a minha história e até hoje, não importa quanto tempo fico longe, tratam-me com o mesmo carinho e sorriso no rosto de outrora. Isso revigora, dá forças e energia para, no pós férias, voltar para a carreira de imigrante.
Quem já imigrou, está ao menos um ano longe de suas raízes e já gozou de suas férias de imigrante, sabe bem a diferença entre a atmosfera vivida pelo "profissional" imigrante em sua árdua batalha mas que nem por isso deixa de ser prazerosa por vezes, e aquela vivida em sua terra natal, independente do tempo de "profissão" .
Sim, gozo de férias no Brasil neste momento e vivencio como se fossem os últimos cada momento vivido onde não sou apenas mais uma imigrante mas sim alguém com história, passado, referências. Não que andar para frente, explorar e ter planos não sejam importantes mas é que isso, uma vez que se é imigrante, faz-se a cada segundo por todo sempre e, pelos primeiros 5 anos apenas construindo alguma história, ou seja, sem passado no local escolhido. Aí , naturalmente faz falta voltar de vez em quando para onde você enxerga no rosto do outro o que outrora passou.
E claro, sem falar em quão revigorante é dar uma passadinha na feira para comer um pastel, bater um papo descompromissado no boteco da esquina, molhar a horta, sentir o cheiro da terra e viver o momento das férias para, no retorno , continuar a enriquecedora mas muitas vezes desgastante "profissão" de imigrante!
17.8.09
O nosso Arthur

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Literatura para imigrante
Estou passando para dar uma dica de leitura, especialmente para aqueles que ainda estão no Brasil se preparando para imigrar. Trata-se do livro "How to Find a Job in Canada - Common Problems and Effective Solutions" de Efim Cheinis e Dale Sproule, publicado pela Oxford em 2008.
Digo para os que ainda estão no Brasil porque honestamente achei o livro bem fraquinho para quem está aqui e - como eu - está iniciando o terceiro ano, já colocou e continua colocando em prática todas as "dicas" do livro e ainda não atingiu todas as maravilhas que o mesmo (o livro) promete:)
Quem já está aqui há um certo tempo não precisa perder tempo em comprar ou até mesmo ler com muita atenção. Faça como eu fiz, alugue na biblioteca pública e dê uma olhada por cima para ver se algo se aplica ao seu caso. Aquela coisa de fazer o exercício diário de tentar descobrir se há algo que você ainda não fez, que esteja ao seu alcance e que você ainda pode fazer sabe? Decepção... Apesar do autor afirmar que sim, este livro não é para quem já está aqui.
Já para quem está no Brasil (ou em qualquer outro país que não o Canadá) acaba sendo bem válido porque me lembro de ter descoberto sozinha e na raça, em meus primeiros meses aqui, muitos dos tópicos que o autor cita no livro. Informações que por mais que você se prepare aí do Brasil fica muito difícil saber se não tiver alguém aqui no Canadá escrevendo um livro e colocando as informações em um lugar só para você. Ponto para o autor neste sentido!
Agora se você é como eu e sabe que já tentou e continua tentando tudo que é possível, aí só nos resta viver plenamente e curtir as vantagens (que não são poucas!) de não trabalhar fora (o marido me ensinou a acrescentar a palavra "fora" ao verbo trabalhar porque, segundo ele, eu nunca trabalhei tanto como desde que me mudei para o Canadá).
Uma das vantagens é ter tempo para ler mais e aí eu não resisti em listar as principais pérolas e algumas falácias "comerciais" do livro:
"Reading this book will reduce the time it will take you to find a job – all of the important information you will need has been organized in one place" (Se não há demanda para o que você faz, no momento que você procura, não há livro de ouro que vá fazer isso para você! )
"Success will not come easily in your new homeland. But if you use the Canadian support systems described in this book, your chances of success will increase dramatically " (Me reservo no direito de ficar calada parte I)
Além de algumas contradições, especificamente quando fala dos "survival jobs":
O autor aponta os prós deste tipo de trabalho da seguinte maneira:
"Survival jobs count as Canadian experience and you can put it on your resume" (Totalmente discutível! Já ouvi muito consultor aqui dizendo para não colocar no currículo. A equação não é tão simples assim.)
"You will make new friends" (Me reservo no direito de ficar calada parte II)
"You may be able to build a business network" (Disse bem, may...Como eu não havia pensado nisso antes? Claro! Servir mesas em um restaurante lotado é o melhor momento para construir uma boa rede de negócios! Oh yes!)
Ao mesmo tempo, contraditoriamente, o autor traz os contras dos “survival jobs”:
"While you are working in a survival job, you may not be getting good Canadian experience in your own field of work." (Espera aí , mas ele não diz lá nos prós que é para colocar no currículo , que pode ser bom, blá , blá, blá... Ah, tá... Então a equação não é tão simples assim!)
"The work will not likely be in your field, so you will not be using the knowledge and experience you already have" (Descobriu a América! Mas e as contas? Lembram delas?)
E para fechar com chave de ouro este capítulo que para mim foi um dos destaques nas pérolas...
"The longer you stay in a survival job, the harder it may be to leave. Make sure that you do not stay in a survival job too long. If you do, you will not benefit from your many years of hard-earned education and experience in your field" (ah vá!)
Enfim, como eu disse lá no começo, há recursos bons e novos no livro para quem ainda está no Brasil ter uma idéia do que vem pela frente. Agora dizer que quem já está no Canadá (como o autor faz na abertura) também vai aproveitar muito esta leitura, aí já é forçar muito a barra para aumentar as vendas.
*PS - Desculpem-me o sarcasmo mas eu não resisti, o livro é um prato cheio... Agora vou voltar para a minha excelente leitura de cabeceira que eu ganho muito mais. Estou lendo a biografia do Ted Rogers, esta sim vale à pena (ao menos no meu caso:)!