31.12.06

2007 PODE CHEGAR

Não poderia deixar passar em branco o último dia de um ano marco para o casal considerado louco por uns, aventureiro por outros e até mesmo ídolo por outros. De uma forma ou de outra, para nós mesmos, este projeto nunca teve nada de aventureiro, muito pelo contrário. Dois mil e seis foi um ano inteiro dedicado ao projeto de nossas vidas . Não que os outros cinco ou seis anteriores não o tenham sido.

Entretanto, em 2006 tínhamos o fato consumado, a certeza em mãos (o visto de residência permanente tão esperado) , ou seja, há exatos 365 dias já tínhamos a certeza de uma coisa (sim, seríamos residentes permanentes no Canada) e a incerteza de centenas (onde moraríamos, onde trabalharíamos, com quem nos relacionaríamos, o que faríamos para nos divertir e outras tantas…).

Hoje, às portas de um novo ano que se inicia, olhamos para trás e nos orgulhamos dos pequenos passos que demos para atingir este grande projeto não sem esquecer que ainda muito temos por fazer. Ainda muitas incertezas virão (assim o é desde que o mundo é mundo e eis a graça da benção chamada vida), conquistas, batalhas, “sims” e “nãos” para ouvir, risos e choros para expressar!

Todavia, o que mais nos faz sentir VIVOS e FELIZES é saber que, a cada dia, nas menores e aparentemente menos importantes coisas que fazemos, estamos sendo coerentes com nossos próprios valores e filosofia de vida. Simultaneamente ao nascer de um novo ano, completamos 3 meses e meio de nosso recomeço no Canadá.

Podemos assim dizer que nossa vida no Canadá e 2007 estão nascendo quase que juntos, com as mesmas incertezas, certezas, surpresas, desafios, problemas e suas soluções. Sim, porque os verdadeiros e maiores problemas são aqueles que jamais passariam por nossas mentes em uma tarde chuvosa de domingo e dificilmente há soluções para eles. Para todos os outros há solução.

Sendo assim, ao badalar da meia noite de hoje (três horas depois do horário oficial de Brasília) vamos abraçar o novo ano como todos os outros anteriores. Com pequenos passos e metas para atingir e que, um dia determinado e planejado lá na frente, nos levarão a uma meta maior. E assim acreditamos!

Sobre as “promessas” (aqui conhecidas como RESOLUTIONS) do ano novo, certamente as temos - a manutenção do emprego do querido marido, a batalha pelo meu - mas nunca esquecendo de trazer para cada momento de nossos dias - a beleza do sorriso da criança que começa a andar/patinar, o choro da mesma ao cair e o pai que a deixa passar pela experiência de, por si mesma entender que chorar não a vai levar à nada, ao passo que levantando e tentando de novo ela um dia ficará em pé, o sol da linda manhã de inverno, a brisa em nossos rostos e o canto dos pássaros como sendo os sinais mais belos de que estamos vivos e queremos proseguir e aproveitar cada segundo.

Carpe diem! Já enfatizava o estilo Barroco de literatura.

Para todos aqueles que, por um motivo ou outro, nos acompanham pelo blog gostaríamos de desejar um lindo 2007, cheio de paz interior e realizações pessoais, não importando o tamanho de cada uma ou o quanto elas signifiquem para outrem, mas que para cada um de vocês elas tenham o poder de fazê-los sentir realmente VIVOS !

2007 PODE CHEGAR!!

26.12.06

Natal Brazuca em Toronto


Longe da família e perto dos queridos novos amigos que fizemos por aqui. O nosso primeiro Natal no Canadá foi diferente mas nem por isso deixou de ser muito gostoso e divertido. Tudo bem vai, poderia ter sido um pouco mais romântico. Papai noel poderia ter providenciado a neve mas, já que não o fez, tratamos de animar a festa!

Fabi e Cleber cuidaram de nos proporcionar uma linda árvore de natal e o aconchego de seu lar, a dupla Lully e Fabi organizou uma deliciosa ceia com direito à Peru e tudo. Aliás, o Peru é um detalhe à parte. Segundo o Maurício só estava tão gostoso por conta do preciso corte que ele deu à iguaria. Tudo bem meninas, vamos dizer que metade do mérito é de vocês e metade do meu marido. Assim ninguém briga.

Regada à vinho, cerveja, refri e muito papo e animação, a ceia estava perfeita e até brinde com champagne da meia noite fizemos. Lá estava a turminha do barulho Carol e Fernando, Paula e Mauricio (esta que vos escreve eheh), Luci e Rogerio, Lully e Wander, Fabi e Cleber, Lucia e Sergio, Ana Celia , Alessandro e Henrique.

Sem contar a participação mais que especial da “lady” PIPOCA (sim, porque esta cadela é muito bem educada pelo casal Lully e Wander, fina e chique) mais conhecida pelos Canadenses como POPCORN.

A brincadeira com a troca de “lembrancinhas” de um dollar (sem saber o que havia dentro dos pacotes) para divertir o ambiente também cumpriu muito bem o seu papel. E para finalizar, a “jogatina” divertida que foi madrugada à dentro.

E sem grandes sofrimentos por estar longe da família (utilizei a técnica de falar com todos logo pela manhã quando acordei pois principalmente as queridas vovós emocionam mais) e funcionou. Quando foi à noite estava curtindo muito aquele novo momento com novas pessoas ao meu redor! E quem disse que o diferente e o novo também não podem ser muito gostosos?

Aproveito para transmitir aos queridos (família e amigos que ficaram no Brasil) e aos leitores assíduos deste blog um lindo 2007 e que a paz de espírito e a força para superar dificuldades pelo caminho estejam sempre com cada um de vocês.

FELIZ 2007!!!

20.12.06

O mundo maravilhoso de UM DOLLAR

“Era uma casa muito engraçada. Não tinha teto, não tinha NADA!! …Ninguém podia fazer “pipi” porque pinico não tinha ali”…

A letra acima, cantada ao som dos clássicos violão e voz de Toquinho, sempre me pareceu muito meiga e boa de se ouvir. De se ouvir, porque entrar em uma casa como esta que, embora com teto, parede e lugar para fazer pipi (sem pinico como diz a letra claro né!) não tinha nada, dá trabalho...

Por isso, ao invés de ouvir os lindos (mas calmos) clássicos do Toquinho, estou mesmo é colocando um bom (pesado) e velho Rock´n Roll enquanto organizo tudo para ter energia para tanto trabalho.

E para a salvação do imigrante, que por aqui chega com suas economias contadas e está precisando economizar em tudo neste começo de vida, existe o Mundo Maravilhoso de UM dollar!

Todas as minhas vizinhas daqui a querida Zuina já haviam me falado da loja, mas nada como a sua própria experiência! Ontem consegui tirar o dia para as compras. Eu e a “multidão enfurecida”(licença poética dos Titãs) que fazia compras para o Natal.

Com uma diferença báaaaaasica. Enquanto todos compravam decoração de natal, presentes e cartões, eu buscava presentes para a cozinha, banheiro e sala. E os encontrei todos. Tudo pela bagatela de UM DOLLAR!

Onde? Na Dollarama do Dufferin Mall. Por aqui há várias marcas deste tipo de lojas de um dollar (Dollar Store, Buk or Two). Eu já havia entrado em outras mas a Dollarama realmente surpreende. Segundo a minha vizinha Luci até espátula de chefe de cozinha que suporta altas temperaturas e, no Brasil, ela tinha que procurar em casas specializadas, na Dollarama tem por Um dollar. Ótimo não?

O fato é que eu trouxe para casa toda a minha listinha desde assadeiras, ralo de pia de cozinha, saquinho para lavar roupa na máquina até pratos e copos. Enquanto isso, pais montavam pacotes de presentes para seus filhos com muitas coisinhas divertidas e coloridas que há por lá também.

No Wall Mart, do mesmo Mall, encontrei a almofadona (longa para dois) que queria para jogar no chão por $13. Segundo meu querido marido uma excelente compra (sim, porque sofá por aqui só lá pelo fim de 2007).

E para quem está aqui e ainda não comprou as meias de inverno e segunda pele para homem, o Wall Mart está com várias promoções. Aliás, o Dufferin Mall (que não é perto para quem mora aqui em North York mas possui fácil acesso de metrô - foi como eu fui) está inteiro em CLEARANCE (como eles chamam queima de estoque com preços mais baixos por aqui).

Ufa! Pelo menos agora não terei mais que emprestar a assadeira da vizinha que salvou minha vida dia destes para assar o almoço do marido que, como todo Torontense leva sua marmita para o trabalho. Se terei que voltar lá?

Certamente muitas vezes mas pelo menos agora posso esperar a multidão se recolher com suas compras de natal para voltar. Não dava para esperar até 2007 para comprar coisas essencias para a casa que apesar de não ter “pinico” agora tem prato, copo, assadeira, ralo de pia e outras cositas…

17.12.06

Edição Comemorativa - Meu Aniversário!



Mais um ano que se passa, mais um ano sem você. Já não tenho a mesma idade, envelheço na cidade. Essa vida é jogo rápido para mim ou prá você.Mais um ano que se passa e eu não sei o que fazer! Juventude se abraça, se unem pra esquecer.

Um feliz aniversário para mim ou prá você... Feliz aniversário - envelheço na cidade. Feliz aniversário - envelheço na cidade. Feliz aniversário - envelheço na cidade. Feliz aniversário...

Meus amigos minha rua, as garotas da minha rua,Não os sinto, não os tenho... mais um ano sem você! As garotas desfilando, os rapazes a beber. Já não tenho a mesma idade, não pertenço a ninguém.....Juventude se abraça, se unem pra esquecer...Um feliz aniversário para mim ou prá você...

A letra acima, composta pelo Edgar Scandurra e cantada na voz “rasgada” de um dos meus ídolos Nasi do grupo IRA, foi escolhida para registrar um dia muito especial - o meu aniversário.

Este não é um aniversário como outros, definitivamente. Nada é como antes, nem será mais. Trata-se de um aniversário em que tudo mudou. Mudou o céu, mudou a cor das coisas, o cheiro, o clima, quem está ao meu redor e tudo que vivo e faço!

Já dizia o poeta que fazer aniversário é renascer pois a cada ano você acumula e traz as experiências e emoções vividas anteriormente. Se assim o é, este ano eu renasci duas vezes. Fazer anniversário na condição de imigrante começando a vida em outro país é o que chamo de RERENASCER… assim mesmo com dois “Res“.. Ou renascer de novo..

A imagem acima é do meu presente de aniversário - o par de patins e gorro para patinar no gelo.

Feliz aniversário …Envelheço em Toronto!

14.12.06

TRÊS meses de Canadá

Há 91 dias, 2.184 horas e alguns minutos e outros segundos, pisávamos em solo Canadense! Aqui não cabe a expressão - “Nossa parece que foi ontem“. Ao contrário, parece que foi há dois anos, tamanha a velocidade de tudo de novo que acontece.

E para comemorar nossos 3 meses de Canadá, pouco antes de celebrar a minha nova versão 3.2, resolvi elencar algumas constatações para lê-las quando comemorar 3 anos só para ver o que mudou, ou não, como diria Caetano Veloso.

