31.12.06

2007 PODE CHEGAR

Não poderia deixar passar em branco o último dia de um ano marco para o casal considerado louco por uns, aventureiro por outros e até mesmo ídolo por outros. De uma forma ou de outra, para nós mesmos, este projeto nunca teve nada de aventureiro, muito pelo contrário. Dois mil e seis foi um ano inteiro dedicado ao projeto de nossas vidas . Não que os outros cinco ou seis anteriores não o tenham sido.

Entretanto, em 2006 tínhamos o fato consumado, a certeza em mãos (o visto de residência permanente tão esperado) , ou seja, há exatos 365 dias já tínhamos a certeza de uma coisa (sim, seríamos residentes permanentes no Canada) e a incerteza de centenas (onde moraríamos, onde trabalharíamos, com quem nos relacionaríamos, o que faríamos para nos divertir e outras tantas…).

Hoje, às portas de um novo ano que se inicia, olhamos para trás e nos orgulhamos dos pequenos passos que demos para atingir este grande projeto não sem esquecer que ainda muito temos por fazer. Ainda muitas incertezas virão (assim o é desde que o mundo é mundo e eis a graça da benção chamada vida), conquistas, batalhas, “sims” e “nãos” para ouvir, risos e choros para expressar!

Todavia, o que mais nos faz sentir VIVOS e FELIZES é saber que, a cada dia, nas menores e aparentemente menos importantes coisas que fazemos, estamos sendo coerentes com nossos próprios valores e filosofia de vida. Simultaneamente ao nascer de um novo ano, completamos 3 meses e meio de nosso recomeço no Canadá.

Podemos assim dizer que nossa vida no Canadá e 2007 estão nascendo quase que juntos, com as mesmas incertezas, certezas, surpresas, desafios, problemas e suas soluções. Sim, porque os verdadeiros e maiores problemas são aqueles que jamais passariam por nossas mentes em uma tarde chuvosa de domingo e dificilmente há soluções para eles. Para todos os outros há solução.

Sendo assim, ao badalar da meia noite de hoje (três horas depois do horário oficial de Brasília) vamos abraçar o novo ano como todos os outros anteriores. Com pequenos passos e metas para atingir e que, um dia determinado e planejado lá na frente, nos levarão a uma meta maior. E assim acreditamos!

Sobre as “promessas” (aqui conhecidas como RESOLUTIONS) do ano novo, certamente as temos - a manutenção do emprego do querido marido, a batalha pelo meu - mas nunca esquecendo de trazer para cada momento de nossos dias - a beleza do sorriso da criança que começa a andar/patinar, o choro da mesma ao cair e o pai que a deixa passar pela experiência de, por si mesma entender que chorar não a vai levar à nada, ao passo que levantando e tentando de novo ela um dia ficará em pé, o sol da linda manhã de inverno, a brisa em nossos rostos e o canto dos pássaros como sendo os sinais mais belos de que estamos vivos e queremos proseguir e aproveitar cada segundo.

Carpe diem! Já enfatizava o estilo Barroco de literatura.

Para todos aqueles que, por um motivo ou outro, nos acompanham pelo blog gostaríamos de desejar um lindo 2007, cheio de paz interior e realizações pessoais, não importando o tamanho de cada uma ou o quanto elas signifiquem para outrem, mas que para cada um de vocês elas tenham o poder de fazê-los sentir realmente VIVOS !

2007 PODE CHEGAR!!

26.12.06

Natal Brazuca em Toronto


Longe da família e perto dos queridos novos amigos que fizemos por aqui. O nosso primeiro Natal no Canadá foi diferente mas nem por isso deixou de ser muito gostoso e divertido. Tudo bem vai, poderia ter sido um pouco mais romântico. Papai noel poderia ter providenciado a neve mas, já que não o fez, tratamos de animar a festa!

Fabi e Cleber cuidaram de nos proporcionar uma linda árvore de natal e o aconchego de seu lar, a dupla Lully e Fabi organizou uma deliciosa ceia com direito à Peru e tudo. Aliás, o Peru é um detalhe à parte. Segundo o Maurício só estava tão gostoso por conta do preciso corte que ele deu à iguaria. Tudo bem meninas, vamos dizer que metade do mérito é de vocês e metade do meu marido. Assim ninguém briga.

Regada à vinho, cerveja, refri e muito papo e animação, a ceia estava perfeita e até brinde com champagne da meia noite fizemos. Lá estava a turminha do barulho Carol e Fernando, Paula e Mauricio (esta que vos escreve eheh), Luci e Rogerio, Lully e Wander, Fabi e Cleber, Lucia e Sergio, Ana Celia , Alessandro e Henrique.

