30.4.07

Primeira Visita ao Brasil - encontro com a picanha do Xitão


(da esquerda para a direita - Cris Mano, Dani "Panela", Dani "Zuina", Paty "Milk" e Lé. Euzinha estou em primeiro plano e o Alexandre tirou a foto)

Um dos marcos da minha "tour" de dez dias pelo Brasil foi o (re) encontro com as minhas amigas-irmãs em SP e com a picanha sangrenta do Xitão no Montana Grill (os vegetarianos que me perdoem mas eita carne saborosa!). Em meio à tantas figuras tão especiais em minha vida estava o único representante do sexo oposto (Alexandre, cuida bem da Panelinha que esta menina vale ouro! Adorei te conhecer).

O pobre do Alexandre passou no teste (Dani, este é para casar!) ao passar exatas 6 horas em meio à 6 jornalistas "matracas" que quando se reunem acontece a maior concentração por metro quadrado de besteirol e palhaçadas que eu conheço!

E por falar em palhaçada, eu fui a primeira a garantir a diversão do garçom da picanha no rodízio! "Moço eu acabo de chegar do Canadá e estou louca por uma picanha. Os boizinhos congelam por lá e a carne fica mais cara moço", dizia eu. O largo sorriso do garçom me fazia continuar a brincadeira cada vez que ele passava por mim com picanha de alho, sem alho e de todas as maneiras possíveis.

O resultado da amizade com o garçom da picanha foi que eu nem toquei em arroz e nem muito menos em salada. Enquanto isso, olhava para o lado e o prato da Cris (minha querida e grande amiga dos tempos de Casper Libero lá nos idos de 1995/1999 - abafa o caso né amiga?) cheio de sashimi do buffet de salada e ela só completava "Salmão para a Paula agora é arroz com feijão né amiga?". Positivo operante como diria meu excelentíssimo marido.

Saciada a "sede" da picanha sangrenta fomos prolongar nosso bate-papo lá na Vila Madalena e a nossa ligação é tamanha que parecia que eu nunca havia deixado a convivência com tão nobres figuras e tenho certeza que sempre que voltar para lá sentirei o mesmo. Como diz a própria Dani "Panelinha" - "Quem tem amigo não morre pagão" e esta turminha fez de tudo para me proporcionar momentos deliciosos e para agradecer a cada uma de vocês vou registrar por aqui um pouquinho das expressões do nosso extenso dialeto criado em tantos anos de amizade:

Foi um prazer "INANARRáVEL";
Beijos na EMENENGARDA;
Servimos bem para servir sempre;
foco no evento e no cliente ;
Frangos Alados!
Patos Alados !
Já dizia Maomé o sábio velhinho...
e até qualquer fim de semana destes!

Como a vida é feita de momentos, após muito bem aproveitados os momentos da picanha e do reencontro com as amigas, é chegada a hora de voltar para os momentos de andar tranquila pelas ruas de Toronto (sem medo de ser assaltada), atravessar as ruas sem medo de ser atropelada, receber pedidos de desculpa sem às vezes nem ao menos saber o motivo, entrar nos lugares em primeiro quando você chegou primeiro e por último quando chegou por último. Enfim, momentos estes que eu não troco mais por picanha nenhuma neste mundo!



29.4.07

Bier Market - A casa da cerveja em Toronto


Sexta-feira que passou fomos, acompanhados dos nossos amigos do Bangladesh e do Peru, para um dos lugares que já entrou para a minha lista dos "mais-mais" em Toronto - o Bier Market.


Devido à diversidade dos países representados em nossos encontros, apelidamos carinhosamente estes encontros de reuniões da ONU e desta vez eu não era a única esposa representante (Ufa! Já estava achando que eu era a única mulher apreciadora de cerveja no conselho de tão importante organização mundial!). O casal de Bangladesh até já nos convidou para, qualquer dia destes, irmos jantar na casa deles. Eu mal posso esperar para experimentar as iguarias de Bangladesh!


