29.11.06

EDIÇAO ESPECIAL E EXTRA DO ERA!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Filho atencioso ao telefone – “Feliz aniversário mãe! “

Mãe emocionada responde e pergunta em seguida – “Obrigada filho, Deus te abençoe. Como foi ontem?”

Filho sem alterar o tom de voz responde perguntando – “A entrevista?” Sim, a entrevista filho.

Após uma pausa de 10 segundos , o filho prossegue - “Mãe, eu consegui. Começo a trabalhar dia 4 de dezembro” .

A esposa ao lado, mesmo após mais de dez anos de convivência e já mais do que habituada à personalidade do marido, ainda comenta – “Meu deus! Como pode ter tanta calma para dar uma notícia destas!”

Cinco segundos depois lembra que, este mesmo poder “sobrenatural” de encarar o bom como bom (ponto), o triste como triste (ponto) e o feliz como feliz (ponto) sem grandes excessos, já nos ajudou a sair de muitas situações que levariam muita gente à um ataque de nervos instantâneo.

Eu já aprendi muito com este comportamento meio “buda” do meu marido e com a própria filosofia budista em si, mas confesso que perto do Maurício sou apenas uma aprendiz na arte de seguir o “caminho do meio” (seja para boas ou más notícias que mais do que fazem parte da nossa vida) e mesmo assim acho que dificilmente chegarei a tanto!

O meu marido já nasceu programado e eu estou treinando (rsrss). Para quem conhece o Maurício há mais tempo sabe que, apesar do equilibrio em sua voz ao contar para a minha querida sogra (que presentão de aniversário hein dona Neuza?) , ele está muito feliz mesmo e nós aqui em casa hoje (21 de novembro) acordamos com uma sensação de alívio incrível.

O tom de voz muda, o cheiro no ar e tudo o mais. Tudo porque mais um grande e importantíssimo passo foi dado em nosso recomeço de vida – O Primeiro emprego Canadense. Melhor ainda, na primeira entrevista e apenas após dois meses de termos aterrisado no aeroporto internacional de Toronto!

Costumo brincar que nós passamos de fase no Video Game (na minha época no Atari e agora no PS 3 -abafa o caso!) da Imigração! É muito bom passar de fase porque , ao contrário dos joguinhos que nos dizem o número exato de fases e “vidas” que temos, ao aterrisar em terra nova para recomeçar uma vida as fases são intermináveis! Claro que as primeiras são as mais importantes e difíceis.

Estamos muito felizes e gostariamos de dividir esta felicidade com todos os amigos queridos e família que ficaram no Brasil, novos amigos e vizinhos que já fizemos aqui no Canadá e os novos que estão começando a trilhar seu caminho aí do Brasil para chegar aqui. Agradecemos a torcida de todos. O nosso muito OBRIGADO! Sentimos a vibração de cada torcida, cada palavra, cada gesto e podem ter certeza que isso faz toda a diferença neste nosso recomeço!

O Mauricio vai começar a trabalhar dia 4 dezembro na Rogers, na área dele (engenharia de telecomunicações) e com isso estou muito feliz!! Motivos não faltam mas vou listar os mais importantes (eheh):

A felicidade do meu marido é a minha também!
Vai parar de só sair $$ . Agora também vai entrar $$ !
Ele vai se inserir na sociedade Canadense e começar sua rede de relacionamentos em seu campo de atuação profissional.
E por último mas não menos imporante, vou ter o computador só para mim o dia inteiro para focar no planejamento e estudos do melhor caminho para atingir o meu trabalho !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

ESTAMOS EXTRA ULTRA MEGA SUPER GIBA FELIZES!!!
MUITO OBRIGADA PELA TORCIDA DE TODOS!

27.11.06

O aconchego do lar

Dois meses e meio após chegarmos eu, Maurício e 4 malas em busca de nosso sonho e projeto de vida chamado Canadá, podemos dizer que temos endereço fixo em Toronto. Nos mudamos até o fim desta semana.