Categoria NÃO TEM PREÇO - Coisas que eu estou adorando TER por aqui

Paz, segurança e tranquilidade para andar pelas ruas a qualquer horário do dia.
Ir e Voltar de metrô de um jogo de futebol, à noite, com todas as torcidas ocupando o mesmo espaço em plena harmonia.
Tecnologia !!!!!!!! Acessível e mais barata
Um sistema de transporte público que funciona. Um metrô que, embora mais sujo e mais lento que o de SP, funciona bem e me leva para todos os lugares da cidade
Uma FENOMENAL rede de biblioetcas públicas espalhadas pela cidade. Claro que bato ponto semanal em um dos maiores centros que fica há minutos de casa.
Estou na terra do Barenaked Ladies, banda que já adorava lá do Brasil influenciada pela querida Bruninha.
Filosofia de vida faça você mesmo que valoriza a independência do indivíduo. Empacote o que comprou na loja, passe o seu cartao na maquinha, lave sua própria roupa, seja responsável pelo que faz. Quase tudo é SELF SERVICE!

Categoria PASSO BEM SEM - Coisas que eu estou adorando NÃO ter por aqui
Domingão do Faustão
Narração do Galvão Bueno
Pânico na TV
Grupos de Axé e afins
O ultimo hit do momento tipo “Festa no apÊ” que inferniza a sua cabeça grudando como chiclete durante todo o carnaval.
Medo de ser assaltada nos faróis
Ter que ouvir todo fim de ano a música “então é natal…” na bela voz da Simone que foi inventada para cantar sambas genuínos e não musicas natalinas.
Falta de respeito, de eduação, gente furando fila e querendo passar a perna no próximo.
Alagamentos e enchentes de verão. Quem mora em São Paulo capital sabe o inferno que todo ano precisa enfrentar.
Enxurradas de motoqueiros cortando os carros no trânsito.
Calor em excesso.

O que eu faço hoje e não fazia no Brasil
Limpar privada.(calma, no Brasil quem limpava era a minha faxineira, só esta a diferença) Bem, ao menos limpo só a minha e não a dos outros (sempre pode ser pior)
Usar aspirador de pó (acho que desde os meus 10 anos de idade não pisava em uma casa com carpete pois isso foi moda no brasil nos idos de 80. Aqui por conta do frio, muitos aptos possuem um fofo e aconchegante carpete
Comprar a sagrada cervejinha em uma loja especializada. Em Ontário não é permitido a venda de bebida alcólica nos supermercados.
Temperar a água das torneiras da pia e banheiro (virou mexeu eu ainda queimo a mão .. Ainda domino esta técnica)
Dominar os mistérios do mundo subterrâneo. Explico: o prédio onde moramos faz conexão subterrânea com o metrô, mercado, cinema, biblioteca e uma série de outros serviços. Dá até para se sentir um verdadeiro ratinho.
Assistir ao House (um dos meus seriados preferidos) sem legenda! Sofro um pouco ainda por conta das doenças e termos médicos em inglÊs mas chego lá.
Emprestar aspirador de pó da vizinha. No Brasil, a relação mais íntima que tive com vizinhos em prédios era do bom dia e boa noite mesmo. Em tempo, a minha gentil vizinha é de Salto e eu sou de Boituva (para quem mora fora do estado de SP, são duas cidades vizinhas do interior do mesmo estado) e fomos nos encontrar em Toronto. Eita mundão de deus!

Só para não passar em branco os 3 meses. E por falar em branco, alguém aí pode parar o aquecimento global? Estamos no meio de dezembro com temperatures de inverno sul Americano e caiu apenas uma nevinha muito da levinha até agora.

11.12.06

Patinando no gelo


"Use protetor solar" aconselha o sábio e belo texto do mundialmente conhecido video Sunscreen (assista o vídeo acima). Cuide bem dos seus joelhos, outra boa dica do mesmo texto.

O protetor solar faz parte dos meus cuidados diários com a pele há cerca de cinco anos (sim, passar dos 25 anos e trabalhar por 4 anos com produtos de pele na indústria da beleza faz isso com a gente!).

Já os joelhos … Ah os meus joelhos…

Os pobrezinhos sofreram um bocado esta semana que passou. Durante toda a semana os utilizei como “pés” para montar os móveis. E fechando com chave de ouro no domingo fui me iniciar no mundo maravilhoso da patinação no gelo!

Juntei-me aos vizinhos mais “pros” no esporte - Carol e Fernando (os mega profissionais com um inverno canadense na bagagem e meus futuros companheiros de esqui), a família 3M, Luci e Rogerio (vizinha, valeu pelos patins!! esta semana adquiro os meus para domingo que vem) e os também iniciantes (bem, o Rafa não tão iniciante assim né Rafa?) Dani e Rafa e fui patinar.

Claro que durante as duas primeiras voltas na arena (um campo de hockey) tive a parede e as bordas como minhas fiéis escudeiras. Só para sentir segurança e perceber que podia parar em pé nos patins.

Na terceira volta disse a mim mesma que sairia da beirada e estaria pronta para o que fosse. Lembrei-me dos ensinamentos do meu mestre de kung-fu e todas as técnicas marciais (aprender a cair antes de qualquer coisa, etc) e fui..

Quando percebi estava patinando e…. aplicando as técnicas marciais de quedas!!!

Que delícia!! Eu não conseguiria descrever o que senti ao deslizar no gelo! Claro que ainda devagarzinho, pegando confiança e fazendo uma amizade com o gelo e com os próprios patins. E acho que para uma primeira vez eu diria que nos demos muito bem!

Claro que, quando comecei a ganhar mais confiança (patinei por uma hora e meia) e comecei a tentar colocar em prática como brecar, comecei a cair.

Tombos computados - 6 . Hematomas pelo corpo - 2 (um deles no joelho direito que já recebeu seu devido cuidado).

Como boa ex-praticante de arte marcial, trouxe meu kit gelol/cataflam comigo.
Já estava até com saudades de uns roxinhos pelo corpo, coisa comum na prática de qualquer arte marcial. Sem contar a saudade que eu estava de praticar um esporte, movimentar o corpo (mesmo que no começo mais para o chão de encontro ao gelo do que outra coisa).

Bem, agora que já coloquei uma hora e meia no meu “brevê” de patinação, e tive certeza que adorei a brincadeira, vou comprar os meus patins e começar a treinar. O encontro do time brasileiro é todo domingo. Sim, porque no ritmo que vai, teremos um time para competir nas olimpíadas de inverno de 2010 em Vancouver.

A pista onde começei é fechada e coberta. Muito apropriada para quem está começando por possuir as paredes e bordas tão amigas dos iniciantes. Entretanto, do lado de casa (a menos de 5 minutos a pé) existe uma pista à céu aberto que fica iluminada à noite e tudo. Precisa ver o movimento. É gente de todas as idades..Isso é o que mais estimula! Pequeninos de 2, 3, 4 anos de idade dando seus primeiros passos no gelo e toda a família praticando. Fascinante!

É lá que vou passar horas praticando uma atividade física. Ufa até que enfim! Quem me conhece sabe que meu corpo pede movimento e de preferência em lugares abertos (nunca curti esteiras, academias e afins.. Por isso sempre fiz basquete, arte marcial e até futebol. Algum esporte) . E nada mais apropriado agora do que um esporte no gelo e que eu possa praticar à céu aberto!!

Por enquanto vou de patinação que é mais barato (só vou adquirir um par de patins. Os mais básicos para iniciantes custam $ 30 e tenho praças de patinação onde posso patinar de graça). Mais para frente certamente entrará o esqui na minha vida.

O joelho? Depois de uma terapia caseira e algumas horas de compressas e gelol já está ficando pronto para domingo. Foi só uma pancada. Claro que com mais tempo de prática continuarei caindo mas pouparei mais o meu joelho como prega o belo vídeo Sunscreen..

7.12.06

Déjà Vu no Ministério da Saúde de Ontario

Nota do autor* Os fatos relatados a seguir ocorreram há seis dias (quando ainda morávamos na residência provisória da Bayview com a Sheppard) e qualquer semelhança do meu título com o novo filme do Denzel Washington (adoro este cara) não terá sido mera coincidência.

Em tempo, eu , na condição de imigrante às voltas com tudo ao mesmo tempo agora (ops, agora foi Titãs) não assisti ao filme mas providenciarei a ida ao cinema em breve. Vamos aos fatos...

Estando apenas há cerca de 2 quilômetros de distância do prédio do Ministério da Saúde de Ontario e como bons amantes de caminhadas que somos, fomos eu e meu digníssimo marido dar entrada no seguro saúde a que temos direito.
Como existe uma carência de três meses, optamos por fazer isso só agora pois mesmo fazendo antes só passariamos a estar “cobertos” a partir de 14 de dezembro (exatos 3 meses da entrada no aeroporto). Antes disso, nada de esquiar, patinar e tudo mais. Hoje recebemos as carteirinhas que passam a valer semana que vem . Eba!!! Agora já posso começar a aprender a patinar.

Chegando no guichê com a papelada necessária, percebemos que faltava o comprovante de residência. Eita pipoca (como diria uma querida amiga minha que ficou lá no Brasil!)! Naquele exato momento eu estava saindo da casa provisória e me mudando para o nosso aconchegante cantinho de onde escrevo hoje. A própria atendente sugeriu o contrato de aluguel que acabaramos de assinar como prova da residência. Tudo bem eu disse à moça, eu moro perto , já voltamos com ele.

Voltamos à pé. Estava uma manhã deliciosa para caminhar (por volta de 15 graus e sem vento) . Foi a semana em que todos comemoravam o DOUBLE DIGIT (como por aqui as temperaturas abaixo de 10 e até mesmo negativas são muito comuns, quando está acima de 10 a galera vibra e com razão. A relatividade é um barato mesmo). Pegamos o documento e lá voltamos para o prédio caminhando.

Quando a atendente viu o contrato logo disse - esta é uma cópia e só aceitamos original. Ela mesma prosseguiu - o seu original está com o proprietário né… vc não poderia pegar emprestado por um dia? não aceitamos original mesmo. Sim , pois não disse eu. Até mais ver.

Fomos fechar negócio com o novo apartamento, pegamos o contrato original com a Janet Kwan (excelente profissional que nos atendeu e altamente recomendável para quem está chegando e pretende morar pelas bandas de North York) e lá voltamos para o Ministério da Saúde pela terceira vez.

Tudo de novo, mesmo caminho, a pé. Tudo igual, Déjà Vu total apenas por um detalhe - desta vez deu tudo certo . Em menos de cinco minutos entregamos toda a papelada e teremos a cobertura do seguro saúde a partir de 14 de dezembro.

Saldo do Déjà Vu - seis quilômetros de caminhada pela manhã com um encontro no meio para pegar as chaves do nosso cantinho… Como já compôs meu ídolo Arnaldo Antunes em tempos de Titãs -"Uma coisa de cada vez, tudo ao mesmo tempo agora". E as crônicas da série "arrumando o nosso cantinho" continuam….

5.12.06

Marteladas de alívio

Alguém aí já contou com quantos paus se faz uma canoa? Pois é, eu também não, mas com quantos parafusos e paus se monta uma cômoda ….Ah! Isso eu sei muito bem!!