Logo que entrei, apaixonei-me pelo local pois além de a ambientação ser de muito bom gosto (trata-se de uma mistura de bar, restaurante e discoteca), há no Bier market nada mais nada menos que 100 marcas das mais tradicionais e famosas cervejas do mundo! Mesmo que moremos a vida toda em Toronto podemos frequentar este local por inúmeras vezes e ainda assim degustar um novo sabor!

O Bier Market não é um local para bate-papo pois é super badalado e tem banda ao vivo (o que eu adoro!). Entretanto, quem aprecia cerveja não pode deixar de passar por lá váaarias vezes...E Claro que por todas estas especificidades não é exatamente um lugar barato mas vale muito a visita e cada centavo investido.
Como as cervejas Canadenses são as mais baratas por motivos óbvios, nesta primeira visita tomei algumas "nacionais" que eu ainda não conhecia, além de ter experimentado a Belga Fruli- cerveja de morango que traz o frescor, a acidez e a cor da fruta no corpo na bebida.

Já o Maurício partiu para a "ignorância" e experimentou a Chimay (9% de alcool em sua composição) de origem belga fabricada desde 1862 com a receita original de seus criadores - os Monges cristãos da região de mesmo nome na Bélgica. Sábios monges!

No Bier Market há várias cervejas criadas pelos monges desde 1700. As escolhas são muitas. Não dá para ir lá toda hora mas a dica para quem como nós vai até lá para degustar cervejas (o restaurante também é famoso mas pelo que notei comer e beber lá não sai nada em conta!) é: coma bem em casa antes de ir e experimente umas 3 marcas diferentes assim você não deixa "as calças lá" e ainda tem mais 97 novas cervejas para experimentar em outras visitas!

26.4.07

Primeira visita ao Brasil - barreira do sonho para a realidade


Desde a minha chegada à Toronto (há sete meses e meio) muito eu ouvi falar das sensações que envolvem este "mito" de voltar à patria natal pela primeira vez após ter deixado tudo para trás. Mesmo sabendo que cada pessoa reage e expressa-se de maneira diferente dependendo de seu histórico de vida e personalidade - não somente à este "mito" mas em tudo nesta vida - confesso que estava muito curiosa para saber como eu mesma reagiria à toda a experiência.


Didaticamente falando, eu dividiria este caldeirão de emoções que eu senti em três momentos diferentes:

1 - A chegada - negação como forma de proteção e auto-defesa: os primeiros dois dias eu passei em Boituva (onde moram meus pais e toda a minha família. Ali eu nasci, cresci). Apesar de todo o clima caloroso das pessoas mais queridas de minha vida e de toda a agitação em torno do casamento do meu irmão, desde o primeiro dia o meu coração conseguia muito bem separar "pessoas/afeição" de "país/cidade/sistema/instituição" e eu já sentia "Aqui não é mais a minha casa e nem o meu país (apenas nasci aqui, vim visitar pessoas muito queridas e escolhi outro lugar para viver). Fácil não?

Agora que já estou de volta consigo entender que esta relação com a cidade onde cresci e a casa de meus pais não foi difícil para meu coração entender simplesmente porque há mais de 10 anos que lá já se transformara em um local de visita. Eu apenas aumentei a distância que passou de uma hora e meia de carro para 10 horas de vôo. Racionalmente falando é isso. Daí a relativa facilidade.

2 - Os dias em São Paulo com as amigas-irmãs e a paradoxal constatação do óbvio:
São Paulo era a minha casa antes de vir para Toronto (Boituva, meus pais e família eu já os visitava há mais de 10 anos) e aí a porca torceu o rabinho definitivamente. Como posso nutrir uma relação de amor e ódio tão intensa por SP? Aí o meu pobre coraçãozinho lembra-se novamente de separar local/cidade/instituição de pessoas/afeição. Ah tá! Complicou de novo.