Sem contar a participação mais que especial da “lady” PIPOCA (sim, porque esta cadela é muito bem educada pelo casal Lully e Wander, fina e chique) mais conhecida pelos Canadenses como POPCORN.

A brincadeira com a troca de “lembrancinhas” de um dollar (sem saber o que havia dentro dos pacotes) para divertir o ambiente também cumpriu muito bem o seu papel. E para finalizar, a “jogatina” divertida que foi madrugada à dentro.

E sem grandes sofrimentos por estar longe da família (utilizei a técnica de falar com todos logo pela manhã quando acordei pois principalmente as queridas vovós emocionam mais) e funcionou. Quando foi à noite estava curtindo muito aquele novo momento com novas pessoas ao meu redor! E quem disse que o diferente e o novo também não podem ser muito gostosos?

Aproveito para transmitir aos queridos (família e amigos que ficaram no Brasil) e aos leitores assíduos deste blog um lindo 2007 e que a paz de espírito e a força para superar dificuldades pelo caminho estejam sempre com cada um de vocês.

FELIZ 2007!!!

20.12.06

O mundo maravilhoso de UM DOLLAR

“Era uma casa muito engraçada. Não tinha teto, não tinha NADA!! …Ninguém podia fazer “pipi” porque pinico não tinha ali”…

A letra acima, cantada ao som dos clássicos violão e voz de Toquinho, sempre me pareceu muito meiga e boa de se ouvir. De se ouvir, porque entrar em uma casa como esta que, embora com teto, parede e lugar para fazer pipi (sem pinico como diz a letra claro né!) não tinha nada, dá trabalho...

Por isso, ao invés de ouvir os lindos (mas calmos) clássicos do Toquinho, estou mesmo é colocando um bom (pesado) e velho Rock´n Roll enquanto organizo tudo para ter energia para tanto trabalho.

E para a salvação do imigrante, que por aqui chega com suas economias contadas e está precisando economizar em tudo neste começo de vida, existe o Mundo Maravilhoso de UM dollar!

Todas as minhas vizinhas daqui a querida Zuina já haviam me falado da loja, mas nada como a sua própria experiência! Ontem consegui tirar o dia para as compras. Eu e a “multidão enfurecida”(licença poética dos Titãs) que fazia compras para o Natal.

Com uma diferença báaaaaasica. Enquanto todos compravam decoração de natal, presentes e cartões, eu buscava presentes para a cozinha, banheiro e sala. E os encontrei todos. Tudo pela bagatela de UM DOLLAR!

Onde? Na Dollarama do Dufferin Mall. Por aqui há várias marcas deste tipo de lojas de um dollar (Dollar Store, Buk or Two). Eu já havia entrado em outras mas a Dollarama realmente surpreende. Segundo a minha vizinha Luci até espátula de chefe de cozinha que suporta altas temperaturas e, no Brasil, ela tinha que procurar em casas specializadas, na Dollarama tem por Um dollar. Ótimo não?

O fato é que eu trouxe para casa toda a minha listinha desde assadeiras, ralo de pia de cozinha, saquinho para lavar roupa na máquina até pratos e copos. Enquanto isso, pais montavam pacotes de presentes para seus filhos com muitas coisinhas divertidas e coloridas que há por lá também.

No Wall Mart, do mesmo Mall, encontrei a almofadona (longa para dois) que queria para jogar no chão por $13. Segundo meu querido marido uma excelente compra (sim, porque sofá por aqui só lá pelo fim de 2007).

E para quem está aqui e ainda não comprou as meias de inverno e segunda pele para homem, o Wall Mart está com várias promoções. Aliás, o Dufferin Mall (que não é perto para quem mora aqui em North York mas possui fácil acesso de metrô - foi como eu fui) está inteiro em CLEARANCE (como eles chamam queima de estoque com preços mais baixos por aqui).

Ufa! Pelo menos agora não terei mais que emprestar a assadeira da vizinha que salvou minha vida dia destes para assar o almoço do marido que, como todo Torontense leva sua marmita para o trabalho. Se terei que voltar lá?

Certamente muitas vezes mas pelo menos agora posso esperar a multidão se recolher com suas compras de natal para voltar. Não dava para esperar até 2007 para comprar coisas essencias para a casa que apesar de não ter “pinico” agora tem prato, copo, assadeira, ralo de pia e outras cositas…

17.12.06

Edição Comemorativa - Meu Aniversário!