Acabamos de assinar o contrato de um ano de aluguel de um apartamento de um quarto na Yonge Street, bem pertinho de nossos novos amigos. Não é apenas um apartamento, é o nosso cantinho na nova terra!

Estou muito feliz e aliviada! Não aguentava mais morar provisoriamente. Tudo planejado e dentro de nossa estratégia de primeiro conhecer melhor a cidade para depois fechar um contrato de um ano, mas nada que não exigisse muita paciência. Aliás, se tem uma coisa que exige paciência e muuuuita flexibilidade são os primeiros dois meses...

Eis o relato da nossa saga para chegar no nosso cantinho (ainda está vazio mas podemos chamar de nosso!).

Nas duas primeiras semanas o hotel. Você nunca esteve na cidade antes e passa estas duas semanas inteiras batendo perna para dominar o mapa, os transportes públicos e o funcionamento da cidade em si, além de dar andamento à papelada do governo Canadense. Aqui o meu sentimento era de turista, simplesmente não cai a ficha do tamanho do que você está realizando – recomeçando a vida em outro país.

Saímos do Hotel e fomos para uma acomodação temporária e compartilhada. Três semanas dividindo apê com a chinesa (muito gente boa) mas dividindo apê. Ainda processando tudo que está acontecendo de novo, você já não usa mais o mapa para andar pelas ruas mas ainda faz cara de “interrogação” para quase tudo que ouve, vê e lê.

Chinesa foi embora e uma sensação de alívio veio. Fechamos o apartamento para o mês de novembro sem dividir com mais ninguém. UFA mas ainda era provisório!
Fim de novembro e cá estou eu empacotando malas (desde que saí de SP capital em agosto para a casa dos meus pais no interior até este momento é a quinta vez que vou empacotar e desempacotar malas). Agora feliz da vida! Bom saber que passarei o meu aniversário no meu cantinho por aqui e com muita neve eu espero!!


Temos endereço fixo em Toronto! Não aguentava mais viver na decoração alheia, no tudo alheio! Valeu, nos ajudou muito no começo e economizamos bastante nesta brincadeira mas já é hora de nos acomodarmos até porque estamos começando a dar nossos primeiros passos mais concretos por aqui.
Aguardem mais novidades em breve!

24.11.06

Meu Mico Publicável

Recebi do Leonardo do Indizível a missão de escrever sobre o O suspeito da rua Arlington.

Compramos os ingressos para às 16 horas e ouvimos da mocinha da bilheteria “Corram porque o filme já começou!”.

Checamos nossos relógios, trocamos olhares que diziam (sim, após muitos anos de convivência os olhares conversam entre si!) esta mocinha deve ter tomado “umas” pois estamos com meia hora de antecedência.

Ao entrar na sala de exibição – escuridão, silêncio, cadeiras lotadas e o filme em pleno andamento. Fomos os dois quietinhos e sentamos em uma das últimas fileiras.

Passados uns quinze minutos algo nos dizia que o que passava à frente de nossos olhos estava muito longe de ser o começo do filme! Abordei o sujeito ao lado e soltei a pergunta – “Faz muito tempo que começou o filme?”

E veio a fatídica resposta – “Faz UMA HORA!” Foi irresistível começamos a rir baixinho eu , o Maurício e o sujeito que me deu a informação. Tratamos de sair rapidinho da sala e nos orientar.

Logo na saída das salas do cinema havia uma RELOJOARIA com dezenas de relógios pendurados. Quando paramos e olhamos os relógios não conseguíamos nos conter de tanto rir! Percebemos ali que não havíamos adiantado em UMA HORA os nossos relógios por conta da mudança do HORÁRIO DE VERÃO na noite anterior!