A cidade que sempre me incomodou com seu trânsito caótico, poluição exacerbada e - o pior de tudo - endureceu-me ao me "acostumar" com crianças miseráveis vendendo balas no farol, deu-me a oportunidade de escolher e ter sempre comigo o que considero meu maior tesouro - as minhas amigas irmãs! Q

Quem não me conhece, ao me ouvir falar dos amigos pode ter a falsa impressão de que a família para mim não tem importância e eu não tenho carinho por ela. Muito pelo ao contrário.

Entretanto, minha filosofia não me permite colocar grupos tão diferentes em pé de igualdade em minha vida. Meus pais, meu querido irmão e minhas avós são maravilhosos por uma benção divina e me considero privilegiada por isso pois poderia ser muito diferente. Alguém aí já parou para pensar que os pais escolhem ter filhos (pelo menos na maioria dos casos ou em um cenário ideal) mas os filhos nunca escolhem os pais e muito menos irmãos?.

Já os meus amigos eu tive (e seguirei tendo) a satisfação e o prazer em escolhê-los e ser escolhida por isso os tenho em tão especial consideração e esta turminha de Sao Paulo (fiquem tranquilas que vcs estrelarão um post especial- o da comilança de picanha) é tudo!

E vocês vão me perguntar - "E o terceiro momento?" -

Ah! Este ninguém mais ninguém menos que Daniela Zuim - uma das minhas amigas-irmãs - foi a autora (sim este blog cita fontes, especialmente as mais criativas) da melhor analogia que eu já ouvi para tudo isso que senti. Segundo a Dani, no terceiro momento é chegada a hora de lembrar do desenho animado Caverna do Dragão.

A missão da turminha do desenho era a de atravessar a barreira, em forma de portal, entre o mundo do sonho e da realidade (eles sempre chegavam muito perto e por algum motivo não conseguiam) e a primeira preocupação era sempre como voltar para "casa" e a única pessoa capaz de ajudá-los era o Mestre dos Magos.

Pois é Zuim, você brilhantemente resumiu tudo. Todo imigrante ao fazer a primeira visita ao Brasil quer saber como é "atravessar a barreira e voltar". A barreia do "sonho" (Canadá) para a "realidade" (de outrora - Brasil). O que difere é quão forte e preparado está o Mestre dos Magos que cada um tem dentro de si para ajudar na passagem.

E antes que me perguntem - Ainda dá aquele aperto na garganta quando abraçamos as pessoas para voltarmos para cá mas já é bem mais administrável se comparado quando deixamos o país pela primeira vez. Afinal já começamos a construir nossas vidas por aqui mas isso já é assunto para o próximo episódio da série.

24.4.07

A minha primeira visita ao Brasil - A série

Acabo de voltar da minha primeira visita ao Brasil após ter me mudado para o Canadá há sete meses. Em homenagem aos maravilhosos momentos e intensas emoções passadas ao lado de pessoas tão queridas e a vontade de refletir um pouco mais sobre todas as sensações que envolvem este “mito” da primeira visita, inauguro hoje uma série com alguns textos sobre as minhas impressões, reflexões e constatações.

Como sempre defendi a supremacia da qualidade sobre a quantidade em minha vida, os que me acompanham neste blog perceberão que o foco principal de meus textos será “pessoas/sentimentos” e não matéria (comida, roupa, etc). Entretanto, já digo de antemão que sim, fiz todas as “coisas” (listadas abaixo), mas como consequencia de estar no Brasil e não como se isso tivesse sido o motivo principal da minha felicidade em estar lá em um momento tão importante da vida do meu irmão (o seu casamento).

Eu quase pude tocar a felicidade dos noivos, e de todos à sua volta neste abençoado momento de suas vidas, tão concreto tivera se transformado este sentimento em sua essência tão abstrato. E do meu lado, o mesmo efeito de poder enxergar a minha felicidade por dividir este momento do meu único e amado irmão (e agora minha cunhada e também irmã!) e ao mesmo tempo meu reencontro com minhas amigas-irmãs e toda a minha família.