Mais um ano que se passa, mais um ano sem você. Já não tenho a mesma idade, envelheço na cidade. Essa vida é jogo rápido para mim ou prá você.Mais um ano que se passa e eu não sei o que fazer! Juventude se abraça, se unem pra esquecer.

Um feliz aniversário para mim ou prá você... Feliz aniversário - envelheço na cidade. Feliz aniversário - envelheço na cidade. Feliz aniversário - envelheço na cidade. Feliz aniversário...

Meus amigos minha rua, as garotas da minha rua,Não os sinto, não os tenho... mais um ano sem você! As garotas desfilando, os rapazes a beber. Já não tenho a mesma idade, não pertenço a ninguém.....Juventude se abraça, se unem pra esquecer...Um feliz aniversário para mim ou prá você...

A letra acima, composta pelo Edgar Scandurra e cantada na voz “rasgada” de um dos meus ídolos Nasi do grupo IRA, foi escolhida para registrar um dia muito especial - o meu aniversário.

Este não é um aniversário como outros, definitivamente. Nada é como antes, nem será mais. Trata-se de um aniversário em que tudo mudou. Mudou o céu, mudou a cor das coisas, o cheiro, o clima, quem está ao meu redor e tudo que vivo e faço!

Já dizia o poeta que fazer aniversário é renascer pois a cada ano você acumula e traz as experiências e emoções vividas anteriormente. Se assim o é, este ano eu renasci duas vezes. Fazer anniversário na condição de imigrante começando a vida em outro país é o que chamo de RERENASCER… assim mesmo com dois “Res“.. Ou renascer de novo..

A imagem acima é do meu presente de aniversário - o par de patins e gorro para patinar no gelo.

Feliz aniversário …Envelheço em Toronto!

14.12.06

TRÊS meses de Canadá

Há 91 dias, 2.184 horas e alguns minutos e outros segundos, pisávamos em solo Canadense! Aqui não cabe a expressão - “Nossa parece que foi ontem“. Ao contrário, parece que foi há dois anos, tamanha a velocidade de tudo de novo que acontece.

E para comemorar nossos 3 meses de Canadá, pouco antes de celebrar a minha nova versão 3.2, resolvi elencar algumas constatações para lê-las quando comemorar 3 anos só para ver o que mudou, ou não, como diria Caetano Veloso.

Categoria NÃO TEM PREÇO - Coisas que eu estou adorando TER por aqui

Paz, segurança e tranquilidade para andar pelas ruas a qualquer horário do dia.
Ir e Voltar de metrô de um jogo de futebol, à noite, com todas as torcidas ocupando o mesmo espaço em plena harmonia.
Tecnologia !!!!!!!! Acessível e mais barata
Um sistema de transporte público que funciona. Um metrô que, embora mais sujo e mais lento que o de SP, funciona bem e me leva para todos os lugares da cidade
Uma FENOMENAL rede de biblioetcas públicas espalhadas pela cidade. Claro que bato ponto semanal em um dos maiores centros que fica há minutos de casa.
Estou na terra do Barenaked Ladies, banda que já adorava lá do Brasil influenciada pela querida Bruninha.
Filosofia de vida faça você mesmo que valoriza a independência do indivíduo. Empacote o que comprou na loja, passe o seu cartao na maquinha, lave sua própria roupa, seja responsável pelo que faz. Quase tudo é SELF SERVICE!

Categoria PASSO BEM SEM - Coisas que eu estou adorando NÃO ter por aqui
Domingão do Faustão
Narração do Galvão Bueno
Pânico na TV
Grupos de Axé e afins
O ultimo hit do momento tipo “Festa no apÊ” que inferniza a sua cabeça grudando como chiclete durante todo o carnaval.
Medo de ser assaltada nos faróis
Ter que ouvir todo fim de ano a música “então é natal…” na bela voz da Simone que foi inventada para cantar sambas genuínos e não musicas natalinas.
Falta de respeito, de eduação, gente furando fila e querendo passar a perna no próximo.
Alagamentos e enchentes de verão. Quem mora em São Paulo capital sabe o inferno que todo ano precisa enfrentar.
Enxurradas de motoqueiros cortando os carros no trânsito.
Calor em excesso.