O filme? Alugamos alguns dias depois e gostamos. Bem, deve ser por conta de casais como nós que esta mudança de horário acontece sempre do sábado para o domingo! Mas venho em nossa defesa dizer que depois desta nunca mais esquecemos de acertar os relógios e também nunca mais esquecemos do filme O suspeito da rua Arlington.

Passo a missão para a Dani, Leslie e Luly. Divirtam-se!

23.11.06

Cai o índice de pobreza no Canadá

O instituto FRASER divulgou, no último dia 9 de novembro, estudo que registra uma queda recorde no índice de pobreza do Canadá. Segundo o instituto, o país atingiu seu mais baixo nível em toda sua história.

A parcela de Canadenses que vive na pobreza caiu de 7,8% em 1996 para 4,9% em 2004. O autor do estudo, Chris Sarlo, acrescenta ainda que trata-se de uma baixa substancial. Ao contrário do Statistics Canada (que calcula o índice baseado nos rendimentos), o Fraser baseia-se na capacidade dos canadenses de resolver necessidades fundamentais como habitação, alimentação e vestuário.

Ainda segundo o estudo, a pobreza infantil também diminuiu de maneira expressiva passando de 10% em 1996 para 5,8% em 2004.

Para nós, "novos Canadenses" como somos chamados por aqui é muito bom ler este tipo de notícia e constatar os números nas ruas e em nossas próprias vidas.

21.11.06

Let´s Make a Deal

Sábado que passou foi uma noite diferente em nossas vidas de imigrantes recém chegados administrando suas economias e começando uma nova vida por aqui! Fomos jantar na cantina italiana The Old Spaguetti Factory no centro de Toronto.

E o melhor de tudo é que foi quase de graça. Digo quase porque um jantar para dois que custaria $40 (entre gorjeta, bebida e pratos) saiu por $ 10 pois pagamos apenas as bebidas e a gorjeta. Antes que começe a passar pela cabeça de alguém que passamos a noite lavando pratos para pagar a conta, preciso dizer que o ganhador da façanha foi o meu querido marido.

Em seu último dia de aula no programa de treinamento que o governo nos oferece e que finalizamos mês passado, o Maurício participou da confraternização entre os “formandos imigrantes”, professores e funcionários da escola. Em plena festinha, participou de algo muito parecido com o jogo Let´s Make a Deal. Vou facilitar a vida do querido e respeitado leitor.

Quem aí não se lembra daqueles joguinhos televisivos em que o dono do jargão “Ha hai, Lombarde” perguntava – “Você troca este lindo e completo jogo de quarto por uma chupeta velha e rasgada? “ e o participante gritava SSSIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMMMMMM.Algo parecido.

Pois é, excluindo o detalhe da gritaria, do tubo e do fone de ouvido, o Maurício foi sorteado entre 30 pessoas para participar da escolha de 10 prêmios “cegos” pois ninguém sabia o que havia dentro de cada pacote e os participantes podiam “roubar” o prêmio do outro até que todos decidissem com o que ficar.

Maurício “tomou” de uma companheira o pacote que continha o melhor prêmio do dia! Quando todos abriram e descobriram que em alguns pacotes havia jujubas , em outros uma sacolinha promocional e nas mãos do meu marido o jantar para dois na cantina, o que ele ouvia dos canadenses (professores e funcionários da escola) era – “Você vai adorar! É o melhor prêmio!”

Fomos, adoramos e curtimos uma noite muito agradável por lá. Fica a dica para os nossos amigos que moram aqui em Toronto. A ambientação do local vale à pena e a comida, ao menos o Spaguetti que comemos, é muito boa.

Ah! O presente foi completo, tinha direito à acompanhamento, salada, sobremesa e chazinho. Como diria minha querida amiga Leslie, saímos de lá “rolando” de tanto comer !

Sorte a do meu marido não? E minha também de ter casado com ele e desfrutar destes momentos ao seu lado.