Uma vez dito isso, antes que alguém me pergunte dos detalhes mais concretos e assim por dizer materiais, eu fiz sim tudo isso que listarei abaixo e por estas e outras resolvi transformar os meus dez dias passados no Brasil em uma série de textos “reflexão” sobre este estado do imigrante que à pátria mãe torna agora não mais como residente mas como visitante...

- Andei de pé no chão o tempo todo

- Comi bolinho de chuva na casa da minha vó (com chuva tropical caindo e tudo)

- Enchi a cara de picanha, cupim e o boi inteiro no Montana Grill acompanhada de minhas amigas-irmãs em SP

-Tomei muita cerveja gelada acompanhada de pessoas muito queridas

- Acariciei o rosto dos bebês e escutei sua tenacidade (o Vinícius – afilhado do meu irmão - tem a idade do meu projeto Canada e observá-lo lindo e com saúde merece um post na série)

- Bati altos papos com o meu pai sobre a vida, educação e todas as filosofias (como nos velhos tempos)

- Passei horas em um salão de beleza (acompanhada de minha querida mamãe e vovó) nos arrumando para o casamento

- Acompanhei os noivos nos últimos detalhes para seu novo lar (que está lindo diga-se de passagem)

- Apertei muito a minha afilhada Rafaela e sua irmã Claudia

- Ri, chorei e falei besteira junto com os amigos mais queridos do meu irmão e da Edivania em sua despedida de solteiro

- Senti o cheiro da casa das duas avós (tenho a benção de tê-las firmes e fortes acompanhando nossas conquistas)

-Falei , falei, falei e falei..... acho que vou fazer um voto de silêncio por uns dias para recuperar a voz que demonstra rouquidão e cansaço.

E com isso tudo tenho ainda mais fôlego para voltar para a luta de nosso recomeço em terras Canadenses tendo a certeza (que sempre tive na verdade) de que escolhemos o lugar certo para viver e que temos sim a capacidade de termos à nossa volta o carinho e pessoas tão queridas quanto as que deixamos no Brasil(ninguém substitui ninguém)onde quer que escolhamos para viver, além de continuarmos nutrindo este sentimento profundo que temos pelos que ficaram lá pois os verdadeiros amor, afeição e amizade não conhecem distância....


Aproveitei muito e fui muito feliz nestes dez dias mas é muito bom estar de volta para o meu marido (que também é um capítulo à parte, a melhor pessoa do mundo que eu poderia ter escolhido para me acompanhar nesta jornada) e para o País que resolvi adotar como minha casa. Aos queridos do Brasil o meu muito obrigado, até a próxima visita e aguardem os próximos capítulos da série!



11.4.07

E a vida (do imigrante) vai para as telas do cinema

Além de explorar os sabores de Toronto, com a pausa do feriado pude colocar em ordem a minha lista de filmes atrasados. Somando os alugados com os vistos na TV devo ter assistido uns 5 filmes. Adoro fazer isso para descansar o corpo e a mente!

Em meio à maratona de filmes um em especial se destaca por servir de inspiração para o exato momento que eu estou passando (estou na metade do meu placement no Co-op program) e muitos outros imgirantes companheiros de jornada já passaram ou ainda vão passar. Estou falando do excelente filme The Pursuit of Happynness.Qualquer semelhança com a realidade não terá sido mera coincidência.

No Brasil deve ter saído como “Em busca da Felicidade” o que faz sentido mas alguém me corrija se eu estiver errada porque, na grande maioria das vezes, as tradutoras dão nomes para os filmes no Brasil totalmente desconexos com o título original, o que sempre me incomodou diga-se de passagem. Outra coisa bem legal daqui para quem gosta de cinema como eu – este problema acabou .

Pois bem, a idéia desde post não é contar o filme (baseado em uma estória real o que o terna mais emocionante) mas sim deixar registrado que a perfeita combinação entre o ótimo roteiro e a comovente atuação do Will Smith (aquele que já tão bem protagonizou Ali) fazem de Pursuit of Happyness um filme imperdível para todo imigrante (na luta diária pelo recomeço) mas especialmente para quem fez, está fazendo (euzinha) ou fará um Co-op (leia-se trabalho não remunerado para ganhar experiência em sua área de atuação no Canadá!).