O que eu faço hoje e não fazia no Brasil
Limpar privada.(calma, no Brasil quem limpava era a minha faxineira, só esta a diferença) Bem, ao menos limpo só a minha e não a dos outros (sempre pode ser pior)
Usar aspirador de pó (acho que desde os meus 10 anos de idade não pisava em uma casa com carpete pois isso foi moda no brasil nos idos de 80. Aqui por conta do frio, muitos aptos possuem um fofo e aconchegante carpete
Comprar a sagrada cervejinha em uma loja especializada. Em Ontário não é permitido a venda de bebida alcólica nos supermercados.
Temperar a água das torneiras da pia e banheiro (virou mexeu eu ainda queimo a mão .. Ainda domino esta técnica)
Dominar os mistérios do mundo subterrâneo. Explico: o prédio onde moramos faz conexão subterrânea com o metrô, mercado, cinema, biblioteca e uma série de outros serviços. Dá até para se sentir um verdadeiro ratinho.
Assistir ao House (um dos meus seriados preferidos) sem legenda! Sofro um pouco ainda por conta das doenças e termos médicos em inglÊs mas chego lá.
Emprestar aspirador de pó da vizinha. No Brasil, a relação mais íntima que tive com vizinhos em prédios era do bom dia e boa noite mesmo. Em tempo, a minha gentil vizinha é de Salto e eu sou de Boituva (para quem mora fora do estado de SP, são duas cidades vizinhas do interior do mesmo estado) e fomos nos encontrar em Toronto. Eita mundão de deus!

Só para não passar em branco os 3 meses. E por falar em branco, alguém aí pode parar o aquecimento global? Estamos no meio de dezembro com temperatures de inverno sul Americano e caiu apenas uma nevinha muito da levinha até agora.

11.12.06

Patinando no gelo


"Use protetor solar" aconselha o sábio e belo texto do mundialmente conhecido video Sunscreen (assista o vídeo acima). Cuide bem dos seus joelhos, outra boa dica do mesmo texto.

O protetor solar faz parte dos meus cuidados diários com a pele há cerca de cinco anos (sim, passar dos 25 anos e trabalhar por 4 anos com produtos de pele na indústria da beleza faz isso com a gente!).

Já os joelhos … Ah os meus joelhos…

Os pobrezinhos sofreram um bocado esta semana que passou. Durante toda a semana os utilizei como “pés” para montar os móveis. E fechando com chave de ouro no domingo fui me iniciar no mundo maravilhoso da patinação no gelo!

Juntei-me aos vizinhos mais “pros” no esporte - Carol e Fernando (os mega profissionais com um inverno canadense na bagagem e meus futuros companheiros de esqui), a família 3M, Luci e Rogerio (vizinha, valeu pelos patins!! esta semana adquiro os meus para domingo que vem) e os também iniciantes (bem, o Rafa não tão iniciante assim né Rafa?) Dani e Rafa e fui patinar.

Claro que durante as duas primeiras voltas na arena (um campo de hockey) tive a parede e as bordas como minhas fiéis escudeiras. Só para sentir segurança e perceber que podia parar em pé nos patins.

Na terceira volta disse a mim mesma que sairia da beirada e estaria pronta para o que fosse. Lembrei-me dos ensinamentos do meu mestre de kung-fu e todas as técnicas marciais (aprender a cair antes de qualquer coisa, etc) e fui..

Quando percebi estava patinando e…. aplicando as técnicas marciais de quedas!!!

Que delícia!! Eu não conseguiria descrever o que senti ao deslizar no gelo! Claro que ainda devagarzinho, pegando confiança e fazendo uma amizade com o gelo e com os próprios patins. E acho que para uma primeira vez eu diria que nos demos muito bem!

Claro que, quando comecei a ganhar mais confiança (patinei por uma hora e meia) e comecei a tentar colocar em prática como brecar, comecei a cair.

Tombos computados - 6 . Hematomas pelo corpo - 2 (um deles no joelho direito que já recebeu seu devido cuidado).

Como boa ex-praticante de arte marcial, trouxe meu kit gelol/cataflam comigo.
Já estava até com saudades de uns roxinhos pelo corpo, coisa comum na prática de qualquer arte marcial. Sem contar a saudade que eu estava de praticar um esporte, movimentar o corpo (mesmo que no começo mais para o chão de encontro ao gelo do que outra coisa).

Bem, agora que já coloquei uma hora e meia no meu “brevê” de patinação, e tive certeza que adorei a brincadeira, vou comprar os meus patins e começar a treinar. O encontro do time brasileiro é todo domingo. Sim, porque no ritmo que vai, teremos um time para competir nas olimpíadas de inverno de 2010 em Vancouver.