18.11.06

Papai Noel levado à sério

Dia 19 de novembro, no ano de 2006 mais conhecido como domingo, vai acontecer o famoso e já tradicional desfile do Papai Noel aqui em Toronto. Advinhem quem estará entre as cerca de quinhentas mil pessoas esperadas para o evento? Euzinha mesmo, uma eterna criança segundo meu marido e eu mesma.


E como a cidade já está toda em clima de Natal, resolvi contar um pouquinho os motivos pelos quais este desfile de Toronto é tão famoso! O Toronto Star de hoje traz uma página com o trajeto da parada e os melhores lugares para ficar e a CTV (rede de televisão local) está há uma semana falando do evento e dando previsões do tempo para o grande dia!.


A Santa Claus Parade (Santa Claus é o nome do bom velhinho por aqui) foi realizada pela primeira vez em Toronto no ano de 1905 com apenas um carro alegórico. Hoje, com cerca de 1700 participantes (entre voluntários e empresas que apóiam) conta com 25 carros alegóricos. Os 6 kilômetros de extensão percorridos pelo bom velhinho, suas renas, mamães “noelas” e duendes, terão cobertura televisiva mundial para países como Nova Zelândia, Irlanda e Noruega.


Tudo isso porque o desfile de Toronto é o maior do mundo! O simpático velhinho de barba branca é mesmo muito chique e respeitado pelas bandas do hemisfério norte. O mesmo desfile (em menor extensão que o Toronto) é realizado em Hollywood na California, em Nova York, Austrália e Nova Zelândia! Façam seus pedidos. Eu já fiz os meus...


Este "post" foi uma homenagem às minhas queridas Rafaela (afilhada) e Claudinha (priminha) e à todas as crianças de todas as idades que, como eu, mantêm o espírito da infância vivo mesmo depois de tanto tempo já ter se passado!

Feliz Natal!

15.11.06

Como não guardar um colchão de ar

Terça feira e a cidadã que vos escreve levanta cedinho para ir até a escola Yorkdale saber mais sobre o co-op program que poderá fazer para ganhar a famosa experiência canadense e assim poder entrar no mercado de trabalho por aqui.

Pois bem, no apartamento em que estamos provisoriamente (pretendemos nos mudar em dezembro) há um cômodo extra – o Den. O mesmo que ao chegamos dormimos por duas semanas enquanto a nossa amiga chinesa usava a suíte master. Ela voltou para a China, nós fomos para a suíte master e deixamos o colchão de ar (cheio) em pé e enconstado na parede do Den.

Colado nesta mesma parede há um grande e muito útil mapa da linha do metrô de Toronto. Oito horas da manhã e a dona deste blog, já apressada para cumprir todas as tarefas que havia planejado para aquela manhã, adentra o recinto – vulgo Den – acende a luz, move o colchão levemente para a esquerda para poder enxergar o mapa do metro na parede.

Enquanto mostra ao marido a estação do metrô que deverá descer e o marido “GPS” calcula a melhor maneira de fazer o “transfer” para o ônibus, eis que um leve som - algo como pssssiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii - surge do teto do Den.

Por cinco segundos meu cérebro mandava a mensagem – é apenas o barulho do chuveiro do vizinho mas no instante seguinte detecta que tratava-se do colchão que ao ser arrastado para liberar a visão do mapa, encostou na lâmpada do teto quente. Calor + plástico!!!! TCHARAN! Furei o colchão de ar!

No mesmo momento só pude lembrar dos nossos amigos importados de Montreal que furaram seu colchão de ar durante a mudança por não terem esvaziado o mesmo para o transporte. Fábio e Eliane, adivinhem em quem eu pensei na hora? Acharam que furar colchão de ar fosse exclusividade de vocês?

O desapontamento da esposa –“Este colchão ficou duas semanas parado aqui e agora que vamos nos mudar e precisaremos dele de novo a lâmpada do Den cruza o meu caminho!!!”
A tranquilidade e equilíbripos quase tibetanos do marido – “Tudo bem! Não há problemas, pegue a caixa por favor”.