Enquanto meu marido estava lá na Rogers defendendo o pão de cada dia, eu daqui cuidava de colocar a casa em pé. E nada melhor do que começar pela cômoda. Não aguento mais ver as minhas roupas espalhadas pela casa.

Hoje me senti dentro de um daqueles programas que adorava assistir no Brasil , o Minha Casa - Sua Casa. Foi um tal de empresta martelo do Mauro daqui, bate na porta do Wander para pegar o parafusador elétrico dali.

Aliás, Wander, no futuro eu vou comprar um destes para mim é o máximo! Para quem não sabe do que estou falando, trata-se de um aparelhinho elétrico que parafusa nuuuma velocidade e sem grandes esforços. Os punhos agradecem.

Não fosse o tal aparelhinho teria gasto três vezes mais tempo para montar a cômoda. Mas com a gentileza dos vizinhos da torre sul, exatos 236 parafusos, coisinhas para encaixar e algumas boas horas depois eis que surge a minha cômoda. Amanhã a mesa com quatro cadeiras me espera.

Ah! Hoje também chegou o nosso colchão e no fim de semana montaremos a cama. Afinal não basta ser marido tem que participar. Ou vocês acharam que eu ia montar a casa inteira e não deixar o Maurício ter a sensação do faça você mesmo tão contemplado neste país… eheh.

Acho que depois da experiência de hoje vou começar a colocar nos murais dos prédios o seguinte anúncio - Comprou todos os seus móveis na IKEA e está sem tempo e paciência para montar? Seus problemas acabaram...Ligue para mim que eu cobro metade do preço da IKEA para montar (rsrs)..

4.12.06

A primeira manhã branca



Segunda noite no nosso cantinho (quem nos acompanha sabe que moramos dois meses em acomodações provisórias antes de chegarmos até aqui) . Sete da manhã e eu levanto para ir ao banheiro (isso que dá comemorar a primeira noite no apartamento novo com cerveja!)
Volto do banheiro e encontro o Maurício com uma frestinha da cortina aberta (sim o apartamento está vazio mas já veio com cortina ufa, menos uma) dizendo – “Paula está nevando”.
Eu prontamente respondo – Ah, devem ser fluries (um tipo de pré neve vamos dizer assim). Eis que olho para baixo da altura do vigésimo andar e me deparo com tudo branco! Olho para a direita (vista da Yonge street) e vejo branco, olho para esquerda (para as bandas da vista da Dani e do Rafa) e o cemitério em frente e os campos verdes – Brancos.
Olho para cima e vejo neve correndo na horizontal devido ao vento. Gente, como ventou esta noite! E claro que os filhos da pátria tropical aqui que vão entrar em seu primeiro inverno PROFISSIONAL e de VERDADE, não podiam deixar de registrar oficialmente os primeiros momentos.

Só passei para registrar mas já tenho uma série pronta com os episódios da mudança.. Aguardem. Acontecem muitas coisas nesta etapa e não consigo dar conta de publicar tudo ao mesmo tempo.

Mas como boa amante da escrita que sou tenho tudo registrado e aos poucos as crônicas vão surgindo.

3.12.06

Breve parada para mudança de apartamento

Só passei para registrar que estamos um pouco fora do ar por conta de toda a logística que envolve uma mudança quando você chega apenas com as malas roupas em um apartamento vazio.

Há três dias que estamos em uma verdadeira maratona para ativar contas, comprar móveis, utilidades domésticas, enfim para deixar a casa com o básico para começarmos.

Em meio à tudo isso é claro que muitas histórias estão surgindo e estou registrando todas uma a uma. Assim que a internet for instalada em casa (esta semana já resolvemos isso) aguardem as crônicas de um casal de imigrantes começando sua vida por aqui.

Ah! é claro que, com a chegada do inverno e da neve foi aberta a temprada de micos para os filhos da pátria tropical que nunca vivenciaram a neve em seu dia a dia, sem a visão romântica do turista. Claro que estamos animadíssimos para ela chegar e esta semana já começou uma "light" mas começou!

Aguardem as novidades todas esta semana ainda.

29.11.06

EDIÇAO ESPECIAL E EXTRA DO ERA!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Filho atencioso ao telefone – “Feliz aniversário mãe! “

Mãe emocionada responde e pergunta em seguida – “Obrigada filho, Deus te abençoe. Como foi ontem?”

Filho sem alterar o tom de voz responde perguntando – “A entrevista?” Sim, a entrevista filho.

Após uma pausa de 10 segundos , o filho prossegue - “Mãe, eu consegui. Começo a trabalhar dia 4 de dezembro” .

A esposa ao lado, mesmo após mais de dez anos de convivência e já mais do que habituada à personalidade do marido, ainda comenta – “Meu deus! Como pode ter tanta calma para dar uma notícia destas!”

Cinco segundos depois lembra que, este mesmo poder “sobrenatural” de encarar o bom como bom (ponto), o triste como triste (ponto) e o feliz como feliz (ponto) sem grandes excessos, já nos ajudou a sair de muitas situações que levariam muita gente à um ataque de nervos instantâneo.

Eu já aprendi muito com este comportamento meio “buda” do meu marido e com a própria filosofia budista em si, mas confesso que perto do Maurício sou apenas uma aprendiz na arte de seguir o “caminho do meio” (seja para boas ou más notícias que mais do que fazem parte da nossa vida) e mesmo assim acho que dificilmente chegarei a tanto!

O meu marido já nasceu programado e eu estou treinando (rsrss). Para quem conhece o Maurício há mais tempo sabe que, apesar do equilibrio em sua voz ao contar para a minha querida sogra (que presentão de aniversário hein dona Neuza?) , ele está muito feliz mesmo e nós aqui em casa hoje (21 de novembro) acordamos com uma sensação de alívio incrível.

O tom de voz muda, o cheiro no ar e tudo o mais. Tudo porque mais um grande e importantíssimo passo foi dado em nosso recomeço de vida – O Primeiro emprego Canadense. Melhor ainda, na primeira entrevista e apenas após dois meses de termos aterrisado no aeroporto internacional de Toronto!

Costumo brincar que nós passamos de fase no Video Game (na minha época no Atari e agora no PS 3 -abafa o caso!) da Imigração! É muito bom passar de fase porque , ao contrário dos joguinhos que nos dizem o número exato de fases e “vidas” que temos, ao aterrisar em terra nova para recomeçar uma vida as fases são intermináveis! Claro que as primeiras são as mais importantes e difíceis.

Estamos muito felizes e gostariamos de dividir esta felicidade com todos os amigos queridos e família que ficaram no Brasil, novos amigos e vizinhos que já fizemos aqui no Canadá e os novos que estão começando a trilhar seu caminho aí do Brasil para chegar aqui. Agradecemos a torcida de todos. O nosso muito OBRIGADO! Sentimos a vibração de cada torcida, cada palavra, cada gesto e podem ter certeza que isso faz toda a diferença neste nosso recomeço!

O Mauricio vai começar a trabalhar dia 4 dezembro na Rogers, na área dele (engenharia de telecomunicações) e com isso estou muito feliz!! Motivos não faltam mas vou listar os mais importantes (eheh):

A felicidade do meu marido é a minha também!
Vai parar de só sair $$ . Agora também vai entrar $$ !
Ele vai se inserir na sociedade Canadense e começar sua rede de relacionamentos em seu campo de atuação profissional.
E por último mas não menos imporante, vou ter o computador só para mim o dia inteiro para focar no planejamento e estudos do melhor caminho para atingir o meu trabalho !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

ESTAMOS EXTRA ULTRA MEGA SUPER GIBA FELIZES!!!
MUITO OBRIGADA PELA TORCIDA DE TODOS!

27.11.06

O aconchego do lar

Dois meses e meio após chegarmos eu, Maurício e 4 malas em busca de nosso sonho e projeto de vida chamado Canadá, podemos dizer que temos endereço fixo em Toronto. Nos mudamos até o fim desta semana.

Acabamos de assinar o contrato de um ano de aluguel de um apartamento de um quarto na Yonge Street, bem pertinho de nossos novos amigos. Não é apenas um apartamento, é o nosso cantinho na nova terra!

Estou muito feliz e aliviada! Não aguentava mais morar provisoriamente. Tudo planejado e dentro de nossa estratégia de primeiro conhecer melhor a cidade para depois fechar um contrato de um ano, mas nada que não exigisse muita paciência. Aliás, se tem uma coisa que exige paciência e muuuuita flexibilidade são os primeiros dois meses...

Eis o relato da nossa saga para chegar no nosso cantinho (ainda está vazio mas podemos chamar de nosso!).

Nas duas primeiras semanas o hotel. Você nunca esteve na cidade antes e passa estas duas semanas inteiras batendo perna para dominar o mapa, os transportes públicos e o funcionamento da cidade em si, além de dar andamento à papelada do governo Canadense. Aqui o meu sentimento era de turista, simplesmente não cai a ficha do tamanho do que você está realizando – recomeçando a vida em outro país.

Saímos do Hotel e fomos para uma acomodação temporária e compartilhada. Três semanas dividindo apê com a chinesa (muito gente boa) mas dividindo apê. Ainda processando tudo que está acontecendo de novo, você já não usa mais o mapa para andar pelas ruas mas ainda faz cara de “interrogação” para quase tudo que ouve, vê e lê.

Chinesa foi embora e uma sensação de alívio veio. Fechamos o apartamento para o mês de novembro sem dividir com mais ninguém. UFA mas ainda era provisório!
Fim de novembro e cá estou eu empacotando malas (desde que saí de SP capital em agosto para a casa dos meus pais no interior até este momento é a quinta vez que vou empacotar e desempacotar malas). Agora feliz da vida! Bom saber que passarei o meu aniversário no meu cantinho por aqui e com muita neve eu espero!!


Temos endereço fixo em Toronto! Não aguentava mais viver na decoração alheia, no tudo alheio! Valeu, nos ajudou muito no começo e economizamos bastante nesta brincadeira mas já é hora de nos acomodarmos até porque estamos começando a dar nossos primeiros passos mais concretos por aqui.
Aguardem mais novidades em breve!

24.11.06

Meu Mico Publicável

Recebi do Leonardo do Indizível a missão de escrever sobre o O suspeito da rua Arlington.

Compramos os ingressos para às 16 horas e ouvimos da mocinha da bilheteria “Corram porque o filme já começou!”.

Checamos nossos relógios, trocamos olhares que diziam (sim, após muitos anos de convivência os olhares conversam entre si!) esta mocinha deve ter tomado “umas” pois estamos com meia hora de antecedência.

Ao entrar na sala de exibição – escuridão, silêncio, cadeiras lotadas e o filme em pleno andamento. Fomos os dois quietinhos e sentamos em uma das últimas fileiras.

Passados uns quinze minutos algo nos dizia que o que passava à frente de nossos olhos estava muito longe de ser o começo do filme! Abordei o sujeito ao lado e soltei a pergunta – “Faz muito tempo que começou o filme?”

E veio a fatídica resposta – “Faz UMA HORA!” Foi irresistível começamos a rir baixinho eu , o Maurício e o sujeito que me deu a informação. Tratamos de sair rapidinho da sala e nos orientar.