A personagem interpretada por Will Smith, em determinado momento de sua vida, vê-se obrigada a investir em um intership ou Co-op program (leia-se trabalho não remunerado) e o filme vai narrando a sua saga fazendo analogias em torno do texto da Declaração de Independência dos EUA cujo principal autor foi Thomas Jefferson (daí vem o nome do filme). Excelente trabalho de pesquisa.

Queria passar por aqui , antes de embarcar para o Brasil, apenas para dar esta dica para quem quer ser um imigrante ou já o é e sabe muito bem do que estou falando. Vale à pena assistir e tomar como fonte de inspiração! Claro que não chegamos à tanto (não vou contar o filme) e espero que ninguém precise chegar à situação que a personagem retratada no filme chegou. O que me veio à mente foi "se alguém chegou onde ele chegou e achou determinação e perseverança para seguir em frente devemos ter a mesma inspiração para prosseguir".

E este foi o momento reflexão do Era. Dia 23 de abril temos um (re) encontro marcado. Estarei de volta ao país que escolhi como lar, para a minha casa, meu marido e meu placement no co-op. Afinal ainda tenho muito a conquistar e perseguir por aqui.

Um grande abraço à todos e até.

10.4.07

Explorando Toronto no feriado

Aproveitamos o feriado da Páscoa para fazer uma das coisas que mais gostamos - explorar lugares novos e comidas do mundo (eita alma de mochileiro que nunca nos abandona!). E como somos recém-chegados (vamos completar 7 meses dia 14 de abril) ainda há muito o que explorar nesta cidade deliciosa que é Toronto.

E delicía foi a ordem do dia em que tiramos para explorar a parte Grega da cidade. O Greek Town fica na Danforth e a melhor estação do metrô para atingir o coração Grego da Cidade é a Chester da linha verde (leste).

Passeando por lá impossível não lembrar do divertido filme o Casamento Grego, pois alguns dos restaurantes fazem menção ao fato de a atriz principal ter passado por lá.

Almoçamos no Asteria Restaurant que está testado e aprovado. Além da comida deliciosa (oh povo que come bem este!), o preço é bem acessível (ficou $25 o casal e ainda tomamos uma cerveja) e a atmosfera simples mas bem acolhedora.

Enquanto almoçávamos a neve caía bonito lá fora (sabe aquela neve de filme linda e que tanto esperamos no natal e não veio? Pois é a natureza tarda mas não falha..) e por conta do assunto "tempo" acabamos fazendo "amizade" com um casal Canadense que estava almoçando na mesa ao lado e que já conhecia o restaurante.

Já li em algum lugar que o Canadense adora falar sobre o tempo. Quem escreveu certamente não estudou uma teoria de comunicação chamada "agenda setting" (o tempo é certamente um assunto universal que todo mundo em qualquer lugar do planeta gosta de falar/reclamar e é o melhor gatilho para o início de uma conversa entre pessoas que não se conhecem) e certamente foi o gatilho para o início de um ótimo papo com mais um casal Canadense muuito simpático (estou colecionando boas experiências) enquanto degustávamos as maravilhas Gregas.

Outra curiosidade do bairro Grego são as lojas de noivas. Para as moçoilas casadoiras que pretendem arrumar um marido por aqui e entrar na igreja de véu e grinalda este é o endereço! E para os que não vão subir ao altar vale à visita mesmo assim (há desde loja só de pirulito "Suckers" até lindas lojas de artesanato). E por falar em casamento, quinta (dia 12) este blog vai entrar em férias pois vou para o casamento do meu querido irmão no Brasil...Passarei dez dias por lá.

Amanhã ainda passo por aqui para contar um pouco mais sobre as explorações do feriado.. o cantinho Francês da cidade e o filme que todo imigrante deve assistir!