Dentro dela havia um tapa buracos e o marido mais que prontamente colocou. Ainda não sabemos se vai funcionar quando enchermos novamente mas antes disso já convoco a “colônia amiga” para me emprestar um.

Luci, o seu ainda está aí sem usar? Estamos aceitando o empréstimo para quando mudarmos para nossa casa e prometo não deixá-lo na posição vertical jamais... Fui, peguei as informações que precisava e a luta continua. Afinal não vai ser um colchãozinho furado que vai nos tirar do prumo né?

Ah, lembram do processo que estava participando para uma vaguinha de intérprete? Não peguei a vaga. Foi apenas a primeira tentativa de muitas que virão e ao menos já posso dizer que comecei a ter experiência em entrevistas e processo longos e complexos como foi este em específico.

E vamos em frente que atrás vem gente!!!

13.11.06

Meu Sonho Possível

A Dani foi colocada em uma "enrascada" pela Thelma e acabou arrastando a amiga aqui junto!! O criador do desafio coletivo dos blogueiros foi o Léo, do Indizível . Desafio aceito - falar dos meus sonhos possíveis!
Sempre sonhei....
  • Em morar em um país que falasse outro idioma que não o meu, tivesse outra cultura diferente da minha, outro clima totalmente diferente do meu, primasse pela organização, respeito ao indivíduo e aqui estou eu feliz da vida morando no Canadá!

  • Dividir a minha vida inteira com alguém que tivesse os mesmos valores e acreditasse nos mesmos sonhos possíveis juntos. Eis aqui o meu querido marido me acompanhando nesta jornada de imigrantes que acharam seu lugar no mundo e comemoram cada pequenina conquista e vivem cada dia como se fossem únicos!

  • Comemorar o meu aniversário no inverno, rodeada de neve, decoração de natal e em um local que eu pudesse ter uma comunicação direta com o Papai Noel (rssrs). Para os que não sabem, dia 17 de dezembro estarei eu aqui rodeada de muita neve (eu espero), frio, luzes de natal comemorando os meus bem vividos 32 aninhos!

10.11.06

Campeonato de Jó Quem Pô em Toronto (ops!)

Extra! Extra!

Amanhã a cidade de Toronto vai sediar o Campeonato Mundial de Rock Paper Scissors conhecido por aí como "Jó Quei Pô (como se fala mas como se escreve já um trabalho para o professor Pasquale). Atire a primeira "pedra" (opa, neste jogo não vale atirar nada) quem nunca brincou disso quando era criança!

Cansado de não ganhar nada nas competições de natação, volei e futebol do seu bairro ou da escola? Seus problemas acabaram! Venha para cá, seja um campeão e ainda ganhe muitos prêmios! Para tanto, basta apenas dominar a milenar e ultra-mega complexa técnica de jogar a palma de uma das mãos em punho fechado (pedra = rock), palma aberta (papel=paper) ou dois dedos abertos (tesoura=scissors)!

Resta saber se você vai jogar Jenken, Jan Ken Pon (arrisco dizer que vem daí o nosso Jó Quem Pô), Roshambo, Shnik Shnak Shnuk, Ching Chong Chow ou Rock Paper Scissors - para citar alguns dos nomes da mesma brincadeira conhecida no mundo todo.

Leitores queridos, a digníssima pessoa que vos escreve (eheh) não está matando horas de busca de emprego para fuçar inutilidades na internet não! Isso que é pior ! Estava eu tomando o meu café da manhã e vendo o meu jornal diário da manhã só isso. Eis que me deparo com o entrevistado - o campeão mundial de rock paper e scissors que escreveu um livro e lançará amanhã durante o campeonato pode?