Logo na saída das salas do cinema havia uma RELOJOARIA com dezenas de relógios pendurados. Quando paramos e olhamos os relógios não conseguíamos nos conter de tanto rir! Percebemos ali que não havíamos adiantado em UMA HORA os nossos relógios por conta da mudança do HORÁRIO DE VERÃO na noite anterior!

O filme? Alugamos alguns dias depois e gostamos. Bem, deve ser por conta de casais como nós que esta mudança de horário acontece sempre do sábado para o domingo! Mas venho em nossa defesa dizer que depois desta nunca mais esquecemos de acertar os relógios e também nunca mais esquecemos do filme O suspeito da rua Arlington.

Passo a missão para a Dani, Leslie e Luly. Divirtam-se!

23.11.06

Cai o índice de pobreza no Canadá

O instituto FRASER divulgou, no último dia 9 de novembro, estudo que registra uma queda recorde no índice de pobreza do Canadá. Segundo o instituto, o país atingiu seu mais baixo nível em toda sua história.

A parcela de Canadenses que vive na pobreza caiu de 7,8% em 1996 para 4,9% em 2004. O autor do estudo, Chris Sarlo, acrescenta ainda que trata-se de uma baixa substancial. Ao contrário do Statistics Canada (que calcula o índice baseado nos rendimentos), o Fraser baseia-se na capacidade dos canadenses de resolver necessidades fundamentais como habitação, alimentação e vestuário.

Ainda segundo o estudo, a pobreza infantil também diminuiu de maneira expressiva passando de 10% em 1996 para 5,8% em 2004.

Para nós, "novos Canadenses" como somos chamados por aqui é muito bom ler este tipo de notícia e constatar os números nas ruas e em nossas próprias vidas.

21.11.06

Let´s Make a Deal

Sábado que passou foi uma noite diferente em nossas vidas de imigrantes recém chegados administrando suas economias e começando uma nova vida por aqui! Fomos jantar na cantina italiana The Old Spaguetti Factory no centro de Toronto.

E o melhor de tudo é que foi quase de graça. Digo quase porque um jantar para dois que custaria $40 (entre gorjeta, bebida e pratos) saiu por $ 10 pois pagamos apenas as bebidas e a gorjeta. Antes que começe a passar pela cabeça de alguém que passamos a noite lavando pratos para pagar a conta, preciso dizer que o ganhador da façanha foi o meu querido marido.

Em seu último dia de aula no programa de treinamento que o governo nos oferece e que finalizamos mês passado, o Maurício participou da confraternização entre os “formandos imigrantes”, professores e funcionários da escola. Em plena festinha, participou de algo muito parecido com o jogo Let´s Make a Deal. Vou facilitar a vida do querido e respeitado leitor.

Quem aí não se lembra daqueles joguinhos televisivos em que o dono do jargão “Ha hai, Lombarde” perguntava – “Você troca este lindo e completo jogo de quarto por uma chupeta velha e rasgada? “ e o participante gritava SSSIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMMMMMM.Algo parecido.

Pois é, excluindo o detalhe da gritaria, do tubo e do fone de ouvido, o Maurício foi sorteado entre 30 pessoas para participar da escolha de 10 prêmios “cegos” pois ninguém sabia o que havia dentro de cada pacote e os participantes podiam “roubar” o prêmio do outro até que todos decidissem com o que ficar.

Maurício “tomou” de uma companheira o pacote que continha o melhor prêmio do dia! Quando todos abriram e descobriram que em alguns pacotes havia jujubas , em outros uma sacolinha promocional e nas mãos do meu marido o jantar para dois na cantina, o que ele ouvia dos canadenses (professores e funcionários da escola) era – “Você vai adorar! É o melhor prêmio!”

Fomos, adoramos e curtimos uma noite muito agradável por lá. Fica a dica para os nossos amigos que moram aqui em Toronto. A ambientação do local vale à pena e a comida, ao menos o Spaguetti que comemos, é muito boa.

Ah! O presente foi completo, tinha direito à acompanhamento, salada, sobremesa e chazinho. Como diria minha querida amiga Leslie, saímos de lá “rolando” de tanto comer !

Sorte a do meu marido não? E minha também de ter casado com ele e desfrutar destes momentos ao seu lado.

18.11.06

Papai Noel levado à sério

Dia 19 de novembro, no ano de 2006 mais conhecido como domingo, vai acontecer o famoso e já tradicional desfile do Papai Noel aqui em Toronto. Advinhem quem estará entre as cerca de quinhentas mil pessoas esperadas para o evento? Euzinha mesmo, uma eterna criança segundo meu marido e eu mesma.


E como a cidade já está toda em clima de Natal, resolvi contar um pouquinho os motivos pelos quais este desfile de Toronto é tão famoso! O Toronto Star de hoje traz uma página com o trajeto da parada e os melhores lugares para ficar e a CTV (rede de televisão local) está há uma semana falando do evento e dando previsões do tempo para o grande dia!.


A Santa Claus Parade (Santa Claus é o nome do bom velhinho por aqui) foi realizada pela primeira vez em Toronto no ano de 1905 com apenas um carro alegórico. Hoje, com cerca de 1700 participantes (entre voluntários e empresas que apóiam) conta com 25 carros alegóricos. Os 6 kilômetros de extensão percorridos pelo bom velhinho, suas renas, mamães “noelas” e duendes, terão cobertura televisiva mundial para países como Nova Zelândia, Irlanda e Noruega.


Tudo isso porque o desfile de Toronto é o maior do mundo! O simpático velhinho de barba branca é mesmo muito chique e respeitado pelas bandas do hemisfério norte. O mesmo desfile (em menor extensão que o Toronto) é realizado em Hollywood na California, em Nova York, Austrália e Nova Zelândia! Façam seus pedidos. Eu já fiz os meus...


Este "post" foi uma homenagem às minhas queridas Rafaela (afilhada) e Claudinha (priminha) e à todas as crianças de todas as idades que, como eu, mantêm o espírito da infância vivo mesmo depois de tanto tempo já ter se passado!

Feliz Natal!

15.11.06

Como não guardar um colchão de ar

Terça feira e a cidadã que vos escreve levanta cedinho para ir até a escola Yorkdale saber mais sobre o co-op program que poderá fazer para ganhar a famosa experiência canadense e assim poder entrar no mercado de trabalho por aqui.

Pois bem, no apartamento em que estamos provisoriamente (pretendemos nos mudar em dezembro) há um cômodo extra – o Den. O mesmo que ao chegamos dormimos por duas semanas enquanto a nossa amiga chinesa usava a suíte master. Ela voltou para a China, nós fomos para a suíte master e deixamos o colchão de ar (cheio) em pé e enconstado na parede do Den.

Colado nesta mesma parede há um grande e muito útil mapa da linha do metrô de Toronto. Oito horas da manhã e a dona deste blog, já apressada para cumprir todas as tarefas que havia planejado para aquela manhã, adentra o recinto – vulgo Den – acende a luz, move o colchão levemente para a esquerda para poder enxergar o mapa do metro na parede.

Enquanto mostra ao marido a estação do metrô que deverá descer e o marido “GPS” calcula a melhor maneira de fazer o “transfer” para o ônibus, eis que um leve som - algo como pssssiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii - surge do teto do Den.

Por cinco segundos meu cérebro mandava a mensagem – é apenas o barulho do chuveiro do vizinho mas no instante seguinte detecta que tratava-se do colchão que ao ser arrastado para liberar a visão do mapa, encostou na lâmpada do teto quente. Calor + plástico!!!! TCHARAN! Furei o colchão de ar!

No mesmo momento só pude lembrar dos nossos amigos importados de Montreal que furaram seu colchão de ar durante a mudança por não terem esvaziado o mesmo para o transporte. Fábio e Eliane, adivinhem em quem eu pensei na hora? Acharam que furar colchão de ar fosse exclusividade de vocês?

O desapontamento da esposa –“Este colchão ficou duas semanas parado aqui e agora que vamos nos mudar e precisaremos dele de novo a lâmpada do Den cruza o meu caminho!!!”
A tranquilidade e equilíbripos quase tibetanos do marido – “Tudo bem! Não há problemas, pegue a caixa por favor”.

Dentro dela havia um tapa buracos e o marido mais que prontamente colocou. Ainda não sabemos se vai funcionar quando enchermos novamente mas antes disso já convoco a “colônia amiga” para me emprestar um.

Luci, o seu ainda está aí sem usar? Estamos aceitando o empréstimo para quando mudarmos para nossa casa e prometo não deixá-lo na posição vertical jamais... Fui, peguei as informações que precisava e a luta continua. Afinal não vai ser um colchãozinho furado que vai nos tirar do prumo né?

Ah, lembram do processo que estava participando para uma vaguinha de intérprete? Não peguei a vaga. Foi apenas a primeira tentativa de muitas que virão e ao menos já posso dizer que comecei a ter experiência em entrevistas e processo longos e complexos como foi este em específico.

E vamos em frente que atrás vem gente!!!

13.11.06

Meu Sonho Possível

A Dani foi colocada em uma "enrascada" pela Thelma e acabou arrastando a amiga aqui junto!! O criador do desafio coletivo dos blogueiros foi o Léo, do Indizível . Desafio aceito - falar dos meus sonhos possíveis!
Sempre sonhei....
  • Em morar em um país que falasse outro idioma que não o meu, tivesse outra cultura diferente da minha, outro clima totalmente diferente do meu, primasse pela organização, respeito ao indivíduo e aqui estou eu feliz da vida morando no Canadá!

  • Dividir a minha vida inteira com alguém que tivesse os mesmos valores e acreditasse nos mesmos sonhos possíveis juntos. Eis aqui o meu querido marido me acompanhando nesta jornada de imigrantes que acharam seu lugar no mundo e comemoram cada pequenina conquista e vivem cada dia como se fossem únicos!

  • Comemorar o meu aniversário no inverno, rodeada de neve, decoração de natal e em um local que eu pudesse ter uma comunicação direta com o Papai Noel (rssrs). Para os que não sabem, dia 17 de dezembro estarei eu aqui rodeada de muita neve (eu espero), frio, luzes de natal comemorando os meus bem vividos 32 aninhos!

10.11.06

Campeonato de Jó Quem Pô em Toronto (ops!)

Extra! Extra!

Amanhã a cidade de Toronto vai sediar o Campeonato Mundial de Rock Paper Scissors conhecido por aí como "Jó Quei Pô (como se fala mas como se escreve já um trabalho para o professor Pasquale). Atire a primeira "pedra" (opa, neste jogo não vale atirar nada) quem nunca brincou disso quando era criança!

Cansado de não ganhar nada nas competições de natação, volei e futebol do seu bairro ou da escola? Seus problemas acabaram! Venha para cá, seja um campeão e ainda ganhe muitos prêmios! Para tanto, basta apenas dominar a milenar e ultra-mega complexa técnica de jogar a palma de uma das mãos em punho fechado (pedra = rock), palma aberta (papel=paper) ou dois dedos abertos (tesoura=scissors)!

Resta saber se você vai jogar Jenken, Jan Ken Pon (arrisco dizer que vem daí o nosso Jó Quem Pô), Roshambo, Shnik Shnak Shnuk, Ching Chong Chow ou Rock Paper Scissors - para citar alguns dos nomes da mesma brincadeira conhecida no mundo todo.