4.4.07

O dia em que o elevador parou


Há coisas na vida da gente que, de tanto utilizarmos, só nos damos conta de sua real funcionalidade quando ficamos sem. Semana passada (semana agitadinha esta!), em um átimo de segundo dei-me conta de quão interessante é quando o elevador funciona!

Durante toda a semana eu trabalhei no show office (o escritório da administração da feira Oneofakindshow - cliente da agência para a qual estou trabalhando) e perdi as contas de quantas vezes eu, a minha supervisora, a Diretora da Feira e suas assistentes subimos e descemos aquele elevador.

Tudo transcorria na mais perfeita normalidade, ou melhor, aquela sexta de normal não teve nada quando a minha supervisora resolveu me deixar "in charge" no evento o dia todo. Isso mesmo, fiquei sozinha representando a agência e recebendo imprensa no evento enquanto durante o dia ela me ligava pedindo reports (relatórios atualizados).
Se por um lado estou adorando isso de cada vez mais ela me dar mais responsabilidades, por outro brinco sempre com o Mauricio que não tem graça nenhuma está brincadeira - tamanha a "responsa".

Pois bem, após um dia inteiro de trabalho sob a responsabilidade de coordenar tudo que dizia respeito à imprensa, olho para o relógio e são 5 da tarde. Como já cantou o lendário Joey Ramone pensei "Hey, Ho, Let's Go".

Quem me dera... entro no elevador para chegar até o escritório e pegar minhas coisas e nada de subir. O "indivíduo" resolveu ficar parado entre dois andares.
Enquanto eu me dava conta do que tinha acontecido (estava sozinha no elevador), só ouvia a voz da diretora da feira do lado de fora - "Ah não , toda feira este elevador dá problema!" E mais que prontamente (ainda sem saber que eu estava lá dentro) o assistente dela já acionava o rádio e pedia ajuda aos "universitários".

Eu - que também estava com rádio sintonizado no mesmo canal da diretoria - ouvi e pensei - "bom entao agora é só esperar pelo resgate". Passaram-se dez minutos e nada. Olhei para o rádio e ele olhou para mim...Lá vou eu...

"Show Office, Show Office ...Paula na escuta e presa no elevador. Vocês sabem se alguém já foi mandado para resolver o problema? A graçoca da Mad pergunta: "Paula, você está dentro do elevador?" (até então ela sabia do problema mas desconhecia o fato de haver alguém preso dentro) Paula responde - "YEP".

"Estamos acionando o Fire Department ok?" Eu disse ok e pensei (mas eu estou ótima, não sou claustrofóbica, estou sozinha e não tem nada pegando fogo aqui rsrs) mas vamos aos procedimentos!

Menos de meio minuto depois chega o Fire Fighter (leia-se FF) e começa o que seriam os 30 minutos mais surreais e engraçados dos útlimos tempos. Inicia-se o procedimento do resgate:

FF - " Qual o seu nome? Você tem celular aí? Quantas pessoas estão aí?

Passei as primeiras informações e ele começou...

FF - "Paula, eu estou aqui do seu lado e não vou mais sair daqui enquanto não chegar a pessoa que vai arrombar o elevador ok? Vc está bem?"

Paula - "Sim, sim estou bem moço."

alguns minutos depois e o FF prossegue:

FF- "Vc está sentada? As luzes estão acesas? Você trabalha aqui?

e lá fui eu respondendo tudo na maior calma .. (se tem uma coisa que não adianta nestas horas é nervoso. Afinal eu estava com uma equipe inteira trabalhando lá fora e toda a diretoria/staff da feira acompanhando pelo rádio - EXCELENTE!).

25 minutos depois eu brincava com o bombeiro...

"Tá tudo bem moço, podia ser pior... eu poderia estar no escuro e o elevador poderia ser menor .. A diretora da feira poderia estar aqui.. eu já estava indo embora mesmo"

FF- "Podemos te pagar um café depois.."