A pista onde começei é fechada e coberta. Muito apropriada para quem está começando por possuir as paredes e bordas tão amigas dos iniciantes. Entretanto, do lado de casa (a menos de 5 minutos a pé) existe uma pista à céu aberto que fica iluminada à noite e tudo. Precisa ver o movimento. É gente de todas as idades..Isso é o que mais estimula! Pequeninos de 2, 3, 4 anos de idade dando seus primeiros passos no gelo e toda a família praticando. Fascinante!

É lá que vou passar horas praticando uma atividade física. Ufa até que enfim! Quem me conhece sabe que meu corpo pede movimento e de preferência em lugares abertos (nunca curti esteiras, academias e afins.. Por isso sempre fiz basquete, arte marcial e até futebol. Algum esporte) . E nada mais apropriado agora do que um esporte no gelo e que eu possa praticar à céu aberto!!

Por enquanto vou de patinação que é mais barato (só vou adquirir um par de patins. Os mais básicos para iniciantes custam $ 30 e tenho praças de patinação onde posso patinar de graça). Mais para frente certamente entrará o esqui na minha vida.

O joelho? Depois de uma terapia caseira e algumas horas de compressas e gelol já está ficando pronto para domingo. Foi só uma pancada. Claro que com mais tempo de prática continuarei caindo mas pouparei mais o meu joelho como prega o belo vídeo Sunscreen..

7.12.06

Déjà Vu no Ministério da Saúde de Ontario

Nota do autor* Os fatos relatados a seguir ocorreram há seis dias (quando ainda morávamos na residência provisória da Bayview com a Sheppard) e qualquer semelhança do meu título com o novo filme do Denzel Washington (adoro este cara) não terá sido mera coincidência.

Em tempo, eu , na condição de imigrante às voltas com tudo ao mesmo tempo agora (ops, agora foi Titãs) não assisti ao filme mas providenciarei a ida ao cinema em breve. Vamos aos fatos...

Estando apenas há cerca de 2 quilômetros de distância do prédio do Ministério da Saúde de Ontario e como bons amantes de caminhadas que somos, fomos eu e meu digníssimo marido dar entrada no seguro saúde a que temos direito.
Como existe uma carência de três meses, optamos por fazer isso só agora pois mesmo fazendo antes só passariamos a estar “cobertos” a partir de 14 de dezembro (exatos 3 meses da entrada no aeroporto). Antes disso, nada de esquiar, patinar e tudo mais. Hoje recebemos as carteirinhas que passam a valer semana que vem . Eba!!! Agora já posso começar a aprender a patinar.

Chegando no guichê com a papelada necessária, percebemos que faltava o comprovante de residência. Eita pipoca (como diria uma querida amiga minha que ficou lá no Brasil!)! Naquele exato momento eu estava saindo da casa provisória e me mudando para o nosso aconchegante cantinho de onde escrevo hoje. A própria atendente sugeriu o contrato de aluguel que acabaramos de assinar como prova da residência. Tudo bem eu disse à moça, eu moro perto , já voltamos com ele.

Voltamos à pé. Estava uma manhã deliciosa para caminhar (por volta de 15 graus e sem vento) . Foi a semana em que todos comemoravam o DOUBLE DIGIT (como por aqui as temperaturas abaixo de 10 e até mesmo negativas são muito comuns, quando está acima de 10 a galera vibra e com razão. A relatividade é um barato mesmo). Pegamos o documento e lá voltamos para o prédio caminhando.

Quando a atendente viu o contrato logo disse - esta é uma cópia e só aceitamos original. Ela mesma prosseguiu - o seu original está com o proprietário né… vc não poderia pegar emprestado por um dia? não aceitamos original mesmo. Sim , pois não disse eu. Até mais ver.

Fomos fechar negócio com o novo apartamento, pegamos o contrato original com a Janet Kwan (excelente profissional que nos atendeu e altamente recomendável para quem está chegando e pretende morar pelas bandas de North York) e lá voltamos para o Ministério da Saúde pela terceira vez.

Tudo de novo, mesmo caminho, a pé. Tudo igual, Déjà Vu total apenas por um detalhe - desta vez deu tudo certo . Em menos de cinco minutos entregamos toda a papelada e teremos a cobertura do seguro saúde a partir de 14 de dezembro.

Saldo do Déjà Vu - seis quilômetros de caminhada pela manhã com um encontro no meio para pegar as chaves do nosso cantinho… Como já compôs meu ídolo Arnaldo Antunes em tempos de Titãs -"Uma coisa de cada vez, tudo ao mesmo tempo agora". E as crônicas da série "arrumando o nosso cantinho" continuam….