A cobertura teve direito a uns 15 minutos de TV com os apresentadores jogando no ar e tudo! Queridas ex-colegas de trabalho e amigas de sempre, já deu para ter uma idéia do tipo de cobertura "jornalística/eventos" que nós enquanto PR encararíamos por aqui né?

Bem, respeitemos a cultura alheia e lembremos que o que para nós latinos não passava de um jogo recreativo infantil, nos países anglo-saxões é conhecido como uma ferramenta de tomada de decisão. O motivo?

Está lançado o desafio para quem já está trabalhando por aqui. Alguém aí já viu em plena reunião um chefe e um subordinado "jogando" rock, paper scissors para definir o público alvo do próximo produto a ser lançado? Ou até mesmo para decidir qual o restaurante vão almoçar?

Desculpem amigos, hoje é sexta-feira e o Era do Gelo também é "Cultura inútil". Ótimo fim de semana para todos!

9.11.06

Vestindo-se com a ajuda da sociedade Canadense

“Parece que eu entrei em um guarda roupa gigante!”, afirmava meu querido marido enquanto chegava em casa com os braços cheios de sacolas de roupas e cabides com ternos. Espalhamos tudo em cima da cama e eu não pude acreditar no que estava diante de meus olhos – cinco conjuntos completos masculinos finos e elegantes! Camisas, paletós, gravatas, calças, sapato e até uma camisa da Hugo Boss estava no meio! Tudo em perfeito estado de conservação.

Não, o Maurício não “pirou na batatinha” e foi fazer compras na Hugo Boss com o cartão de crédito só para “relaxar” um pouco enquanto aguardamos a chegada de nossos empregos Canadenses. Ele apenas foi, na semana passada, desfrutar de um dos muitos direitos que o imigrante que chega legalizado por aqui, e completa os programas oferecidos pelo governo, pode usufruir.

Hoje foi a minha vez e preciso dar o meu testemunho!
Como eu e o Maurício frequentamos programas diferentes, terminamos os respectivos cursos com uma semana de diferença. Uma vez que o imigrante termina o treinamento de três semanas sobre o mercado de trabalho canadense (e somente quando completa o curso), recebe uma carta de recomendação da escola que o encaminha para o Dress Your Best Helping Clothe People Entering the Workforce (algo como Vista o seu Melhor – Ajudando a vestir pessoas entrando para o mercado de trabalho).

E lá fui eu para o guarda roupa gigante ao qual meu marido referia-se. Todas as quartas-feiras, de setembro à dezembro, consultores de moda oferecem o seu trabalho voluntário para manter a organização funcionando.
Você só precisa ir até o salão da Igreja Batista (que "doa" o local para o “guarda roupa gigante” funcionar) na zona leste de Toronto, pagar $ 25 e receber em troca a consultoria de moda dos voluntários que nos ajudam a escolher as melhores roupas para as entrevistas de emprego e ambiente de trabalho mais adequados de acordo com a posição que você está procurando e volta para a casa com as roupas.

Simplesmente fantástico!! Me senti em plena semana do São Paulo Fashion Week nos bastidores do desfile com tantos estilistas e mulheres provando e escolhendo roupas ao mesmo tempo no meio de várias araras com as roupas penduradas. O mais legal é que você chega lá bate um papo com o seu consultor de moda (chique demais, eu nunca tive um !!) e ele vai trazendo tudo para você. Você só tem o trabalho de provar, trocar idéias e ouvir a consultoria. Tudo no maior profissionalismo!

Aliás, isso é um capítulo à parte por aqui e um dos principais motivos que me faz ter certeza de que escolhi o país certo para chamar de casa. Tudo é sempre muito profissional, organizado e sério. Todas as roupas de lá foram doadas por lojas (aquelas roupas que por conta de um pequeno defeito não podem ir para loja ou sobra de estoque) e por executivos canadenses que fizeram “faxina” em seus guarda-roupas. Os voluntários organizam tudo e transformam em uma loja para ajudar as pessoas que estão procurando trabalho.