Leitores queridos, a digníssima pessoa que vos escreve (eheh) não está matando horas de busca de emprego para fuçar inutilidades na internet não! Isso que é pior ! Estava eu tomando o meu café da manhã e vendo o meu jornal diário da manhã só isso. Eis que me deparo com o entrevistado - o campeão mundial de rock paper e scissors que escreveu um livro e lançará amanhã durante o campeonato pode?

A cobertura teve direito a uns 15 minutos de TV com os apresentadores jogando no ar e tudo! Queridas ex-colegas de trabalho e amigas de sempre, já deu para ter uma idéia do tipo de cobertura "jornalística/eventos" que nós enquanto PR encararíamos por aqui né?

Bem, respeitemos a cultura alheia e lembremos que o que para nós latinos não passava de um jogo recreativo infantil, nos países anglo-saxões é conhecido como uma ferramenta de tomada de decisão. O motivo?

Está lançado o desafio para quem já está trabalhando por aqui. Alguém aí já viu em plena reunião um chefe e um subordinado "jogando" rock, paper scissors para definir o público alvo do próximo produto a ser lançado? Ou até mesmo para decidir qual o restaurante vão almoçar?

Desculpem amigos, hoje é sexta-feira e o Era do Gelo também é "Cultura inútil". Ótimo fim de semana para todos!

9.11.06

Vestindo-se com a ajuda da sociedade Canadense

“Parece que eu entrei em um guarda roupa gigante!”, afirmava meu querido marido enquanto chegava em casa com os braços cheios de sacolas de roupas e cabides com ternos. Espalhamos tudo em cima da cama e eu não pude acreditar no que estava diante de meus olhos – cinco conjuntos completos masculinos finos e elegantes! Camisas, paletós, gravatas, calças, sapato e até uma camisa da Hugo Boss estava no meio! Tudo em perfeito estado de conservação.

Não, o Maurício não “pirou na batatinha” e foi fazer compras na Hugo Boss com o cartão de crédito só para “relaxar” um pouco enquanto aguardamos a chegada de nossos empregos Canadenses. Ele apenas foi, na semana passada, desfrutar de um dos muitos direitos que o imigrante que chega legalizado por aqui, e completa os programas oferecidos pelo governo, pode usufruir.

Hoje foi a minha vez e preciso dar o meu testemunho!
Como eu e o Maurício frequentamos programas diferentes, terminamos os respectivos cursos com uma semana de diferença. Uma vez que o imigrante termina o treinamento de três semanas sobre o mercado de trabalho canadense (e somente quando completa o curso), recebe uma carta de recomendação da escola que o encaminha para o Dress Your Best Helping Clothe People Entering the Workforce (algo como Vista o seu Melhor – Ajudando a vestir pessoas entrando para o mercado de trabalho).

E lá fui eu para o guarda roupa gigante ao qual meu marido referia-se. Todas as quartas-feiras, de setembro à dezembro, consultores de moda oferecem o seu trabalho voluntário para manter a organização funcionando.
Você só precisa ir até o salão da Igreja Batista (que "doa" o local para o “guarda roupa gigante” funcionar) na zona leste de Toronto, pagar $ 25 e receber em troca a consultoria de moda dos voluntários que nos ajudam a escolher as melhores roupas para as entrevistas de emprego e ambiente de trabalho mais adequados de acordo com a posição que você está procurando e volta para a casa com as roupas.

Simplesmente fantástico!! Me senti em plena semana do São Paulo Fashion Week nos bastidores do desfile com tantos estilistas e mulheres provando e escolhendo roupas ao mesmo tempo no meio de várias araras com as roupas penduradas. O mais legal é que você chega lá bate um papo com o seu consultor de moda (chique demais, eu nunca tive um !!) e ele vai trazendo tudo para você. Você só tem o trabalho de provar, trocar idéias e ouvir a consultoria. Tudo no maior profissionalismo!

Aliás, isso é um capítulo à parte por aqui e um dos principais motivos que me faz ter certeza de que escolhi o país certo para chamar de casa. Tudo é sempre muito profissional, organizado e sério. Todas as roupas de lá foram doadas por lojas (aquelas roupas que por conta de um pequeno defeito não podem ir para loja ou sobra de estoque) e por executivos canadenses que fizeram “faxina” em seus guarda-roupas. Os voluntários organizam tudo e transformam em uma loja para ajudar as pessoas que estão procurando trabalho.

É tudo tão profissional e organizado que a sensação que você tem é de estar dentro de uma loja com roupas novas e não roupas usadas que foram doadas.

O meu estilista foi o máximo! Passei uma hora (isso mesmo é o que leva para provar tudo que o estilista sugere, para ver se serve,etc) muito agradável e me diverti muito! Sem contar que voltei para casa com dois sapatos, dois ternos, 4 camisas, um blusa de lã, uma capa de chuva (daquelas tipo londrina), meias e até uma bolsa.

Ah! Se você quiser e estiver precisando também há acessórios, maquiagem e até cintos por lá. Agora o casal está pronto para as entrevistas todas e tudo isso por apenas $25 cada. Ainda bem que não trouxemos as malas extras de roupa, teria saído mais caro e não teriamos passado por mais esta nova e fantástica experiência e lição de trabalho voluntário, profissional e organizado em favor da comunidade!
Alguns dos exemplares adquiridos




7.11.06

Formatura de imigrantes - prontos para o mercado de trabalho

Sexta-feira passada foi dia de formatura com direito à almoço multicultural, flores e até diploma. Completei as 3 semanas do NOW program (um dos muitos oferecidos pelo governo Canadense ao Imigrante que chega). Além de ser muito útil nas dicas e treinamentos que nos proporciona sobre a cultura canadense no mercado de trabalho, acaba por cumprir um papel social importante de inserir o imigrante na sociedade.

Logo que chegamos, embora ainda bem confusos com tantos nomes e siglas de programas oferecidos, fomos direto para o Human Resources Skills Development Canada (HRSDC). Para quem pretende imigrar, é altamente recomendável fazer o mesmo logo na chegada porque é a partir daí que você entra na rede e começa a entender todo o sistema que existe para receber o imigrante. Aí é só soltar na banguela que uma coisa leva à outra. E como!

Para a festinha de formatura (afinal o primeiro diploma Canadense a gente nunca esquece!) cada imigrante levou uma comida representativa de seu país. Podem imaginar o banquete mundial que foi né? Quem me conhece sabe também que eu não perdi a chance de experimentar tudo!!

Comecei pelo maravilhoso sushi levado pela querida Masako, seguindo pela salada tipicamente Canadense preparada por um dos mentores, a deliciosa torta Bulgara, o arroz e as delícias da China, a torta turca e por fim as guloseimas apimentadas da Índia. UFA!

Deixei as iguarias indianas por último pelo simples motivo de não ser amiga de pimenta mas a diplomacia e a curiosidade foram mais fortes então pensei – deixa eu garantir o rango antes e depois jogo a “fogueira” indiana na garganta. Dito e feito!

A salvação foi o nosso maravilhoso Guaraná Antarctica que eu levei representando a nação canarinho. Aliás é um capítulo à parte – todos amam! Dos seis litros que levei não sobrou um pingo para contar história. Levei também de sobremesa o pé-de-moleque Yoki . Vocês precisavam ver os chineses mandando ver a nossa delicia!





Acabado o banquete, recebemos os diplomas e eu representei a turma entregando flores e dizendo umas poucas palavras em agradecimento àqueles que primeiro nos acolheram e nos ensinaram as dicas de como lidar com os empregadores Canadenses. E por falar neles, estou na terceira etapa de um processo seletivo para uma vaga de intérprete (inglês/português). Amanhã farei o teste final mas isso já é assunto para um outro post.

5.11.06

Mercado de Pulgas e cinema no domingo

Tiramos o domingo para "bater perna" no Kensington Market e lá passamos horas entre brechós, lojinhas e mercados. É um verdadeiro mercado de pulgas à céu aberto! Um ponto turístico de Toronto que vale o passeio por dois motivos :

1- Se você está precisando comprar roupa e está segurando o orçamento, vai encontrar verdadeiras barganhas por lá. Roupas em perfeito estado de uso das mais variadas grifes como GAP, La Coste, Ralph Lauren baratinhas!! Blusas de lã da GAP por 10 dolares só para citar um exemplo.

2- Se não está precisando comprar nada, vá mesmo assim porque vale o passeio! Trata-se de um local alternativo onde há desde lojas retrôs (onde você encontra perucas multi-coloridas e camisetas da ATARI) até lojas de frutas, antiguidades. Para quem é de São Paulo capital, guardadas as devidas proporções, trata-se de uma Benedito Calixto ainda mais diversificada e "barata" para comprar roupas de segunda mão em ótimo estado!

Após termos nos divertido com a diversidade do local, fomos para o Rainbow Cinemas assistir ao filme The Departed . Estrelado por um time de peso (Mat Damon, Leonardo di Caprio, Jack Nicholson) o filme é muito bom e vale o ingresso. Sabendo que gosto não se discute, ao invés de entrar em detalhes para não estragar o filme de quem ainda vai assistir (estréia no Brasil em 10 de novembro ) , apenas digo que se você não gosta de sangue e tiroteio, o filme não é para você.

Agora se você gosta de muita ação, investigação policial e ainda de quebra uns mocinhos bem afeiçoados na telona, eu recomendo!! rs.

1.11.06

Tim Hortons - a mania nacional

Desde que chegamos por aqui (e lá se foram 45 dias) pudemos constatar uma verdadeira mania nacional, praticamente uma “febre” Canadense. O copinho de café Tim Hortons em punho é uma cena mais que trivial por aqui. É na rua, dentro do metrô, nos parques, na escola e onde mais a sua imaginação mandar!

A sensação que tenho é que o Canadense vai perder o equilíbio se tirarmos o copo de suas mãos quando em movimento. O copinho da Tim Hortons é praticamente uma extensão de seu corpo. Há aqueles que carregam o copo da Starbucks mas como a mesma possui apenas 7% do mercado de café expresso no Canadá e sua concorrente líder de mercado possui 62% de market share, o que realmente fixa em sua mente é o copinho Tim Hortons.

Embora eu não goste e não beba café, entendo perfeitamente o vício pela bebida. O que torna o fato um tanto quanto inusitado é que o Canadense não poder viver sem um copo destes em mãos mesmo quando está em pleno movimento. Será que eles não poderiam ao menos parar e sentar para apreciar o seu “vício”?

Eu mesma, desde que cheguei, não tomei nada na famosa rede de cafés expressos que leva o nome de um ex-jogador de Hockey do Maple Leafs morto tragicamente em um acidente de carro em 1974, mas certamente quando entrar para tomar um leite, nunca um café, sentarei e terminarei minha bebida lá dentro mesmo.

Dia destes o Maurício observava e comentava comigo sobre este exagero dos copinhos como sendo um “sexto” dedo das mãos dos habitantes daqui e eis que hoje pela manhã assistindo ao meu telejornal matutino (antes de ir para a escola de procurar emprego) me deparo com a seguinte matéria – Tim Hortons instala loja na base militar Canadense de Kandahar no Afeganistão!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Isso mesmo! A mesma matéria levantou o custo (pago pelo contribuinte canadense e estes seremos nós, se deus quiser em breve, assim que começarmos a trabalhar) para manter a “lojinha” Tim Hortons na base militar Canadense no Afeganistão durante um ano - $ 3.8 milhões de doletas canadenses entre salário de quem está lá, manutenção e produtos. Ah tá!