5.12.06

Marteladas de alívio

Alguém aí já contou com quantos paus se faz uma canoa? Pois é, eu também não, mas com quantos parafusos e paus se monta uma cômoda ….Ah! Isso eu sei muito bem!!

Enquanto meu marido estava lá na Rogers defendendo o pão de cada dia, eu daqui cuidava de colocar a casa em pé. E nada melhor do que começar pela cômoda. Não aguento mais ver as minhas roupas espalhadas pela casa.

Hoje me senti dentro de um daqueles programas que adorava assistir no Brasil , o Minha Casa - Sua Casa. Foi um tal de empresta martelo do Mauro daqui, bate na porta do Wander para pegar o parafusador elétrico dali.

Aliás, Wander, no futuro eu vou comprar um destes para mim é o máximo! Para quem não sabe do que estou falando, trata-se de um aparelhinho elétrico que parafusa nuuuma velocidade e sem grandes esforços. Os punhos agradecem.

Não fosse o tal aparelhinho teria gasto três vezes mais tempo para montar a cômoda. Mas com a gentileza dos vizinhos da torre sul, exatos 236 parafusos, coisinhas para encaixar e algumas boas horas depois eis que surge a minha cômoda. Amanhã a mesa com quatro cadeiras me espera.

Ah! Hoje também chegou o nosso colchão e no fim de semana montaremos a cama. Afinal não basta ser marido tem que participar. Ou vocês acharam que eu ia montar a casa inteira e não deixar o Maurício ter a sensação do faça você mesmo tão contemplado neste país… eheh.

Acho que depois da experiência de hoje vou começar a colocar nos murais dos prédios o seguinte anúncio - Comprou todos os seus móveis na IKEA e está sem tempo e paciência para montar? Seus problemas acabaram...Ligue para mim que eu cobro metade do preço da IKEA para montar (rsrs)..

4.12.06

A primeira manhã branca



Segunda noite no nosso cantinho (quem nos acompanha sabe que moramos dois meses em acomodações provisórias antes de chegarmos até aqui) . Sete da manhã e eu levanto para ir ao banheiro (isso que dá comemorar a primeira noite no apartamento novo com cerveja!)
Volto do banheiro e encontro o Maurício com uma frestinha da cortina aberta (sim o apartamento está vazio mas já veio com cortina ufa, menos uma) dizendo – “Paula está nevando”.
Eu prontamente respondo – Ah, devem ser fluries (um tipo de pré neve vamos dizer assim). Eis que olho para baixo da altura do vigésimo andar e me deparo com tudo branco! Olho para a direita (vista da Yonge street) e vejo branco, olho para esquerda (para as bandas da vista da Dani e do Rafa) e o cemitério em frente e os campos verdes – Brancos.
Olho para cima e vejo neve correndo na horizontal devido ao vento. Gente, como ventou esta noite! E claro que os filhos da pátria tropical aqui que vão entrar em seu primeiro inverno PROFISSIONAL e de VERDADE, não podiam deixar de registrar oficialmente os primeiros momentos.

Só passei para registrar mas já tenho uma série pronta com os episódios da mudança.. Aguardem. Acontecem muitas coisas nesta etapa e não consigo dar conta de publicar tudo ao mesmo tempo.

Mas como boa amante da escrita que sou tenho tudo registrado e aos poucos as crônicas vão surgindo.

3.12.06

Breve parada para mudança de apartamento

Só passei para registrar que estamos um pouco fora do ar por conta de toda a logística que envolve uma mudança quando você chega apenas com as malas roupas em um apartamento vazio.

Há três dias que estamos em uma verdadeira maratona para ativar contas, comprar móveis, utilidades domésticas, enfim para deixar a casa com o básico para começarmos.

Em meio à tudo isso é claro que muitas histórias estão surgindo e estou registrando todas uma a uma. Assim que a internet for instalada em casa (esta semana já resolvemos isso) aguardem as crônicas de um casal de imigrantes começando sua vida por aqui.

Ah! é claro que, com a chegada do inverno e da neve foi aberta a temprada de micos para os filhos da pátria tropical que nunca vivenciaram a neve em seu dia a dia, sem a visão romântica do turista. Claro que estamos animadíssimos para ela chegar e esta semana já começou uma "light" mas começou!

Aguardem as novidades todas esta semana ainda.