É tudo tão profissional e organizado que a sensação que você tem é de estar dentro de uma loja com roupas novas e não roupas usadas que foram doadas.

O meu estilista foi o máximo! Passei uma hora (isso mesmo é o que leva para provar tudo que o estilista sugere, para ver se serve,etc) muito agradável e me diverti muito! Sem contar que voltei para casa com dois sapatos, dois ternos, 4 camisas, um blusa de lã, uma capa de chuva (daquelas tipo londrina), meias e até uma bolsa.

Ah! Se você quiser e estiver precisando também há acessórios, maquiagem e até cintos por lá. Agora o casal está pronto para as entrevistas todas e tudo isso por apenas $25 cada. Ainda bem que não trouxemos as malas extras de roupa, teria saído mais caro e não teriamos passado por mais esta nova e fantástica experiência e lição de trabalho voluntário, profissional e organizado em favor da comunidade!
Alguns dos exemplares adquiridos




7.11.06

Formatura de imigrantes - prontos para o mercado de trabalho

Sexta-feira passada foi dia de formatura com direito à almoço multicultural, flores e até diploma. Completei as 3 semanas do NOW program (um dos muitos oferecidos pelo governo Canadense ao Imigrante que chega). Além de ser muito útil nas dicas e treinamentos que nos proporciona sobre a cultura canadense no mercado de trabalho, acaba por cumprir um papel social importante de inserir o imigrante na sociedade.

Logo que chegamos, embora ainda bem confusos com tantos nomes e siglas de programas oferecidos, fomos direto para o Human Resources Skills Development Canada (HRSDC). Para quem pretende imigrar, é altamente recomendável fazer o mesmo logo na chegada porque é a partir daí que você entra na rede e começa a entender todo o sistema que existe para receber o imigrante. Aí é só soltar na banguela que uma coisa leva à outra. E como!

Para a festinha de formatura (afinal o primeiro diploma Canadense a gente nunca esquece!) cada imigrante levou uma comida representativa de seu país. Podem imaginar o banquete mundial que foi né? Quem me conhece sabe também que eu não perdi a chance de experimentar tudo!!

Comecei pelo maravilhoso sushi levado pela querida Masako, seguindo pela salada tipicamente Canadense preparada por um dos mentores, a deliciosa torta Bulgara, o arroz e as delícias da China, a torta turca e por fim as guloseimas apimentadas da Índia. UFA!

Deixei as iguarias indianas por último pelo simples motivo de não ser amiga de pimenta mas a diplomacia e a curiosidade foram mais fortes então pensei – deixa eu garantir o rango antes e depois jogo a “fogueira” indiana na garganta. Dito e feito!

A salvação foi o nosso maravilhoso Guaraná Antarctica que eu levei representando a nação canarinho. Aliás é um capítulo à parte – todos amam! Dos seis litros que levei não sobrou um pingo para contar história. Levei também de sobremesa o pé-de-moleque Yoki . Vocês precisavam ver os chineses mandando ver a nossa delicia!





Acabado o banquete, recebemos os diplomas e eu representei a turma entregando flores e dizendo umas poucas palavras em agradecimento àqueles que primeiro nos acolheram e nos ensinaram as dicas de como lidar com os empregadores Canadenses. E por falar neles, estou na terceira etapa de um processo seletivo para uma vaga de intérprete (inglês/português). Amanhã farei o teste final mas isso já é assunto para um outro post.

5.11.06

Mercado de Pulgas e cinema no domingo

Tiramos o domingo para "bater perna" no Kensington Market e lá passamos horas entre brechós, lojinhas e mercados. É um verdadeiro mercado de pulgas à céu aberto! Um ponto turístico de Toronto que vale o passeio por dois motivos :

1- Se você está precisando comprar roupa e está segurando o orçamento, vai encontrar verdadeiras barganhas por lá. Roupas em perfeito estado de uso das mais variadas grifes como GAP, La Coste, Ralph Lauren baratinhas!! Blusas de lã da GAP por 10 dolares só para citar um exemplo.