Por isso que eu assisto ao jornal na TV e leio o jornal impresso todos os dias. Desta maneira conseguimos saber mais sobre a sociedade que agora é nossa e tudo fica mais fácil de entender. Era mais grave do que eu pensava! Bem, ao menos os soldados estão felizes com seu cafezinho e podem completar a missão em paz (OPS!).

30.10.06

Fim do horário de verão canadense

Terminou hoje, na província de Ontário, o Daylight Saving Time. Equivalente ao nosso conhecido horário de verão, teve início no primeiro domingo de abril e terminou no último domingo de outubro – vulgo ontem!

Assim como no Brasil, não são todas as regiões do país que participam do Daylight Saving Time. Mas nós, moradores de Toronto, atrasamos nossos relógios em UMA hora ontem voltando para o horário padrão da zona de fuso conhecida como Eastern Time Zone (fuso da zona leste).

O Canadá possui 6 zonas de fuso e as regiões que não entraram no horário que acabou ontem foram Fort St. John, Charlie Lake, Taylor e Dawson Cree na Columbia Britânica, Creston no East Kootenays e parte de Saskatchewan (com exceção de Denare Beach e Creighton).

Então, desde de ontem estamos duas horas atrasados em relação ao horário de Brasília. Entretanto, será por pouco tempo pois em 5 de novembro são os nossos conterrâneos que entrarão no horário de verão adiantando seus relógios em UMA hora. Resumo da ópera – de hoje até dia 5 de novembro estamos com duas horas de diferença e a partir de 6 de novembro estaremos TRÊS horas atrasados em relação ao Brasil Varonil!

Em nosso passeio dominical (afinal quem trabalha a semana inteira procurando emprego merece um passeio de domingo) pelo bairro Paquistanês/Indiano e que acabou na Biblioteca (ainda vou escrever sobre este que é o meu local favorito em Toronto), percebemos que não somente o horário mudou. Mudaram a paisagem e os acessórios que usamos para caminhar pela rua.

As árvores já estão quase todas “peladas” . O vento de hoje contribuiu muito para acabar com aquelas que ainda insistiam em não cair. O sol brilhava bonito e eu só observando o espetáculo inusitado de milhares de folhas amarelas voando pelo chão em meio aos carros e pessoas nas ruas!

Aí vocês vão pensar como aguentei ficar tranquilamente caminhando pela cidade em meio à ventania gelada? Simples e barato se você comprar no bairro Indiano (paguei 7 doletas no meu) como eu fiz .
Apresento-lhes o SENSACIONAL PROTETOR DE ORELHAS !!


Não , não são as orelhas do Mickey Mouse não!! Foi a melhor compra que eu fiz desde que cheguei. Uma vez que você coloca suas orelhinhas ficam tão confortáveis e quentinhas que você não quer mais tirar!

Padrões estéticos? Balela…você não será e não é o único a usar este excelente acessório por aqui mas se você é daqueles que adora um acessório fashion (eu fui mais discreta e comprei um preto) não tem problema.. Há protetor de orelha cor de rosa da Hello Kitty , camuflado, com plumas, de todas as cores e tamanhos!

Tem para todos os gostos! Só não demore para comprar o seu porque novembro está aí e as orelhas agradecem!

26.10.06

Rodrigo Santoro na telinha Canadense

Hoje os meninos vão me perdoar (a começar pelo querido marido) mas preciso causar uma "pontinha de inveja" nas meninas que ficaram no Brasil. O Rodrigo Santoro já está dando o ar de sua graça nos lares Canadenses na terceira temporada de LOST!

Desculpem meninas mas vocês terão que esperar até março de 2007 para apreciar a performance do moçoilo na pele do personagem Paulo. Ontem já o vi jogando golfe na ilha e interagindo com outro "perdido".

E por falar em "perdido", se tem uma coisa que eu fico toda vez que tento assistir esta série é "Perdida"! Confesso que não sou muito fã não. Prefiro um Law & Order e House da vida. Digamos que prefiro séries mais urbanas e policiais.

O fã do LOST aqui em casa é o querido e maravilhoso marido que acompanha o seriado e me avisa toda vez que o "bem afeiçoado moçoilo" (esta é a frase que uma senhora de respeito e bem casada como eu deve usar ..vou deixar a tarefa de adjetivar o moço por conta das casadoiras...eheheh) aparece na telinha. Não é um marido e tanto?

Sim, pois como eu fico sempre "perdida" na série aproveito o momento distração do marido para usar o computador ficando, portanto, de costas para a TV.

Como em todo episódio o Rodrigo Santoro tem aparecido, provavelmente até o final da temporada acabarei com um torcicolo daqueles! Mas eu prometo que vou me comportar e não contarei que "o mocinho morre no final" para que os fãs brasileiros do LOST possam continuar "Perdidos" eheheh ...

23.10.06

Passeio em Niagara Falls


Sábado que passou recebemos o gentil convite do Fábio e da Eliane, nossos novos colegas “importados” de Montreal, para visitarmos um dos pontos mais famosos não somente no Canadá mas também no mundo Niagara Falls

Afinal de contas, quem não se lembra do clássico desenho animado que o Picapau tenta descer as cataratas em um barril ou ainda da clássica cena do superman resgatando o menino que despenca catarata abaixo?

Confesso que não deu para deixar de imaginar o superman sobrevoando as belas águas de geleira que descem com tamanha potência. Ficamos eu e o Fábio (outro leitor do blog que saiu do virtual para o real) tentando imaginar de que lado teria acontecido o resgate do Superman. Teria sido do lado americano ou do Canadense?

Fábio, após extensas pesquisa em tão rico campo científico posso afirmar que o menino foi resgato pelo Superman do lado Canadense.

Brincadeiras e fantasias à parte, o local vale a visita especialmente se você é como eu – um amante de águas em geral e natureza. Mesmo em um dia sem sol pudemos apreciar da beleza do local e também do gostoso encontro com nossos novos colegas. Valeu casal!


Curiosidades sobre as Cataratas do Niagara

Dista 111km de Toronto e recebe mais de 20 milhões de turistas/ano.

Pode ser vista do lado Americano e Canadense, fazendo fronteira entre eles. Apesar da queda d´água no lado Americano ser mais alta, vista do lado Canadense é mais bonita.

Niagara Falls despeja 2831.7 metros cúbicos de água por segundo (de abril até novembro) e 1415.85 nos outros meses. O lado Canadense possui 56.69 metros de altura e 58.83 de largura. No Americano as cataratas medem 58.83 metros de altura e 304.8 metros de largura.

Além das cataratas, há o Casino Niagara, a Torre Skylon (236 metros) , a loja de chocolate da Hersheys (Ai meu deus, foi a perdição!), o Pica Pau e o Superman - se a sua imaginação deixar é claro!

20.10.06

Estudando para procurar emprego no Canadá

Hoje completei a minha primeira semana do NOW (Newcomer Opportunities for Work) Program. Mantido pelo governo Canadense (gratuito para o imigrante) e direcionado à profissionais que possuem um diploma internacional, o objetivo do programa é preparar o imigrante para procurar emprego no Canadá em sua área de atuação.

Independente da sua experiência ou cargo ocupado no país de origem (tenho colegas na minha sala que possuem MBA nos Estados Unidos, foram gerentes em seus países de origem, etc), quanto antes você começa um destes programas, mais cedo você pode aplicar as “etiquetas” Canadenses na sua busca por emprego.

Mas antes de falar sobre o curso em si, contarei um pouco sobre como o imigrante chega até um destes programas. Confesso que quando chegamos por aqui ficamos confusos com este assunto, o que é natural devido à enorme quantidade de escolas que oferece programas de ajuda ao imigrante. São tantas siglas, nomes e processos que só agora, após a primeira semana do curso, consigo visualizar claramente como tudo é estruturado.

Nas primeiras duas semanas me senti como uma folha solta ao vento que está sendo levada de lá para cá devido aos vários processos. No final, vale à pena.

A Primeira coisa que fizemos e que recomendo fortemente é ir direto para um dos centros de Recursos Humanos do Governo Canadense. Lá você é entrevistado por um consultor de RH que levanta suas necessidades, área de atuação, suas habilidades e objetivos na profissão.
Ao fim desta entrevista ele desenvolve um “Employment Action Plan” para você e apresenta algumas opções de programas de treinamento que melhor se encaixam com o seu perfil, entra em contato diretamente com a escola que você vai frequentar encaminhando o plano de ação de carreira feito na entrevista.Algumas exigem um breve teste do idioma. É o caso do NOW.

Eu fui entrevistada por uma pessoa e encaminhada para o NOW, o Maurício foi entrevistado por outra e encaminhado para o Job Start Program Vou falar um pouquinho da experiência que estou tendo até agora participando do programa.

A carga é pesada (diariamente das 9h às 16h) e, entre muitas dicas úteis que aprendemos, é claro que você vai acabar ouvindo algo que lhe parece “óbvio” e sem mistérios. Entretanto, o balanço geral é bem positivo e , na minha opinião, um passo extremamente necessário e indispensável para quem chega independente do grau de experiência no Brasil. Acho que a palavra que melhor se aplica para a Imigração é RECOMEÇO e procurar emprego em outra cultura não seria uma exceção!

Vantagens de participar de um programa destes logo de “cara”:
Profundo entendimento e acesso à todas as ferramentas (e não são poucas!) de pesquisa sobre o seu mercado de trabalho e da busca pelo emprego em si. Quando você chega, não faz a mínima idéia da existência do NAICS (North American Industry Calssification System), do SCOTTS´s Ontario Business Directory e do NOC (National Occupation Code). Extremamente ÚTEIS!

Ótimas dicas e “cases” sobre a cultura Canadense e, principalmente, etiquetas no ambiente de trabalho daqui.
Consultoria e prática no desenvolvimento do Currículo de acordo com os padrões mais aceitáveis pelos empregadores daqui.

Teoria e prática das ferramentas usadas para procurar emprego por aqui. As Cover Letters, as Letters of Recommendations, References Tips e as Cold Calls. Todo um universo específico do Mercado daqui.
Simulação de entrevistas e gravação das mesmas.

Além de muita mas muita lição de casa como a preparação de todo o material e pesquisa dos potenciais empregadores Canadenses. Isso explica aos meus queridos seguidores porque não tenho conseguido atualizar este blog diariamente. Assunto não falta, o que está faltando mesmo é algum tempo mas estou me organizando para não deixá-los na mão por mais do que dois dias sem notícias!

Antes que me perguntem se estou gostando lhes digo – estou ADORANDO! Além de já estar simulando um ambiente de trabalho tipicamente Canadense (falando inglês o dia todo e levando a marmitinha do almoço para almoçar no parque Em frente à minha escola tem um parque lindo onde as árvores estão amarelas, vermelhas e cor de rosa!), estou em um dos ambientes que mais amo – o ambiente multicultural.

