"Por que nós ainda precisamos trazer mais imigrantes com mão de obra qualificada (leia-se bachareis, doutores e coisa e tal) quando nós já temos milhares que ainda não conseguiram emprego em suas áreas de atuação?"
"Nós conseguiremos alcançar os objetivos decorrentes das mudanças recentes ou continuaremos a oferecer total incompatibilidade e trabalhos que oferecem salários baixos aos altamente qualificados e bem educados (leia-se diplomados) imigrantes?"
"Podemos coordenar as políticas que fazemos com o que resulta delas, ou nós simplesmente não nos importamos com seus resultados - o que parece ser o caso dada a atual condição sócio-econômica dos imigrantes qualificados que chegaram nos últimos cinco anos?"
Vocês acabam de ler 4 indagações do paquistanês Mehdi Rizvi, químico que chegou no Canadá em 1999, publicadas pelo Toronto Star de hoje. Vivenciando esta realidade bem de perto há quase dois anos, eu tenho certeza que ele não é o único que está se perguntando isso tudo. O problema é o lado da "corda" que está indagando. Estariam aqueles que fazem as políticas fechados em seus escritórios apenas considerando números que entram e que saem ou estariam eles nas ruas, nos cursos e na vida presenciando a realidade para chegar a uma conclusão mais de acordo com a realidade?
Eu mesma, honestamente tenho me feito muitas destas perguntas ao observar a total desconexão entre a política de imigração e o quão despreparados estão os empregadores Canadenses para tamanha inserção.
E como bem finaliza o artigo: "Canadá precisa focar em suas necessidades de mercado, na mão de obra qualificada - ou não - que já possui em suas terras e na revisão do sistema de pontuação com o objetivo de criar um sistema de imigração baseado em demanda. Isso só será conseguido quando houver uma cooperação mais próxima entre pesquisadores, aqueles que fazem as políticas, empregadores e membros da comunidade de imigrantes"
E eu completo... a sensação que dá é que cada um destes grupos está olhando apenas para seus próprios interesses sem levar em consideração o bem estar sócio-econômico que, a longo prazo, pode não dar exatamente no que se julga ser o mais saudável para a economia do País.
6 comentários:
Esses são questionamentos que todos que pensam em imigrar devem refletir!
abç,
Carol.
Concordo que o governo deveria olhar pelos que estao aqui. Nos bem sabemos como eh dificil voltar ao mercado de trabalho aqui, nao pq nao ha vagas mas pq o empresario ainda tem receio de contratar um skilled worker sem a bendita experiencia de trabalho canadense. Quanta mao de obra qualificada temos( engenheiros, medicos, arquitetos, etc) que estao subempregados hoje? Antes de trazer mais gente pra ficar nessa situacao deveriam trabalhar a questao do preconceito em relacao a experiencia de trabalho canadense e tb em relacao ao pessoal do oriente medio, que sao os que encontram mais dificuldades para se recolocarem.
Este ponto de vista, os que estão de fora (so país), não têm...
A busca de informações sobre o objeto de quem procura imigrar ainda é pouca, diante do fascínio que é "imigrar" e "nascer novamente", como muitos dizem...
Parabéns pelo post.
bem,isso foi um bom balde de água fria na minha empolgação migratória...
mas é muito bom saber as notícias daí, para ter mais noção da realidade que iremos enfrentar.A respeito disso algumas perguntas:
-eles aceitam formação em faculdades particulares(estácio, veiga de almeida, univercidade,castelo branco)?
-quais são as profissões mais requisitadas por aí?
-alguém pode me dizer como é o mercado de designer de interiores/paisagismo no canadá?
Estou querendo imigrar para o Canadá, e gostaria de saber se vcs poderiam me dar algumas dicas...Vc fizeram o processo federal? Acham válido casar no civil,pra facilitar o processo de imigração? ( estou prestes a casar, mas com um "frio" na barriga...)Me ajudem, por favor!
Eu, por outro lado, tenho cà minhas dúvidas se existe de fato uma desconexão ou se, ao contrário, o processo de seleção de imigrantes qualificados de países em desenvolvimento, tais como o Brasil, visa justamente suprir, com mao-de-obra qualificada, as inúmeras vagas de empregos "braçais" existentes no Canadá. Sim, porque muita gente se submete a subempregos pois precisa sobreviver e sustentar a família. Poucos podem se dar ao luxo de ficar sem trabalhar, gastando as economias, enquanto esperam por um emprego na àrea. O cruel é que essas pessoas qualificadas em subempregos acabam preenchendo vagas necessárias e, assim, contribuindo para a economia canadense. OU seja, é uma win-win-win-win situation para o Canadá que (i) seleciona uma elite de um país em desenvolvimento; (ii) recebe recursos financeiros dessa elite, seja via o custoso processo de imigraçao, seja pelos gastos que os imigrantes têm no canadá; (iii) supre muitas vagas de subempregos - as quais são a grande maioria ofertada por aqui- com boa parte desses contigente de profissionais qualificados; e (iv) supre poucas vagas de empregos qualificados com os poucos imigrantes que conseguem algo em sua àrea (ainda assim, com um salário inferior ao recebido por um canadense). Me diga: por que o Canadá iria mudar algo que lhe traz tantos benefícios? Pelo bem estar e dignidade dos imigrantes? Ha.Ha.Ha.
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