2- Se não está precisando comprar nada, vá mesmo assim porque vale o passeio! Trata-se de um local alternativo onde há desde lojas retrôs (onde você encontra perucas multi-coloridas e camisetas da ATARI) até lojas de frutas, antiguidades. Para quem é de São Paulo capital, guardadas as devidas proporções, trata-se de uma Benedito Calixto ainda mais diversificada e "barata" para comprar roupas de segunda mão em ótimo estado!

Após termos nos divertido com a diversidade do local, fomos para o Rainbow Cinemas assistir ao filme The Departed . Estrelado por um time de peso (Mat Damon, Leonardo di Caprio, Jack Nicholson) o filme é muito bom e vale o ingresso. Sabendo que gosto não se discute, ao invés de entrar em detalhes para não estragar o filme de quem ainda vai assistir (estréia no Brasil em 10 de novembro ) , apenas digo que se você não gosta de sangue e tiroteio, o filme não é para você.

Agora se você gosta de muita ação, investigação policial e ainda de quebra uns mocinhos bem afeiçoados na telona, eu recomendo!! rs.

1.11.06

Tim Hortons - a mania nacional

Desde que chegamos por aqui (e lá se foram 45 dias) pudemos constatar uma verdadeira mania nacional, praticamente uma “febre” Canadense. O copinho de café Tim Hortons em punho é uma cena mais que trivial por aqui. É na rua, dentro do metrô, nos parques, na escola e onde mais a sua imaginação mandar!

A sensação que tenho é que o Canadense vai perder o equilíbio se tirarmos o copo de suas mãos quando em movimento. O copinho da Tim Hortons é praticamente uma extensão de seu corpo. Há aqueles que carregam o copo da Starbucks mas como a mesma possui apenas 7% do mercado de café expresso no Canadá e sua concorrente líder de mercado possui 62% de market share, o que realmente fixa em sua mente é o copinho Tim Hortons.

Embora eu não goste e não beba café, entendo perfeitamente o vício pela bebida. O que torna o fato um tanto quanto inusitado é que o Canadense não poder viver sem um copo destes em mãos mesmo quando está em pleno movimento. Será que eles não poderiam ao menos parar e sentar para apreciar o seu “vício”?

Eu mesma, desde que cheguei, não tomei nada na famosa rede de cafés expressos que leva o nome de um ex-jogador de Hockey do Maple Leafs morto tragicamente em um acidente de carro em 1974, mas certamente quando entrar para tomar um leite, nunca um café, sentarei e terminarei minha bebida lá dentro mesmo.

Dia destes o Maurício observava e comentava comigo sobre este exagero dos copinhos como sendo um “sexto” dedo das mãos dos habitantes daqui e eis que hoje pela manhã assistindo ao meu telejornal matutino (antes de ir para a escola de procurar emprego) me deparo com a seguinte matéria – Tim Hortons instala loja na base militar Canadense de Kandahar no Afeganistão!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Isso mesmo! A mesma matéria levantou o custo (pago pelo contribuinte canadense e estes seremos nós, se deus quiser em breve, assim que começarmos a trabalhar) para manter a “lojinha” Tim Hortons na base militar Canadense no Afeganistão durante um ano - $ 3.8 milhões de doletas canadenses entre salário de quem está lá, manutenção e produtos. Ah tá!

Por isso que eu assisto ao jornal na TV e leio o jornal impresso todos os dias. Desta maneira conseguimos saber mais sobre a sociedade que agora é nossa e tudo fica mais fácil de entender. Era mais grave do que eu pensava! Bem, ao menos os soldados estão felizes com seu cafezinho e podem completar a missão em paz (OPS!).