A minha sala é uma verdadeira conferência da ONU. A começar pelo staff (três professores que se dividem de acordo com o assunto – um da Inglaterra, uma do Egito e outra da Turquia) Tenho colegas Chineses, Indianos, Búlgaros , Colombianos, Japoneses e o Mauro (mais conhecido como pai da “fofa” Mariana). É sensacional!!

Hoje tivemos um POWER BREAKFEAST muito comum no ambiente de trabalho Canadense. Quando uma reunião é marcada pela manhã, cada um leva o seu próprio café da manhã e toma o café no escritório. O mais legal é ver a cultura através do café da manhã.

Hoje lá estávamos eu com meu paõzinho (Dani e Rafa, achei pão francês no Loblaws aqui da Bayview) e manteiga, leite e fruta, a chinesa com sua garrafinha térmica (aquelas bonitinhas sabe?) com chá verde e um pão com ovo, o professor britânico com seu cereal multi grãos e leite, o meu colega nascido nas Ilhas Maurício dizendo que não toma café da manhã porque senão ele engorda e o Indiano com sua TUPERVARE cheia de arroz e vegetais.

AWESOME! Como eles dizem aqui.

17.10.06

Balanço de um mês de imigração

Há exatos 30 dias (mais conhecido mundialmente como um mês), aterrisávamos no Pearson International Airport de Toronto. Entretanto, como já sustentou o sábio dos desajeitados cabelos e bigodes brancos famoso por seu E=m(c)2, a relatividade está aí para nos deixar com a sensação de que vivemos um ano em um mês! Tamanha a quantidade de providências que tomamos neste “relativo” espaço de tempo “batizado” de 30 dias.

O balanço é bem positivo. Nada de surpresas, tudo dentro do programado. Aliás, dizer que não houve surpresas não é um retrato fiel da realidade. Tivemos surpresas sim, mas todas elas muito positivas! Em homenagem aos estudantes de Física (querido primo Daniel, encontrando alguma incorreção no assunto me avisa hein?) e à Albert Einstein, segue um resumo do nosso primeiro mês no Canadá que resolvi batizar de “A Relatividade do primeiro mês do Imigrante”:

A conexão com o mundo – compramos nosso laptop e acessórios no terceiro dia de Toronto. Os celulares compramos no quarto dia. Para o imigrante que chega sem emprego e vai começar a vida por aqui, acreditem, estes dois ítens formam a “cesta básica” e são mais importantes que cama, geladeira e fogão. Adquira-os o quanto antes!

Os documentos Canadenses – demos entrada no SIN Card (sem ele o imigrante não pode arrumar emprego), no PR Card (o cartão que comprova seu estatus de Residente Permanente e teremos que apresentar toda vez que entrar e sair do Canadá) e o OHC (Ontario Health Coverage – a carteirinha que nós dará, após dois meses de carência, direito ao sistema de saúde público Canadense).

A saída do Hotel e a ida para um apartamento. O Hotel no Centro, apesar de mais caro, faz-se necessário nas primeiras semanas para quem não conhece a cidade. E o Grange Hotel é muito bem localizado. Foram duas semanas de andanças pelo centro com o mapa em mãos.

O encontro com os colegas blogueiros brasileiros e agora vizinhos de bairro. Este é um capítulo à parte. Os EBSs (como a Lu definiu em seu blog) encontros de blogueiros e simpatizantes são deliciosos e a tchurma é de primeira! Só sendo imigrante mesmo para entender a real importância da Colônia.

Ficamos membros do YMCA (suporte na busca de emprego) , da Co-op Mountain Equipment (aqui em Toronto se você não carrega um acessório desta loja você se sente à margem da sociedade. É impressionante a cooperativa!), da Blockbuster (afinal ficamos uma semana com uma TV 42 polegadas sem sinal de cabo), e por último mas não menos importante, da ESPETÁCULAR rede de bibliotecas públicas de Toronto. Não precisa nem dizer que toda semana eu vou lá emprestar livros (por enquanto sobre mercado de trabalho mas deixa passar esta fase...).

Nos matriculamos em um dos programas de aconselhamento ao imigrante na busca de trabalho oferecido gratuitamente pelo governo. O Maurício já está frequentando e o meu começou esta semana. Estamos em escolas diferentes. Resumidamente é isso.

Abaixo uma tabela que fiz com os gastos que tivemos neste primeiro mês por aqui. Trata-se de uma tabela que mostra o quanto gastamos (casal) e não sobre o preço das coisas. Portanto, para ter uma idéia aproximada para uma pessoa basta dividir por dois.

Claro que este tipo de coisa varia muito e depende também das escolhas feitas, do tipo de planejamento e a reserva de dinheiro. Entretanto, quando percebi que estamos completando um mês achei que seria uma boa fazer este levantamento (até para concluirmos que está dentro do que planejamos anteriormente) e , quem sabe, ajudar outros que estão pensando em vir para cá.

Uma coisa é certa – IMIGRAR é muito diferente de qualquer outro formato de viagem conhecido e exige muito mais tempo amadurecendo a idéia, planejando, levantando dinheiro e informações. Assim fica mais fácil superar dificuldades e continuar no caminho ESCOLHIDO com satisfação. É o que nos tem mostrado até agora os nossos cerca de 6 anos de planejamento.
ÍTEMOBSPreçoCAD$
Táxi do aeroporto para o hotelGorjeta incluída$52
Duas semanas de hotel no centroFlat sem café da manhã$1424
duas primeiras semanas de almoçocomendo em fast foods e salve os japoneses$300
Passe Transporte Públicocomo chegamos no meio do mês compramos dois semanais$120
Entrada Feira de Trabalho e Carreiraquase todo mês tem uma acontecendo por aqui$10
Laptopcompramos no terceiro dia$1000
mouse sem fioeu amo tecnologia$30
celulares Rogerscomo o imigrante não tem crédito,deixa um depósito com resgate em um ano$100
primeiro mês aluguel aptoem esquema compartilhado$600
jogo de cama casalQueen Size na Sears$60
colchão inflável queen sizemelhor que muito colchão por aí$45
bota de neve da PaulaResistente à água e à32 graus negativos$70
casaco inverno PaulaResistente à água e ao vento$100
Lumináriaé padrão por aqui as salas não terem luz no teto$10
Passe Transporte Público OUTUBROagora compramos o mês cheio com acesso ilimitado aos ônibus e metrô$200
Jogo de 44 Tapewares (assim que escreve?)aqui é acessório de primeira para levar o almoço para o trabalho ou escola$10
TOTALdentro do calculado em nosso planejamento$4303

16.10.06

Aprendendo Mandarim

Quem me conhece há mais tempo sabe que uma das minhas paixões é o estudo dos idiomas estrangeiros. Desde criança trago comigo este gosto. Começou aos 7 anos com o inglês e não parou mais.

Na faculdade, um daqueles professores que merece o título de “mestre” inspirou-me a estudar Francês e lá fui eu decifrar o idioma de Montesquieu. Por quatro anos frequentei a Aliança Françesa na Vila Madalena em São Paulo.

Alguns anos mais tarde, veio a curiosidade e vontade de estudar o idioma de meus antepassados – o italiano. Uma vez que a estrutura gramatical de ambos é muito parecida, quem estudou o francês e parte para o italiano faz muitas assimilações e segue bem com o idioma que ecoa na voz de Pavarotti. Lá fui eu para o Istituto Italiano.

Certa vez o jornalista Pedro Bial definiu muito bem um poliglota. Dizia ele em uma entrevista que toda pessoa que fala 4 ou mais idiomas, não domina (escrita, fala e leitura) de todos e ele não era exceção. O que acontece é que, a cada idioma novo estudado, as conexões e assimilações vão ficando mais fáceis (principalmente se os mesmos forem da mesma família) e vai ficando mais e mais gostoso estudar outros idiomas. Seria eu uma “viciada” em linguística?

Viciada ou não, o fato é que esta paixão vou levar comigo para onde quer que eu vá e não existe melhor lugar na face da terra para eu me deliciar com a minha paixão do que o Canadá. Quem nos acompanha sabe que estamos dividindo apartamento com uma Chinesa, ou melhor, uma Canadense que veio da China pois ela é cidadã Canadense.

Sabe também da minha paixão pelo lado Oriental do planeta (não me perguntem de onde isso vem que eu não sei explicar só sei sentir). Antes mesmo de sair do Brasil estava pesquisando escolas de Mandarim por lá. Isso mesmo vocês entenderam direito... Pois bem, uma destas noites eu e minha nova amiga batíamos um “papão” no sofá de casa sobre a vida, a proprietária do apartamento que estava triste com as brigas com o namorado, etc.

E como eu nunca perco a oportunidade de aprender a cultura alheia quando estou com um estrangeiro ao lado, aproveitava para fazer mil perguntas sobre o mandarim. Quando de repente ela saltou do sofá toda entusiasmada e disse – “Eu vou te ensinar... pegue papel e caneta”. Eu não conseguia administrar dois sentimentos concomitantes – a alegria de ter uma base de mandarim direto de uma chinesa e a adrenalina do que eu achava que seria um desafio para o meu cérebro. Ledo engano!

Após uma perfeita e bem dada aula dos 4 tons básicos que formam o Mandarim e sua fonética (vocês precisavam ver eu e o Maurício repetindo sons em Mandarim foi lindo! Sim, o meu marido acha, assim como eu, muito legal toda esta troca cultural!), entendi que o maior desafio não é para o cérebro mas sim para os ouvidos. O Mandarim é como uma música e quem fala precisa ter a habilidade de um músico para diferenciar os tons da fonética. Dependendo da sonoridade que se dá, uma mesma palavra possui vários significados.

Após avaliar o cenário, eu e meu marido vibrando com tudo aquilo e ela entusiasmada por sentir o nosso interesse (a cada som que eu repetia com sucesso ela dizia PERFEITO!! E estimulava cada vez mais!), eu só pude chegar a uma conclusão – “Este tipo de experiência não tem preço!!”

Depois deste momento único, o melhor ainda estava por vir... Enquanto a nossa querida professora de mandarim usava o computador (de costas para a TV), o Maurício sintonizou o canal Chinês, aumentou o volume e ficamos fingindo que estávamos assistindo. Ela deu um pulo virou para o casal “insano” e espantada disse “o que vcs estão fazendo”? Estamos fazendo “listening” (exercício de escuta) respondemos com toda naturalidade e os três cairam na gargalhada....

13.10.06

Campanha Contrate um Imigrante

Um rapaz caracterizado com uniforme de quem trabalha em cadeia de fast food entrevista um homem de terno e gravata. Destaca seus empregos, graduação, além de seus MBAs e finaliza com a questão que comprova a inadequação da formação do entrevistado para a função. A dramatização (veja video abaixo) que terminava com um o slogan "Se o Canadá é a terra das oportunidades, qual o motivo de engenheiros trabalharem em fast foods?" chamou-me a atenção enquanto via TV hoje.

Tanto que no mesmo instante corri para o computador buscar o site da Campanha HireImmigrants e pude perceber que trata-se de uma campanha "educativa" totalmente voltada para estimular os empregadores Canadenses a aproveitar melhor o potencial de imigrantes que chegam com qualificação internacional. Encarar isso como tal e não como "falta de experiência Canadense".