Paula - "Não carece não moço..."

30 minutos depois ouço os primeiros movimentos do arrombamento da porta do elevador..
Quando saio percebo que, além do bombeiro, havia um paramédico , o cara que arrombou o elevador e um segurança que pegou meu nome completo , endereço e telefone.

FF - "Está tudo bem mesmo..?" e eu na maior normalidade "Está sim moço eu aproveitei para meditar um pouquinho." Ele ria e logo me liberou para ir embora..

Resultado dos 30 minutos presa no elevador - excelente networking.. Não há um cristo em todo o staff da feira que não me conheça pelo nome depois dessa!



3.4.07

Barterapia

Sexta-feira que passou fomos ao Einstein (bar nos arredores da Universidade de Toronto frequentado pelos estudantes) acompanhados do Aldo (o Peruano metaleiro gente boa), do Tom (o Alemão que mais parece um vocalista de banda de rock) e o Faruqe (de Bangladexe -sim, está correto, a forma em português escreve-se com "X" - apaixonado por futebol e capaz de escalar os times brasileiros de todos os tempos).

Como conseguimos reunir tantas figuras? Eu mesma fico me perguntando mas como já escrevi por aqui antes "figura atrai figura" e desta vez a culpa é toda do Maurício que fica conhecendo os "elementos" mais curiosos e imprescindíveis em uma mesa de boteco. Estes ele conheceu no Job Start (um destes cursinhos oferecidos ao imigrante e que frequentamos logo no nosso primeiro mês por aqui).

E esta foi a genuína mesa de bar. O Einstein é alternativo, descontraído e frequentado pelos estudantes, portanto meninas e meninos que estão em Toronto "solos" é o local ideal para paquerar. E para aqueles que - como este casal não querem paquerar mas adoooram uma boa e velha mesa de bar para a descompressão semanal - este é o local.

Nada contra os Pubs mais estilosos pois frequentamos muito em São Paulo e desde que chegamos em Toronto temos ido à alguns por aqui e tido momentos agradáveis com a turminha brazuca. Entretanto, sempre achei que os bares (mais rústicos e alternativos) são os melhores lugares para juntar uma turminha de "figuras" e jogar conversa fora tomando uma cervejinha sem nenhum compromisso. Os bares tem outra atmosfera.

Se alguém me perguntar do que eu mais estava sentindo falta nestes 6 meses por aqui eu vou responder da verdadeira mesa de bar com "figuras" jogando uma boa conversa fora, falando besteira e dando muuita risada! Fazíamos muito isso em Sampa, os meus queridos e sempre amigos que deixei em Sampa que o digam (Zuina adivinha em quem eu mais pensei que faltava nesta roda?)

E antes que aqueles que não me conhecem comecem a cogitar a possibilidade do alcoolismo, vou logo dizendo que trata-se de pura terapia totalmente controlada e que faz muito bem para a alma! Tudo bem vai, pode não ser a melhor terapia para o corpo mas para este existem os exercícios físicos. Já para a alma, nada melhor que boas gargalhadas sobre assuntos totalmente descompromissados acompanhadas de cerveja em um bar como o Einstein!


Sempre valorizei muito estes momentos e o melhor de tudo foi perceber como uma boa atmosfera, cerveja e alguns assuntos universais como futebol (havia 3 sul-americanos, um Europeu e outro de Bangladexe apaixonado pelo assunto na mesa), música e besteirol em geral une as pessoas. Haveria menos guerra entre os povos se houvesse mais mesas como estas e com mais frequência!


Era a primeira vez que eu me encontrava com a turminha da pesada e parecia que já conhecia aquele povo há um tempão. Eis o milagre da atmosfera de um bom boteco com a companhia agradável e com um bom repertório de besteirol.


Fica aí a dica para quem gosta de descontração e cerveja mais barata por se tratar de um bar de estudantes no centro. E o melhor de tudo é sair dos bares daqui sem ter os cabelos e a roupa impregnados de cheiro de cigarro!