Como tudo na vida, há os dois lados da moeda nas entrelinhas de uma Campanha como esta. De um lado, a realidade de profissionais altamente qualificados e com experiência em suas áreas no país de origem que aqui acabam por trabalhar em funções que não aproveitam seu potencial (sem demérito algum à qualquer função que é nobre enquanto trabalho. Entretanto, a questão é meramente da não adequação). Ao fazer uma campanha destas o governo assume que os empregadores ainda resistem à falta da "experiência Canadense".

Por outro lado, há a certeza de que algo precisa ser feito e está sendo por meio de orgãos como o TRIEC . O governo sabe que a mão de obra qualificada nascida no Canadá está encolhendo (quando não se dirigindo para os EUA) e a oferta de trabalho aumentando. O número de imigrantes que, em 2001, chegou em Ottawa com Doutorado foi o dobro do que as duas universidades locais juntas podia formar.

Ainda de acordo com dados da Campanha, na década de 90 cerca de 40% dos imigrantes que chegavam tinham ao menos um diploma universitário se comparado à média de 22% dos Canadenses com a mesma qualificação.

De um lado estão os números que não negam. De outro o Governo que reconhece a necessidade de os empregadores Canadenses adotarem como Cultura "Vital" a contratação de imigrantes qualificados em posições onde possam render seu verdadeiro potencial. Resta unir as duas pontas. Justamente aí reside o objetivo da campanha.

Nós, imigrantes recém-chegados, sabemos das dificuldades de inserção na sociedade e que isso não se dá da noite para o dia mas nos juntamos à campanha e bradamos - CONTRATE UM IMIGRANTE!


Interview

12.10.06

Preparados para o Halloween no Canadá


Este definitivamente vai ser um Halloween diferente. Para quem foi para o FISK aos 7 anos de idade, comemorar a data (mesmo que no Brasil) não é novidade.

Novidade é estar em terras Canadenses e constatar que as prateleiras das lojas estão todas decoradas e prontas para preparar os adultos, não somente com a decoração, mas também para atender à molecada que vai bater à nossa porta dizendo a famosa frase "Trick-or-treating" (algo como doce ou travessura).

Ao contrário do que muitos imaginam, o Halloween Day não é apenas comemorado nos Estados Unidos. O Canadá, a Irlanda, Porto Rico, o Reino Unido e mais recentemente a Austrália e a Nova Zelândia celebram, todo 31 de outubro, esta tradição originada há mais de 2 mil anos entre os Celtas na Irlanda.

Os Celtas acreditavam que, no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saiam dos cemitérios para tomar conta dos corpos dos vivos. Para amedrontar estes "fantasmas", os celtas colocavam objetos assustadores nas portas de suas casas. Daí a decoração toda ser em torno de monstros, caveiras, bruxas.

Hoje, com a ajuda dos pais, as crianças participam da festa fantasiadas e maquiadas de bruxas e batem de porta em porta na vizinhança soltando a frase "Trick-or-treating" e levam para casa muitas guloseimas.

A contar pelo tanto de lojas enfeitadas e a quantidade de kits de guloseimas Halloween que invadiu as ruas, estou ansiosa para ver os pequenos batendo na minha também é claro. Por isso, hoje quando fui à Canadian Tire, comprar as famosas Tupervares (Taperwares) para levar o "lanchinho" para a escola, aproveitei para pegar os kits guloseimas. Hum....

O melhor é que se sobrarem os doces quem vai se deliciar sou euzinha mesma.
Happy Halloween!

11.10.06

A Escola para aprender a procurar emprego no Canadá

7h30 da bela manhã de outono e o despertador toca. O casal levanta, troca o surrado par de tênis, o inseparável jeans e veste-se de “morador de Toronto que sai para o trabalho ou para a escola”.

8 em ponto deixa o apartamento em direção ao metrô. Lá, junta-se à centenas de Canadenses (de todas as partes do mundo, inclusive daqui). Não carregam consigo mais o mapa das ruas e do metrô. No lugar, a pasta com caderno e caneta e a deliciosa sensação de começar sua incursão na vida daqui, o dia dia e a abençoada rotina que começa a tomar forma.

Estes somos nós começando a nos sentir menos turistas e mais cidadãos. Só quem chega como imigrante é capaz de avaliar a montanha russa de emoções e sentimentos das primeiras semanas de quem aterrisa com as malas de roupa, suas economias e a satisfação do sonho concretizado. O resto? A gente corre atrás...

Foi o que começamos a fazer ontem. O governo Canadense oferece ferramentas e está muito bem estruturado para ajudar neste início mas é claro que você precisa “se ajudar” também (e como!!). Entrando com toda a parte da disciplina, determinação, equilíbrio emocional e financeiro para encarar os altos e baixos característicos de momentos de transição e, principalmente, ter sempre em mente que VOCÊ ESCOLHEU O CANADÁ.

Logo, cabe à você estudar e entender como tudo funciona por aqui e adaptar-se para se inserir da melhor maneira e o mais rápido possível, respeitando sempre os valores do lugar que adotou para viver!

E lá fui eu para o meu primeiro dia no Toronto District School Board dar início aos procedimentos necessários para frequentar o NOW. Programa de consultoria para a busca de emprego no Canadá e que me foi recomendado pelo Departamento de Recursos Humanos e Desenvolvimento do Canada.

Logo que chegamos por aqui, fomos até o HRDC do Dufferin Mall e lá eles te entrevistam, levantam sua ficha e te direcionam para um dos inúmeros programas existentes com o próposito de orientar o imigrante no quesito trabalho. Há programas apenas para mulheres, para quem não fez faculdade no país de origem, para quem fez e por aí vai.

A minha primeira impressão não poderia ter sido melhor. Logo ao chegar fui recebida por um senhor britânico muito simpático e agradável (aliás a hospitalidade e simpatia são lugares comuns por aqui!!). O mesmo me aplicou um teste (para quem saiu do Brasil com inglês avançado não apresenta dificuldade alguma), corrigiu na minha frente e já deu o ok para a matrícula. Basta atingir 15 em uma escala de 20.

Ele ainda brincou comigo e disse que me deu 19,5 porque na copa do mundo de 1998 ele perdeu dinheiro apostando no Brasil na final contra a França. E quando a recepcionista (que não sabia que no Brasil falávamos português) disse à ele – “Você sabia que no Brasil eles falam português?” Ele mais que prontamente brincou – além de saber que eles falam português, ouvi dizer que eles possuem péssimos jogadores de futebol!”

É claro que uma conversa entre uma brasileira (que gosta de futebol) e um britânico (em geral os Britânicos são apaixonados pelo esporte também) só poderia acabar nisso!!

Antes de ir embora ainda passei pela Nagla (o meu objetivo até o final do curso é pronunciar o nome dela direito) uma Nigeriana incrivelmente agradável que me matriculou no curso que começa segunda que vem. Ao me despedir dela eu virei e perguntei – “Preciso trazer algo para segunda? (claro que me referia a algum material)” Ela logo armou um largo sorriso e disse “Traga apenas a sua atitude positiva!”

Voltei embora para casa feliz da vida. Sempre sonhei em morar em um lugar assim. Onde é muito natural você encontrar em um mesmo lugar pessoas do mundo todo e, com menos de dez minutos de conversa, aprender sobre outras culturas!! E por falar em cultura, alguém aí já assistiu ao filme A Corrente do Bem. Pois é, ás vezes me sinto exatemente em meio ao filme por aqui.

Em tempo – as pessoas na rua já me param para pedir informações. No metrô então é uma festa! E o melhor de tudo? Eu já sei responder!!! É, parece que comecemos a deixar de ser turistas para começarmos a ser moradores desta adorável cidade.

10.10.06

Edição Outono/Inverno do Blog

Atendendo à pedidos daqueles que nos acompanham (Ernani, você é um dos mais participativos neste quesito) e até à minha pessoa mesmo que não aguentava mais aquele rosa choque, mudei a "roupa" do blog.

Ao menos enquanto eu não coloco em prática o meu auto-didatismo nos livros de HTML, vai o padrãozinho oferecido pelo Blogger mesmo. Mas tenham certeza que assim que eu terminar as minhas inserções pelo mundo HTML (quem diria uma jornalista entrando nesta esfera!!).

Mas justamente por ser jornalista e amar escrever e refletir sobre assuntos, que eu tenho levado cada vez mais à sério esta coisa de blog. Sendo assim, está na hora de usufruir das maravilhosas e gigantes bibliotecas públicas de Toronto e usufruir (gratuitamente) dos milhares de livros sobre o assunto.

E quem sabe para a edição primaverão/verão já teremos algo mais desenvolvido particularmente por mim. Adoro desafios!

Aproveito também para agradecer à todos que tem frequentado este cantinho reservado para compartilhar nossas experiências como imigrantes no Canadá (Landed Immigrant como eles chamam). Sintam-se à vontade para interagir, sugerir assuntos e comentar. A casa é de vocês!
Logo traremos as primeiras imagens de Toronto por aqui também.

Como já dizia o bom e velho saquinho de papelão da padaria - SERVIMOS BEM PARA SERVIR SEMPRE!

9.10.06

Escaneando Prateleiras / a série– episódio 2

NA TERRA DO SALMÃO QUEM COME BOI É REI!


Para minha alegria, definitivamente estamos na terra do Salmão! É salmão enlatado, do pacífico, do atlântico, defumado, de micro-ondas. Até linguiça de salmão a peixaria do supermercado que frequentamos oferece. Ainda não vi suco de salmão mas quem sabe?

E o melhor de tudo é que por aqui o lindo e suculento peixinho é barato se comparado à carne de boi por aqui e ao mesmo no Brasil.

Se você é daqueles que não curte um peixinho, é rato de churrascaria, saliva só de imaginar uma picanha sangrenta pingando no espeto do rodízio e pretende imigrar para cá, meu amigo, você precisará de uma boa quantia de dinheiro por mês para se alimentar em terras Canadenses.
Afinal de contas em terra de Salmão quem come Boi é Rei!

Basta uma breve passada de olhos nos preços das carnes de boi nos frigoríficos dos supermercados para entender porque os gringos (não somente aqui mas nos Estados Unidos também) fazem seus “churrascos” basicamente com hamburgueres e salsichas.

Um só motivo explica aquelas “fatídicas” cenas dos “churrascos” gringos e que fogem ao entendimento de um brasileiro da “gema” que faz seu churrasquinho sagrado regado à muita picanha, maminha, alcatra e o que tiver direito. GRANA! Custa caro.

O que faz todo sentido. Alguém aí pode me dizer onde e como os pobres dos boizinhos conseguiriam pastar sobre as pradarias geladas do norte? Mesmo que alguns poucos criadores consigam a proeza, investem pesado para tanto, além de ter que basicamente importar a maior parte para atender a demanda. Resultado – preços elevados!

Já o querido Salmãozinho, vive feliz e contente nas águas geladas do norte. Tão felizes que reproduzem-se incessantemente. Bom para quem ama peixe como eu e tem no salmão o seu preferido. Aqui já vi que vou consumir muito mais o peixinho do que o boizinho.

O mais engraçado é a cena de nosso carrinho de compras no supermercado. Aqui, uma compra de quem está economizando sai com salmão no carrinho e não chega nem perto do boizinho, ou seja, o oposto do Brasil.

É, em terra de Salmão quem come Boi é Rei!